Aliança contra Lula vai atrapalhar Serra







Aliança contra Lula vai atrapalhar Serra
Favoritos em seus partidos, Roseana e Jarbas acertam com Tasso uma frente única contra a oposição .

A decisão de buscar um candidato único do PSDB, PMDB e PFL, tomada ontem pelos governadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Roseana Sarney (PFL-MA) partiu de uma constatação comum: o favoritismo do pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, à presidência da República, que poderá resultar na sua eleição em 2002. Na avaliação dos três governadores, a chance de Lula ganhar as eleições tornou-se concreta e, segundo eles, o petista nunca esteve tão próximo da vitória. "Não vamos jogar fora todas as conquistas feitas até agora pelo presidente Fernando Henrique Cardoso", afirmou Tasso Jereissati, deixando claro que, por isso, é preciso prevalecer o bom senso na base aliada.

"Não tem sentido que pessoas com as mesmas idéias e propostas entrem na disputa apenas para atender projetos pessoais", ressaltou Jereissati. "Desunidos, não vamos chegar a lugar nenhum", completou Jarbas Vasconcelos, que ficou encarregado de discutir a proposta da candidatura comum com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Tanto o PFL como o PMDB já aprovaram em convenção a proposta de candidatura própria à sucessão presidencial. O principal problema no PMDB reside nos pré-candidatos lançados como o governador Itamar Franco (MG) e o senador Pedro Simon (PMDB-RS).

"Itamar não é problema do PMDB. É problema de todos os partidos", reagiu Jarbas, não escondendo sua aversão ao governador mineiro. Para iniciarem a negociação com as direções partidárias com o objetivo de consolidar a candidatura única do PMDB, PSDB e PFL, os governadores decidiram também não disputar entre eles a sucessão presidencial. Na prática, está embutido aí um outro sentido - segundo muitos o principal - da aliança entre os três:

Se eles fixam um pacto entre si, excluindo porém outros candidatos de seus partidos, deixam de fora o mais notável ausente do encontro, o ministro da Saúde José Serra, que disputa a legenda do PSDB com Tasso.
Como querem mais tempo para a escolha de candidato, também atrapalham Serra, que se beneficiaria do respaldo do Planalto em caso de decisão mais rápida.
No entanto, a definição de nomes, caso a aliança seja reeditada em 2002, será em outra etapa. " Não fixamos prazo, mas estabelecemos um pacto de consulta permanente entre nós", disse Roseana, a anfitriã do almoço.

Eleição não interessa a 76,8%

A população só mostra desinteresse e desconhecimento a respeito das eleições do próximo ano. Essa é a principal conclusão de uma pesquisa do Instituto Vox Populi. O instituto ouviu 3.582 pessoas em 196 municípios, entre os dias 22 e 25 de setembro. Dos entrevistados, 76,8% disseram que não se interessam pelo assunto. A falta de conhecimento fica ainda mais evidente quando se pergunta o que o eleitor conhece de cada um dos nomes apresentados.
Mesmo candidatos supostamente conhecidos não passam no teste. Ciro é pouco conhecido por 65,8% dos pesquisados, enquanto Itamar, que já foi presidente, fica com 46,8%.


Polícia Federal busca gravação sobre propina
Ministro da Saúde pediu investigação sobre denúncia de extorsão que se atribui a lobista do DF.

A Polícia Federal investiga em sigilo, desde o dia 27 de setembro, a existência de uma fita contendo gravação de conversa de assessores do ministro da Saúde, José Serra, que estariam tentando extorquir dinheiro de representantes de laboratórios. A fita estaria em poder de Alexandre Santos, famoso lobista da cidade, que presta assessoria ao laboratório Novartis – notícia divulgada ontem pela coluna Cláudio Humberto no Jornal de Brasília.

Após os comentários chegarem aos ouvidos do ministro, entretanto, Santos negou ter as gravações. A polícia, que chegou a apreender fitas do lobista, também não encontrou qualquer conversa de funcionários do Ministério e o caso acabou apenas por demonstrar os fortes interesses que rondam o setor de medicamentos e as armas – nem sempre legais – utilizadas.
De acordo com o inquérito sigiloso, a que o Jornal de Brasília teve acesso, no dia 19 de setembro, o chefe da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Saúde, João Roberto Vieira da Costa, recebeu a informação de que Santos estava em poder de duas gravações. Uma teria ocorrido no restaurante Trastevere, durante conversa entre o secretário de Assistência à Saúde, Renilson Rehem, o assessor de imprensa do ministro em São Paulo, Luiz Roberto Barradas, e um representante de laboratório. Na conversa, segundo o lobista, os dois funcionários teriam pedido dinheiro em nome do ministro Serra.

A outra suposta gravação teria novo pedido de propina, dessa vez feito pelo diretor de Programas Estratégicos, Platão Fischer, a outro representante de laboratório. A conversa, de acordo com Santos, teria acontecido no interior de Minas Gerais. "Nunca jantei com dono de laboratório, muito menos em Minas", desabafou Fischer. "Estou numa posição, dentro do Ministério, que desagrada muita gente".

Quando foi procurado pelo chefe da Assessoria de Comunicação, o lobista mudou o tom da conversa. Disse que, na verdade, não tinha a fita, mas apenas havia ouvido falar das gravações e decidiu "alertá-lo". Procurado pelo Jornal de Brasília, Santos não retornou às ligações.
No dia 28 do mês passado, a Justiça Federal emitiu o pedido de busca e apreensão de quaisquer fitas em poder de Santos. Depois de nada ter sido encontrado, restou apenas uma coincidência: na época em que o lobista comentou sobre as gravações, o laboratório Novartis, assessorado por ele, estava em plena queda-de-braço com o Ministério da Saúde. Em negociação para lançar o remédio Glizec, que combate a leucemia, o laboratório era pressionado por Fischer para baixar seu preço.

No currículo, muitas vitórias
Há quatro anos comandando a seção de Programas Estratégicos do Ministério da Saúde, Platão Fischer acumulou no currículo brigas que poucos enfrentariam. Só a quebra de patente do remédio Nelfinavir, do laboratório Roche, possibilitou ao governo a economia de US$ 35,2 milhões por ano. Foi Fischer também o responsável pela diminuição de 70% no preço de dois medicamentos do coquetel antiaids, da americana Merck Sharp and Dome, que também estava ameaçada de perder a patente no País.

O combate contra o monopólio dos laboratórios, o incentivo à produção de genéricos e ao aumento de concorrência na indústria farmacêutica fez de Fischer um dos principais responsáveis pela diminuição brutal de gastos do governo com a compra de medicamentos. Nos últimos quatro anos, o Ministério deixou de gastar R$ 493 milhões com a diminuição de preços em 27 remédios. Em 1998, a unidade do Lamivudina, usado no tratamento de Aids, custava ao governo R$ 2,78. Hoje, o mesmo remédio é comprado a R$ 0,63.

Enquanto isso, o número de doentes atendidos cresceu. Um exemplo é que, em 1999, 173 mil diabéticos recebiam remédios gratuitos pelo sistema público de saúde. Um ano depois, o número de pacientes passou para 550 mil. A política agressiva do Ministério em relação aos laboratórios certamente ainda incomoda alguns. "A gente só consegue peitar a indústria farmacêutica dessa forma porque não usa de artifícios, como o pagamento de propina", disse Fischer. "Os próprios laboratórios preferem a dureza nas negociações porque tudo fica às claras".


Lula promete: vai acabar com a fome
O presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem que o problema da fome no País poderá ser resolvido em quatro anos, duração presumível de seu mandato. "Primeiro vamos combater a fome depois vamos exportar", disse, durante o lançamento o ficial do Projeto Fome Zero, sua principal plataforma de campanha. "O problema não é de dinheiro, mas de prioridade", avaliou Lula,


Suplicy acena com alternativa melhor
De terno social e sandálias de couro, com os dois pés machucados – "pisaram muito nos meus dedões durante o Círio de Nazaré, em Belém" –, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi a voz discordante ontem no lançamento do Projeto Fome Zero. Para Suplicy, é um erro usar cupons de alimentação. "As pessoas preferem decidir sozinhas o que vão consumir", afirmou.


Mais tempo para a nova bola da vez
A reunião do Conselho de Ética do Senado, na qual seria lido o parecer da senadora Heloisa Helena (PT-AL) que pede a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra Luiz Otávio (PPB-PA), foi cancelada. A sessão estava marcada para às 17h de ontem, mesmo horário da sessão da Comissão de Relações Exteriores que examinou a indicação do ex-ministro Andrea Matarazzo, para ocupar a Embaixada do Brasil na Itália.


Benedita sacrifica Senado por partido
A vice-governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), anunciou ontem que vai assumir o governo do Estado a partir de abril de 2002, caso se confirme a saída do governador Anthony Garotinho (PSB), para disputar a Presidência da República. Benedita vinha protelando sua decisão, pois seu desejo era concorrer a uma vaga no Senado. Porém, acabou cedendo aos interesses da direção nacional do PT, que quer um palanque no Rio.


Greve da UnB perto do fim
Servidores ainda fazem exigências e FHC reúne hoje líderes da base governista para tentar acordo.

Em mais uma rodada de negociações ontem com o governo, servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília e de outras 51 instituições federais de ensino superior em greve não chegaram a um acordo. Mas o movimento está mais próximo de chegar ao seu final.
Hoje, 'as 9h30, o presidente Fernando Henrique Cardoso se reúne, no Palácio do Planalto, com o ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, e com os líderes da base governista no Congresso, para uma negociação que possa encerrar a greve, impedindo a perda do semestre letivo e garantindo a realização do vestibular, marcado para janeiro de 2002, nas universidades federais.

Há 115 dias parados, os 89 mil servidores já conseguiram a promessa do Ministério da Educação de incorporar 100% da Gratificação Executiva (GAE) aos salários da categoria.
Apesar do avanço obtido, na reunião de ontem com a secretária de Educação Superior, Maria Helena Guimarães de Castro, os servidores disseram que só voltam ao trabalho se quatro itens considerados vitais para a categoria forem atendidos.

O primeiro deles é o pagamento dos salários de setembro, retido pelo governo.
Para por fim a greve, a categoria também reivindica a aprovação de projeto de lei no Congresso que garanta a incorporação de 100% aos salários. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Agnaldo Fernandes, em cinco acordos fechados pela categoria com o MEC desde 1995, nenhum foi cumprido.

Os servidores querem ainda que o Ministério da Educação garanta a destinação, ainda este ano, de R$ 500 milhões para gastos com salários, incluindo os professores universitários. Desse total, o MEC só pretende liberar R$ 476 milhões. Os outros R$ 26 milhões seriam retidos a título de fundo de reserva.
Os servidores não concordam e reivindicam, além da transposição dos R$ 500 milhões de 2002 para 2001, a liberação dos R$ 26 milhões.

O sindicato dos servidores informou, após a reunião no Ministério da Educação, que apenas 53% dos recursos previstos no orçamento para gastos totais com pessoal e encargos em todos os níveis de ensino para 2001 foram gastos até o momento. Estariam ainda disponíveis 4,5 bilhões.
O sindicato obteve a informação junto a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.


Artigos

Mora na filosofia
Cláudios Lysias

O presidente Fernando Henrique Cardoso, professor e sociólogo, vetou o projeto, aprovado pelo Congresso, que tornava obrigatória a inclusão das disciplinas de sociologia e filosofia no currículo do Ensino Médio. O presidente atendeu à recomendação do MEC, que alegou não haver recursos para a contratação de professores. O veto se deu na semana em que o mundo, ainda perplexo e desorientado, começou a descobrir que o século XXI, o esperado Terceiro Milênio, aproxima-se, em alta velocidade, de uma situação típica de demência coletiva e irrecuperável, onde Hollywood perdeu definitivamente a vez para os roteiristas do mundo real.

Numa hora dessas, disciplinas que provocam o espírito crítico dos adolescentes, dando-lhes instrumentos para interpretar a realidade, são a riqueza maior de qualquer sistema de ensino. A sociologia ainda pode ser compensada por outras disciplinas, como história, mas a filosofia e, mais propriamente, a história da filosofia, é imprescindível para a formação de um adolescente. O estudo da filosofia é um excelente mediador para o entendimento do mundo e da existência, mesmo numa época em que essas coisas parecem fora de moda. Mas como Osama bin Laden e sua trupe quiseram tornar o mundo ainda mais incompreensível, além de louco, abrir portas e oportunidades para que alunos do ensino médio participem da reflexão sobre isso parece ser uma das funções do ensino moderno. Não é o que pensa o MEC.

Mas não é apenas o governo que se mostra insensível ao vetar o ensino de disciplinas importantes. Quando o projeto foi aprovado no Congresso, uma repórter de TV foi perguntar a pais de alunos de escolas particulares se estavam dispostos a pagar um pouco mais para que seus alunos tivessem aulas de filosofia e sociologia. O resultado foi o esperado, ou seja, foi decepcionante. Tentar entender o mundo não é, para a maioria das pessoas, uma aspiração legítima.

Fiz o Curso Clássico, numa época em que se escolhia, no Ensino Médio, entre o Clássico e o Científico. Estudava no no Liceu Nilo Peçanha, em Niterói, Rio de Janeiro. Todo o dia pegava a barca para assistir às aulas. O Liceu, naquela época, lutava bravamente contra as novas diretrizes da ditadura militar. Havia perdido vários professores, mas ainda era uma bela escola, embora já limitada pelas circunstâncias. Durante um semestre, porém, as coisas mudaram. Tivemos aulas de filosofia com um professor jovem, recém-chegado de Paris, que ganhava quase nada. Nos três primeiros meses, estudamos filosofia grega e história da filosofia. Nos outros três, Voltaire, Rosseau e Jean-Paul Sartre, principalmente. As aulas de filosofia eram as mais concorridas do Liceu, disputadas por alunos de outras séries.

Eram aulas alegremente aleatórias e sem método definido, como poderiam ser as de hoje, mas depois delas o interesse dos alunos pelas demais disciplinas aumentou 100%, segundo avaliação da própria escola. Foram dias luminosos. Se ficamos melhores ou piores, não sei. Mas mudamos, e era isso o que importava. Aprendemos a pensar e a dar valor ao conhecimento, chave mestra para qualquer crescimento pessoal e profissional.


Colunistas

Claudio Humberto

DNER ignora denúncias
Um engenheiro do DNER no Maranhão, Sebastião Luna, fez denúncias graves contra a autarquia, mas a comissão de inquérito do ministro Eliseu Padilha (Transportes) não parece empenhada em apurar. Luna foi proibido de mostrar provas e, embora tenha se colocado à disposição para uma acareação, até agora, nada. Criada há 85 dias, a comissão sequer visitou os locais dos "serviços" pagos e não realizados. Ele agora apelou à ministra Anadyr Rodrigues, corregedora-geral da União.

Usina de mutretas
Como se não bastassem os problemas do governador José Ignácio Ferreira, sob ameaç a de impeachment, o Tribunal de Contas da União decidiu investigar maracutaias na Secretaria de Educação capixaba. As denúncias foram formalizadas no TCU pelo ex-governador Max Mauro.

Alma do negócio
Só para mostrar que os adversários têm razão, quando afirmam que ele não passa de marqueteiro, o ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário) contratou a agência de propaganda Colucci e Associados para torrar R$ 2 milhões e 695 mil até dezembro próximo. Será uma farra.

Uma grande encrenca
Além do processo na 10ª Vara Federal, revelado nesta coluna, sobre gravação de assessores do ministro José Serra (Saúde) extorquindo empresários, o lobista Alexandre Santos pode enfrentar processos por danos morais dos citados, como Platão Puhler – respeitado médico de Uberlândia (MG) encarregado de comprar remédios para o ministério.

Os métodos do lobista
Alexandre Santos representa o fabricante de um "teste rápido" de diagnóstico da Aids, sem registro oficial. Como não consegue vender o produto ao Ministério da Saúde, segundo um assessor de Serra, o lobista resolveu "apelar", por meio da pressão e da chantagem. Ou de amigos na Justiça para paralisar licitações públicas que não tem chance de ganhar.

Um susto daqueles
A.F. trabalhava sossegado quando agentes da Polícia Federal invadiram a sua empresa, no Setor de Indústria e Abastecimento, em Brasília, à procura da gravação da extorsão envolvendo assessores do ministro da Saúde. A.F. quase teve um infarto, mas logo se esclareceu: deram à PF o endereço errado do lobista Alexandre Santos, o verdadeiro procurado.

Pensando bem...
...o argentino Fernando pode ir procurando o caminho "De la Rúa".

Fumante inconveniente
Ontem, às 14h30, um barbudo entrou fumando malcheirosa cigarrilha no elevador do Anexo II da Câmara dos Deputados. Alguém se queixou ao ascensorista, que deu de ombros: "Quem vai fazer ele apagar?"
Tanto o funcionário quanto Luiz Inácio Lula da Silva, o tal barbudo, ignoram que a lei 9.294/96 proíbe fumar em recinto coletivo.

Missão secreta
Crescem as viagens internacionais de arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). As autorizações para que os 007 se ausentem do País têm sido publicadas no Diário Oficial, identificando-os perfeitamente. Só falta desembarcarem em Cabul usando crachás de "agente secreto".

Lamúrias de Calmon
Deputados baianos assistiram, embevecidos, ao depoimento do ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá à CPI do Proer. Benito Gama (PMDB), que deseja governar a Bahia, parecia emocionado ao ouvir o ex-dono do Banco Econômico contar que a sua fortuna de US$ 300 milhões foi reduzida em US$ 170 milhões pelos malvados do Banco Central.

Dr. Osama
Ao fazer mais um discurso da Câmara, o deputado Dr. Rosinha (PT-PR) acabou não sendo levado a sério. É que um colega chamou a atenção para sua incrível semelhança com Osama bin Laden, por causa da barba, que nunca esteve tão grande, e as gozações não cessaram.

Tietagem petista
O líder do bloco de oposição no Senado, José Eduardo Dutra (PT-SE), esteve entre os felizardos que foram ao show do guitarrista Eric Clapton, na Praça da Apoteose, no Rio. Cantarolava feliz – certamente não pela camisa do Botafogo, que vestia, mas pela namorada, que não largava.

Agoraéquestão
Finalmente a Rede Globo tem um repórter em algum lugar da Ásia Central terminado em ão.

Mercomosquito
Estamos pagando mico com nosso vizinho. O ministério da Saúde argentino determinou que quem entrar ou sair do Brasil pela fronteira terá que ser vacinado contra a febre amarela. Os sintomas são iguais aos da dengue, mas a doença é aquela dos tempos de Oswaldo Cruz, lembram?

Vade retro
O ex-prefeito Celso Pitta, que se filiou ao nanico PSL, precisa de pelo menos 280.000 votos para se eleger deputado federal, como pretende. Por isso, mandou um emissário sondar o seu criador, Paulo Maluf, sobre a possibilidade de uma coligação com o PPB. A resposta foi "não".

Poder sem pudor

Portugueses, cá e lá
Durante muitos anos o deputado Paulo Pinheiro Chagas, que foi líder dos governos Jânio Quadros e João Goulart, contou a história que viveu numa visita a Lisboa. Na ocasião, ele resolveu puxar conversa com o motorista do táxi que o levava a um restaurante:
– No Brasil, há muitos portugueses...
O taxista ressaltou:
– Ah, senhor doutor, por aqui se passa o mesmo!...


Editorial

Os assentamentos

O governador Joaquim Roriz, o vice, Benedito Domingos, e a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Ivelise Longhi, viajaram ontem para Caracas, capital da Venezuela, para participar da 10ª Reunião de Ministros e Autoridades do Setor Habitacional da América Latina e Caribe. O Distrito Federal é um dos convidados para apresentar e trocar informações sobre programas habitacionais que deram certo no continente.

Brasília vai apresentar os programas de assentamento que foram a origem de cidades como Samambaia, Recanto das Emas e Santa Maria, destinados a atender a classe baixa e que, com o tempo, transformaram-se em cidades com vida própria e infra-estrutura.
Nunca é demais lembrar que, antes desses programas de assentamento, Brasília era uma das cidades brasileiras condenadas a desenvolver favelas semelhantes às que se multiplicam pelo Rio e São Paulo, locais sem assistência, saneamento ou perspectiva.

Mesmo assim, houve gente que condenou esses programas por serem eles "eleitoreiros e populistas". Hoje, com o reconhecimento internacional da ONU e outros organismos, esses assentamentos são finalmente encarados como iniciativas que não deram apenas habitação, mas também cidadania e auto-estima.


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10/17/2001


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