Projeto vai mostrar perfil do jovem consumidor de drogas nos presídios do Rio



Uma pesquisa feita com 100 jovens presos, de três facções criminosas que atuam no Rio de Janeiro, mostra que 80% da população carcerária está marcada pelo consumo de entorpecentes e que existe uma associação entre o vício e a violência. O balanço preliminar do trabalho será divulgado na quarta-feira (18), durante o seminário Prisioneiros das Drogas, na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro (Emerj). Na ocasião, será lançado o projeto completo, denominado Prisioneiros das Drogas – Os Impactos da Dependência Química na Juventude Brasileira.

 

Realizado por pesquisadores das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janerio (Faperj), o  trabalho pioneiro ganhou o edital do Programa Prioridade Rio, que apóia temas considerados urgentes para solução pelo governo fluminense. 

 

Previsto para ser concluído em dois anos, o projeto envolve uma pesquisa, cujo objetivo é analisar o impacto do consumo de entorpecentes na população carcerária jovem carioca e fluminense, entre 14 e 26 anos, englobando as carceragens da Polinter, onde ficam as pessoas detidas aguardando julgamento, e o sistema penitenciário. A pesquisa vai mostrar como determinadas drogas atuam por segmento de classe, etnia e idade no estado. Os jovens pesquisados atuam no Comando Vermelho Rogério Lemgruber, Seguro e o 3º Comando.


A ideia é traçar uma radiografia do público jovem preso, consumidor de drogas. “Mais do que isso. Além de um raio X da situação dos consumidores de drogas lícitas, como o álcool, passando por medicamentos tarjados, até drogas pesadas, consideradas  ilícitas, trabalhamos também na perspectiva de construir um centro de acolhimento para familiares de viciados e os próprios viciados”, afirmou Munteal.

 

Além do seminário, o projeto apresenta outros produtos, entre eles o lançamento do site Prisioneiros das Drogas, que ocorrerá durante o evento. No site, a população brasileira terá acesso a dados atuais sobre a situação dos presos nas carceragens, a função exercida pelas drogas sobre os apenados, depoimentos de especialistas, explicações sobre as drogas e seus efeitos sobre os jovens.

 

Em nove meses, será produzida uma cartilha de orientação para as escolas públicas e privadas e organizações não governamentais, que aborda os malefícios das drogas do ponto de vista da saúde pública e da educação. No longo prazo, será realizado um documentário e construído o Centro de Acolhimento, no Campus 1 da Facha, em Botafogo, zona sul do Rio.


Fonte:
Agência Brasil



19/08/2010 05:49


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