PSDB escolhe Serra e FHC apela por aliança









PSDB escolhe Serra e FHC apela por aliança
Em mensagem lida, presidente pede que partido mantenha a unidade política do governo .

O presidente Fernando Henrique Cardoso em mensagem lida ontem na pré-convenção do PSDB, em Brasília, que escolheu o ex-ministro José Serra como candidato do partido à Presidência da República, manifestou esperança de que o partido seja capaz de manter a aliança política do seu governo na campanha presidencial.
A aliança envolve o PFL, que lançou a governador do Maranhão, Roseana Sarney, como candidata, e o PMDB, que ainda não definiu se acolhe a candidatura do governador de Minas, Itamar Franco, se lança nome próprio ou se junta a Serra, o candidato do governo.

"Espero que tenhamos a humildade e a competência política para manter a aliança que vem dando sustentação ao governo", disse Fernando Henrique, que estava ontem em Varsóvia, capital da Polônia, na mensagem lida pelo presidente do PSDB, José Aníbal. Para Fernando Henrique, o Brasil precisa da vitória do PSDB. O presidente se disse tranqüilo e confiante ao ver o seu partido colocar na rua a candidatura à sua sucessão.
O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, apresentou em seu discurso de encerramento da pré-convenção do partido os sete compromissos que assumirá caso seja eleito. São eles: compromisso com a verdade, trabalho, desenvolvimento, justiça social, redução das desigualdades regionais, segurança pública e democracia.

Serra prevê uma campanha eleitoral dura e deixou um recado aos demais pré-candidatos: "Os tucanos não sabem fazer jogo baixo na política, nem chantagem."

O PSDB agora aguarda uma definição do PMDB e PFL quanto ao lançamento de seus candidatos ou à formação de uma aliança em torno da candidatura tucana. A definição ficou ainda mais difícil no caso do PFL, já que Roseana Sarney, de acordo com a pesquisa da Datafolha, divulgada neste fim de semana, está, pela primeira vez, em empate técnico com o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

O ninho tucano tentou mostrar unidade. Apesar de bastante atrasado, o governador do Ceará, Tasso Jereissati, que tentou sem êxito disputar a preferência do partido contra Serra, compareceu à pré-convenção. A presença era esperada para mostrar que o partido está unido em torno de Serra.

Em rápido discurso, de menos de cinco minutos, o governador afirmou que nenhuma demanda pessoal pode estar acima do objetivo do PSDB, que é o de levar Serra à Presidência da República. "O momento é importante e o projeto é definitivo", afirmou o Jereissati , ao lado de Serra.


Lula diz que vitória não isola Brasil
"O Brasil não ficará isolado (do mundo) se o PT ganhar a Presidência da República, pois nenhum capitalista investe em um país de acordo com seu regime político". Esta foi uma das principais mensagens que Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à sucessão presidencial, tentou passar em uma entrevista que ocupou duas páginas na edição de ontem do jornal de maior circulação e influência da Espanha, o El País.

Classificado pelo jornal espanhol como o "eterno candidato da esquerda brasileira" à Presidência do Brasil, Lula declarou que, em caso de vitória do PT nas eleições de outubro, a relação entre o País e os investidores estrangeiros não estará ameaçada. O líder do PT lembrou que a China, apesar de seu regime, é um dos mercados preferidos pelos Estados Unidos.

Refletindo uma das preocupações dos empresários espanhóis que fizeram volumosos investimentos no Brasil nos últimos anos, o El País questionou sobre a possibilidade de que um futuro governo do PT reverta as privatizações realizadas no País. Lula afirmou que o Estado não tem dinheiro para recomprar empresas que foram privatizadas.

Mesmo diante das garantias dadas por Lula, o jornal espanhol questiona: "Está preparado o gigante latino-americano (o Brasil) para eleger um presidente claramente de esquerda, que certamente intranqüiliza Washington?".


Rio define hoje como será guerra à dengue
A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) define hoje quais serão as áreas onde os 1.300 militares do Exército e da Marinha vão atuar, no Rio, para combater focos do mosquito Aedes aegypti, o transmissor do vírus da dengue. A operação, que começa no próximo dia 6, é um reforço ao trabalho dos 1.044 agentes da Funasa que estão no Rio de Janeiro desde o início de fevereiro para tentar barrar a epidemia de dengue – até a última sexta-feira o estado contabilizava 39 mil casos da doença e 17 mortes.

O roteiro dos militares será definido com base em um levantamento da Secretaria Municipal de Saúde sobre os bairros recordistas em casos da doença e em infestação pelo mosquito.

Na sexta-feira, durante uma reunião entre representantes da Funasa e das Forças Armadas, ficou definido que os militares não combaterão o mosquito em favelas. Além de perigosos, favelas e morros da cidade já têm agentes comunitários que fazem o combate aos focos do mosquito, segundo informa a secretaria. O treinamento dos militares começa na quinta-feira.


Homem seqüestrado pede ajuda pelo celular
Um homem foi libertado ontem de um seqüestro depois que conseguiu telefonar para a polícia, usando um aparelho celular, de dentro do porta-malas do carro onde foi colocado. Nouridim Leandro, 50 anos, foi abordado por quatro bandidos em um terreno em Caieiras, na Grande São Paulo, onde iria fazer um negócio com sua retroescavadeira.

Depois de renderem e agredirem a vítima, os seqüestradores o prenderam no porta-malas de um Monza. Uma outra pessoa fugiu roubando sua máquina. Quando o carro começou a andar, Leandro conseguiu telefonar para a polícia, que o localizou e iniciou uma perseguição. Três bandidos foram presos e Leandro libertado, sem ferimentos.

Também na Grande São Paulo, a Polícia Militar estourou um cativeiro, sábado, por volta das 21 horas, no município de Rio Grande da Serra, na região do ABC. Aparecida Carmo da Silveira, de 61 anos, é dona de um mercado e havia sido seqüestrada na segunda-feira quando saía de sua casa, no município de Mauá.
Os policiais militares prenderam dois homens no cativeiro e um terceiro foi detido depois que a Polícia Civil entrou no caso. Os criminosos podem pegar pena de 18 a 20 anos de prisão.


Saldo do FGTS poderá ser pago em maio
O Ministério do Trabalho decidirá nesta semana se vai antecipar o pagamento da correção dos saldos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS ) devido às perdas dos planos econômicos – Verão e Collor 1 – e o envio de extratos aos trabalhadores com as informações de quanto têm a receber. A lei que estabelece as regras do acordo para pagamento da dívida marcou para abril o encaminhamento das informações.

A Caixa Econômica Federal já tem as informações sobre 80 milhões de contas que administra ou que estavam pulverizadas entre várias instituições financeiras na época dos planos econômicos – 989 e 1990.

Pela lei, a correção dos saldos será feita em junho para 54 milhões de contas. A proposta em estudo é antecipar o pagamento do reajuste para maio. Nesse caso, a decisão dependerá principalmente da arrecadação do FGTS em janeiro e neste mês.

Números preliminares indicam que o resultado é animador. A receita líquida está acima do esperado, embora a arrecadação das contribuições devidas pelas empresas tenha ficado aquém do previsto.


Empresários brasileiros vão à Argentina
Uma missão de empresários brasileiros acompanhará o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, a uma viagem à Argentina em meados de março. O objetivo é acertar uma agenda para tratar dos pontos q ue hoje emperram o comércio entre os dois países.

Eles também discutirão estratégias de interesse comum, como a integração dos parques produtivos dos dois países e a participação de empresários argentinos nas missões brasileiras ao exterior na busca por novos mercados – como a missão à China, em abril.

Amaral afirmou que, no que depender do governo brasileiro, a ampliação do Convênio de Crédito Recíproco (CCR) poderá entrar em vigor imediatamente.

Esta medida ajudaria a reestabelecer o fluxo de pagamentos das importações e exportações entre os dois países.

Segundo Amaral, o risco comercial (ou seja, de não haver pagamento) não ficará mais sob responsabilidade do Banco Central. Ele será arcado pela Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE).


Artigos

Folhetos nos semáforos
José luiz Oliveira

Não se sabe exatamente quem é o pai, mas o monstrengo veio à luz e anda por aí à procura de vitaminas para evoluir e de braços que o acolha com o entusiasmo que não merece. Pela fragilidade com que veio ao mundo – ou melhor, às ruas de Brasília –, pode-se dizer que o pai não é lá essas coisas em termos de linhagem. Concebido irresponsavelmente, o que não é nenhuma novidade em chão pouco receptivo à seriedade, esse monstrengo tenta sobreviver com uma fórmula eficiente, a preservação de Brasília, mas de tal forma manipulada nos laboratórios políticos da oposição que o princípio ativo perdeu eficácia.

Falo desta proposta estapafúrdia de proibir a entrega de folhetos de propaganda nos semáforos de Brasília, atividade que cresceu extraodinariamente nos últimos anos e se transformou em fonte de renda para muita gente sem vaga no mercado formal de trabalho. É inegável o desconforto de parar no sinal e dar de cara com aquela profusão de mãos e papéis em sua direção. Uns, mais educados, perguntam se você aceita; outros vão enfiando pela janela adentro. No fim do dia o carro está cheio.

Mas não é esse desconforto que alega o desconhecido pai da idéia para justificar a proibição. E se alegasse seria absurdo tão grande quanto esse de que os folhetos espalhados pelas ruas descaracterizam a cidade, patrimônio cultural da humanidade. A sujeira descaracteriza tudo. Para acabar com ela é preciso mudar os hábitos. Mais vassouras e sacos de lixo, por exemplo. Não se acaba com a poeira de casa decretando o fim da circulação de automóveis ou construindo inviáveis barreiras contra o vento. O que acaba com a poeira é água e sabão.

No caso dos folhetos, não se tem notícia de caos na cidade. Parece que o serviço de limpeza anda dando conta do recado. Mesmo porque o brasiliense, consciente de seus deveres de cidadão, colabora. Está se tornando hábito o motorista carregar saquinhos para depositar o lixo.

Há coisas mais sérias com que se preocupar. Os preservacionistas de plantão, senhoras e senhores que buscam notoriedade a qualquer custo, poderiam ter um lampejo de criatividade para, ao menos, desviar os olhos dos entregadores de folhetos e se fixar nos pedintes que se aglomeram nos semáforos durante o dia e à noite cedem a vaga para meninas se prostituírem. Ou nos assaltantes que atacam nesses locais. Fixar os olhos e ajudar a combater essas mazelas por meio de propostas sérias, sem a demagogia que costuma caracterizar esse tipo de ação, é o mínimo que se espera de gente que fala tanto em preservar Brasília e sua qualidade de vida.
Acabar com a renda de um punhado de jovens numa cidade com milhares de desempregados não é o caminho. É burrice.


Editorial

TRINTA DIAS DEPOIS

Um mês depois de ser aplicada em Ceilândia, a Lei Seca, medida que antecipa o horário de fechamento de bares, quiosques e similares, com a proibição de vendas de bebidas alcoólicas, começa a apresentar os primeiros resultados. O número de ocorrências policiais diminuiu em mais de 29% e a violência caiu. Outras cidades submetidas à Lei Seca também apresentaram resultados semelhantes ou ainda melhores.

Quando foi anunciada pelo governo, a Lei Seca provocou várias reações. A mais comum era, é claro, dos próprios comerciantes, que temiam prejuízos com a medida. Mas havia também as pessoas que apontavam a Lei Seca como arbritrária, além de ineficaz. Hoje, os próprios comerciantes reconhecem que a segurança na cidade aumentos e reivindicam, apenas, maior tolerância no horário de fechamento nos fins de semana. Já os que acusavam a lei de ser ineficaz, se calaram.

O fechamento mais cedo de bares em áreas residenciais, principalmente, era uma antiga reivindicação da própria comunidade, que sabia melhor do que ninguém que o consumo excessivo de álcool e a violência estavam intimamente associados na cidade. O governo prepara-se, agora, para estender a medida a outras cidades e a áreas específicas em todo o DF em que os níveis de violência tenham chegado a um ponto crítico. Não há dúvida de que receberá o apoio de toda a comunidade do Distrito Federal.


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02/25/2002


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