Proposta unifica data de eleição e prevê teto para remunerar conselheiros



Para engajar a sociedade no processo de escolha dos integrantes dos CTs, a senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) propõe a unificação da data das eleições, que atualmente variam de acordo com a lei do município. No primeiro domingo de outubro do ano seguinte ao das eleições para governadores, os eleitores do município poderão escolher por voto direto, secreto e facultativo cinco titulares e até dez suplentes para compor o CT. O mandato de cada conselheiro deve ser ampliado dos três anos atuais para quatro, aproveitando o que propôs a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) no PLS 278/09.

Mas a relatora admite apenas uma recondução ao cargo, enquanto Lúcia Vânia aceita que o conselheiro possa ser reconduzido quantas vezes o seu eleitorado quiser. Patrícia mantém um conselho por município, descartando proposta de Arthur Virgílio (PSDB-AM) de dois conselhos, com mandato de cinco anos para os seus integrantes. A senadora explicou ao Jornal do Senado que é importante definir critérios nacionais, porque as eleições estavam se tornando partidárias, com prefeitos querendo manobrá-las.

Uma novidade que a relatora quer introduzir é a participação da Justiça Eleitoral nesse processo, que continua sob responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e sob responsabilidade do Ministério Público, como prevê a resolução do Conama. Há previsão de que possam ser aplicadas as normas eleitorais vigentes, como proibir distribuição de camisetas, bonés e outros materiais de campanha, exceção feita aos folhetos e volantes impressos.

Será vedada publicidade eleitoral paga e o poder público zelará para que haja divulgação igualitária dos nomes dos candidatos regularmente inscritos. Para estimular a participação popular no processo de escolha dos conselheiros, Patrícia prevê campanhas de esclarecimento veiculadas em meios de comunicação locais. A relatora também deixa expresso que compete ao poder público prover a estrutura necessária para o bom funcionamento dos conselhos. "Há alguns que nem telefone têm", disse.

Uma das questões mais delicadas do projeto trata da remuneração dos conselheiros e dos direitos trabalhistas e previdenciários assegurados a eles. Virgílio queria equiparar os conselheiros aos servidores federais, com vencimentos pagos pela União. Lúcia Vânia estipulou em 60% da remuneração do vereador local. Os dois projetos preveem os chamados direitos básicos e plano de saúde.

A relatora quer garantir os direitos básicos, como férias, décimo terceiro, licenças maternidade e paternidade, mas não a inclusão em plano de saúde, porque muitos municípios sequer asseguram esse benefício aos seus funcionários. Além disso, pretende estabelecer um teto para a remuneração mensal, com a justificativa de que o CT tem que ter funcionamento ininterrupto e o conselheiro, dedicação exclusiva. Segundo a senadora, há uma grande diferença nesses ganhos. Porto Alegre chega a pagar cerca de R$ 10 mil enquanto muitos municípios pagam R$ 200, comparou Patrícia.

Cintia Sasse / Jornal do Senado



12/07/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


CCJ aprova data única para eleição de conselheiros tutelares

CAE aprova projeto que prevê uso do FAT para remunerar estágios

Projeto na pauta da CE prevê uso de recursos do FAT para remunerar estágios

CCJ vota emenda que unifica data da posse de deputados estaduais

CCJ examina emenda que unifica data da posse de deputados estaduais

Agripino pede data-limite para eleição de presidentes das comissões