PSDB reforça campanha de Sérgio Guerra para senador







PSDB reforça campanha de Sérgio Guerra para senador
Programa do partido na TV tenta levantar candidatura do secretário

O PSDB fugiu ao estilo dos programas partidários gratuitos exibidos em rede de televisão até agora. A peça publicitária que foi ao ar na noite de ontem não fez ataques a outras legendas. Os 20 minutos a que o tucanato tinha direito também não foram usados para massificar a imagem do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). O destaque foi para o secretário de Desenvolvimento Urbano e Projetos Especiais, Sérgio Guerra, que ocupou boa parte do tempo disponível. O virtual candidato ao Senado figurou em seis intervenções, estampando seu rosto por aproximadamente 4 minutos. O presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, fez duas aparições.

Guerra ganhou espaço e falou sobre o patrimônio político do PSDB no Estado - com 11 deputados estaduais e cinco federais - e enumerou projetos de sucesso executados no Estado. Lembrou que é o seu partido - "um partido sem dono", segundo ele - que está à frente de projetos como o da Transnordestina. E ressaltou o trabalho da sua secretaria ao resolver problemas metropolitanos, como o do lixo. Os comentários do secretário foram estrategicamente distribuídos por todo o programa, entrelaçados entre imagens de trabalhadores atuando em obras como a do Aeroporto dos Guararapes e a BR-232.

DEPOIMENTOS - Para ratificar a participação do PSDB no desenvolvimento de Pernambuco, foram utilizados depoimentos do presidente da legenda, deputado Augusto César; e os deputados federais José Múcio, Luiz Piauhylino e Carlos Batata. Os tucanos não esqueceram que este é um ano pré-eleitoral e, por isto, afagaram o ego dos deputados estaduais, citando um a um, mostrando as suas imagens. Dois prefeitos - Manoel Botafogo, de Lagoa do Ouro; e Cida Laurentino, de Passira - foram convidados para participar do programa. O ex-prefeito do Recife Roberto Magalhães, reforçou os elogios ao projetos estaduais.

O presidente Fernando Henrique Cardoso usou um tom de pronunciamento oficial para se dirigir "aos pernambucanos". No seu discurso, ele frisou que o Governo Federal tem feito importantes investimentos noEstado. Citou como exemplos os recursos para rodovias, o Porto de Suape e a Adutora do Oeste. Disse também que tem investido em programas sociais, em parceria com o Governo do Estado. A Executiva estadual foi além: ao longo do programa apresentou números para demonstrar os resultados de ações da gestão de Fernando Henrique Cardoso na área social.


Oposição discute programa de Governo
Adversários de Jarbas participam de seminários sobre a situação política, econômica e social de Pernambuco

Os partidos de esquerda estão começando a costurar um programa de governo para enfrentar o candidato do Palácio das Princesas na eleição de 2002. O mote para o alinhamento da oposição será desenhado a partir de uma série de seminários coordenado pela Fundação Perseu Abramo, que é ligada ao PT. A idéia é discutir coletivamente com os pré-candidatos da chapa majoritária os problemas de Pernambuco, fazendo uma análise da situação política, econômica e social do Estado. No final dos trabalhos será apresentado um documento conjunto propondo soluções.

O ciclo de debates foi batizado pelos organizadores do evento de Pensando Pernambuco. Ele tem início no dia 10 de dezembro e está programado para terminar em março do próximo ano. O local do primeiro debate, no entanto, ainda não foi definido. Ao todo serão realizados cinco encontros, sendo o primeiro este ano e os quatro restantes em 2002. "A idéia é promover uma ampla discussão sobre Pernambuco. Será discutida a situação social eeconômica do Estado. Abordaremos por exemplo questões sobre a água, o saneamento e a geração de emprego e renda", comentou a representante da Perseu Abramo no Estado, Sueli de Oliveira.

De acordo com ela, o primeiro encontro servirá também para levantar os temas que serão discutidos nos próximos seminários. Quanto aos caciques dos demais partidos de oposição, pelo visto decidiram deixar as desavenças políticas de lado para participar dos debates. Estão na lista dos confirmados os senadores Carlos Wilson (PTB) e Roberto Freire (PPS), o prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra (PPS), o deputado estadual José Queiroz (PDT), o deputado federal Eduardo Campos (PSB) e o secretário de Saúde do Recife, Humberto Costa (PT).

Os políticos convidados terão direito a vez e voz, podendo sugerir e opinar na elaboração do documento que será apresentado final do encontro. "Todos terão o mesmo peso, independente de ser ou não do PT", afirmou Sueli. O encontro será aberto pelo prefeito do Recife, João Paulo (PT), e a mesade debates será coordenada pela novo presidente do diretório estadual do PT, Paulo Santana. Em sua avaliação, os seminários têm como perspectiva central a construção de um programa de governo. "Para que a unidade aconteça é preciso termos um programa construído coletivamente", afirmou.

O presidente da Câmara do Recife, vereador Dilson Peixoto (PT), acredita que o seminário trará resultados concretos para a Frente de Esquerda conseguir enfrentar o candidato da aliança PMDB/PFL/PSDB. "Nossa idéia é criar uma plataforma para Pernambuco. Encontraremos o consenso para o diagnóstico dos problemas que o Estado vive, alinhavando algumas idéias se superação desses problemas, a partir da ótica da esquerda", assegurou.


TCU vota relatório da 232 e deve aprová-lo
A oposição de Pernambuco deve perder "poder de fogo" a partir de amanhã, quando, finalmente, o relatório do processo que investiga possíveis irregularidades no edital da duplicação e recuperação da BR-232 será votado pelo pleno do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília. Os questionamentos levantados pelo Tribunal - fundamentos de inúmeras críticas e denúncias oposicionistas - devem ser esclarecidos. Conseqüentemente, o repasse de recursos federais para a obra será retomado, após seis meses de suspensão.

Segundo considerações de técnicos do Tribunal, a tendência é que o relator do processo, ministro Ubiratan Aguiar, aprove as explicações fornecidas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), concordando com o parecer da Secretaria de Controle Externo (Secex) do TCU em Pernambuco.

A Secex, que fez uma análise das informações do DER, concluiu que as suspeitas de irregularidades não se confirmaram e propôs que a proibição do repasse de dinheiro fosse derrubada. A análise dos profissionais do Tribunal apontam para a aprovação pelo fato de o voto do relator geralmente concordar com a decisão das secretarias estaduais.

EMENDA PARA O OGU - O parecer da Secex foi encaminhado ao gabinete do ministro Ubiratan Aguiar no último dia 16. A votação do relatório do "caso BR-232" na pauta da sessão do pleno de amanhã possibilitará que os deputados federais insiram na relação de emendas a serem apresentadas ao Orçamento Geral da União (OGU) de 2002, a que solicita R$ 35 milhões para a duplicação da rodovia. Os parlamentares já tinham advertido que só iriam levar a emenda para a votação caso o Tribunal concluísse que não havia irregularidades. As emendas serão votadas no dia 15 de dezembro.


Assembléia lança quatro perfis
A Assembléia Legislativa de Pernambuco lançou, ontem, outros quatro volumes da coleção Perfil Parlamentar do Século XX, que faz parte um projeto para preservação da memória legislativa apoiado pelo DIARIO. Os exemplares são biografias de Antônio Souto, escrito por Idelfonso Fonseca; Barreto Guimarães, de Graça Gouveia; Mário Melo, cujo autor é Homero Fonseca. E de Oswaldo Lima Filho, do jornalista Sérgio Augusto Silveira.

Eles fazem parte de uma série que resgatará a atuação de 22 ex-parlamentares perante os estudantes da rede pública estadual. Uma relação de mais de 400 nomes foi elaborada para que a seleção fosse feita. A filha de Mário Souto, Maria Gerusa, fez questão destacar a atuação do pai durante o seu mandato (1913- 1937), pela lisura como ele defendeu os bens públicos, sem jamais ter permitido que nenhum bem dos menores fosse desviado.

Osvaldo Barreto Guimarães, filho do ex-deputado Barreto Guimarães, aproveitou a solenidade para fazer uma crítica sobre o quadro político atual e valorizar seupai como exemplo de dedicação às causas públicas. O vereador do Recife, Clóvis Corrêa, representou o jornalista Mário Melo. Corrêa é sobrinho-neto do ex-deputado. E Oswaldo Lima Neto, representando a família de Oswaldo Lima Filho, fez um pronunciamento longo, lembrando a trajetória do seu pai.


Candidatos a vaga no Tribunal têm sabatina
Os candidatos à vaga deixada pelo desembargador Arthur Pio dos Santos no Tribunal de Justiça de Pernambuco vão ser submetidos hoje a uma sabatina pública pela Diretoria do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados de Pernambuco (OAB). A vaga é destinada à OAB, que ainda escolherá a lista sêxtupla, da qual sairão os três nomes - selecionados pelo TJ - que deverão ser encaminhados para apreciação do governador Jarbas Vasconcelos. É desta relação tripla que sairá o novo desembargador. A argüição ocorrerá às 9h, na sala do pleno do TJ, em sessão extraordinária.

Os concorrentes terão 10 minutos cada um, para falar sobre um tema a ser escolhido através de sorteio. Entre os assuntos estão "A importância das Prerrogativas do Advogado para à cidadania" e "O controle externo do judiciário e a Prestação Jurisdicional: entraves e soluções".

Do total de 19 candidatos inscritos, 11 foram aprovados. São eles: Carlos Eduardo de Vasconcelos, José Moreira de Andrade, Mário Neves Baptista, Vicente Moreno Filho, Walter Augusto de Andrade, Aurélio Agostinho da Boaviagem, Carlos Alberto Aquino Oliveira, Carlos Gil Rodrigues, Fernando Eduardo de Miranda Ferreira, Gilberto Gueiros Leite e José Carlos Cavalcanti de Araújo.

Oito candidatos, tiveram sua inscrição rejeitada pela diretoria do Conselho da OAB por não terem os requisitos formais. Porém, três recorreram da decisão e, hoje, antes da sabatina, o Conselho da OAB vai apreciar os recursos apresentados por eles - Antonio Renato Lima da Rocha, Gilberto Marques de Lima Neto e Maria do Carmo Araújo Comber.

Destes, apenas um será escolhido para participar da sabatina pública. Isso porque, de acordo com o Conselho da Seccional, doze é o número máximo para o debate no TJ. Portanto, dois dos três advogados que entraram com recurso, não serão incluídos na relação dos que participarão do debate.


Artigos

Afeganistão I - teoria das culturas
Nelson Saldanha

As recentes imagens da guerra no Oriente Médio levam a diversas reflexões. Guerra propriamente não: bombardeios cerrados e pesados sobre um povo pobre e imensamente mais fraco. Um povo pobre onde crianças passam fome e onde, já agora, escolas e hospitais se acham destruídos.

Um povo místico: e daí podemos começar nossas reflexões. A teoria das culturas, que foi elaborada entre finais do Século XIX e inícios do XX, por autores como Danilevski, Toynbee e Sorokin, demonstrou que a História não é uma sucessão linear e utilitária de progressos; mas é composta de diversos "ciclos" que correspondem às diversas culturas, formações que surgem e crescem e decaem. Cada cultura tem uma espécie de substância própria e não pode ser compreendida (ou "julgada") por algum detalhe: somente em sua integralidade. Assim o Egito, a Babilônia e a Grécia e mais outros casos na chamada Antiguidade; assim o "Ocidente" que Spengler e Toynbee entendem como tendo surgido mais ou menos no começo daimpropriamente denominada Idade Média. O Ocidente cresceu aproximadamente do Século IV ou V em diante, e se concentrou na Europa, mais ou menos dentro das lides do extinto Império Romano. Com o fim da Idade Média houve no Ocidente um conjunto de alterações, que trouxeram a História dita moderna: capitalismo, protestantismo, burguesia, secularização.

E veio a expansão do Ocidente, atravessando os oceanos, chegando à América (às Américas), à Oceania, à Africa. Apropriando-se ("por perigos e guerras esforçadas", diria Camões), dominando, colonizando. Destruindo os deuses astecas, levando o comércio à Ásia, trazendo negros escravos para o chamado Novo Mundo.

Enquanto isto, a imagem das culturas chinesa, indu e árabe (esta chamada "mágica" por Spengler), se misturava dentro do nome vago e genérico "Oriente": a História moderna, escrita sob o prisma do Ocidente, reduzia aquelas "outras" culturas a episódios históricos menos importantes, colocados ao lado da trajetória dos povos europeus e dos que se reuniram aeles. Principalmente os Estados Unidos.

A cultura chinesa posteriormente transformou-se. Praticamente encerrado o seu ciclo específico, reduzida a um vasto país feudal, veio a conhecer fundas alterações com a revolução comunista, que em parte manteve traços tradicionais, mas basicamente alterou seu perfil econômico-político.

Devo anotar de passagem que sempre apreciei em Spengler, o largo quadro histórico das culturas, entre elas o Ocidente; mas não sua simpatia pela expansão ocidental, com o elogio de Cecil Rhode, e com - na conclusão de sua obra maior - a idéia de uma salvação do declínio do Ocidente pala Alemanha ariana.

O aparecimento da teoria das culturas entre finais do oitocentos e décadas iniciais do novecentos, terá sido, para interpretar o fato nos termos da própria teoria spengleriana, um sintoma de declínio: o Ocidente, sem mais a antiga criatividade, remoendo teorias e repetindo experiências. Embora se agigantando nos planos militar e tecnológico.

E no Século XX, após a Segunda Guerra eoutras guerras menores, vieram crescendo o neoliberalismo e a globalização; veio crescendo o predomínio planetário do Ocidente. Na verdade, o predomínio dos Estados Unidos, chegados a um enorme avanço tecnológico, um extraordinário poderio militar e um incomparável poder econômico. Todo o resto do Mundo, diante de tal predomínio, reduzido a limitações insanáveis.

Não sei se ainda existe o "Ocidente",descaracterizado na medida mesma de sua grande expansão. Mas os povos do "Oriente", que não cresceram em técnica nem em poder financeiro, continuam carregando em sua alma a fé e a tradição.


Colunistas

DIARIO Político

O medo que faz Itamar
Ciro Gomes (PPS) acusa o Governo federal de ter montando uma máquina de propaganda para transformar Itamar Franco (PMDB-MG) em um palhaço e inviabilizar sua pretensão de disputar a Presidência dentro de seu próprio partido. E diz que o sistema tenta eliminar da disputa nomes como o seu e o do governador de Minas Gerais, em busca de uma polarização entre o governo e o sectarismo político representado pelo PT. Pode ser que o pós-socialista esteja coberto de razão. Mas o medo que Itamar Franco provoca no presidente FHC e seus aliados tem motivos reais. Além de governar um estado importante, Itamar Franco foi presidente da República, tem boas intenções de voto, é o pai do Real e se conseguir ganhar as prévias peemedebistas colocará o partido na oposição ao Palácio do Planalto. Além disso, as várias tentativas para impedir que ele viabilize sua candidatura a presidente estão fazendo dele uma vítima e como sempre acontece nessas circunstâncias, ele talvez venha a ser beneficiado pelos votos dos peemedebistas indecisos que votarão nas prévias para escolher o candidato do partido à Presidência da República. Sem contar que em política tudo pode acontecer e de uma hora para outra o presidente FHC termina ao lado do governador mineiro para derro tar Luís Inácio Lula da Silva, o que não seria uma coisa do outro mundo. Afinal, em tudo na vida e em política principalmente, ninguém deve dizer dessa água não beberei.

Jarbas Vasconcelos assina decreto, hoje, que regulamenta o benefício da gratuidade para deficientes no transporte coletivo. Às 11h30, no Palácio do Campo das Princesas

Casamento

Quando alguém pergunta a João Paulo se PT e PSB vão ficar em palanques diferentes em 2002, na corrida pelo Governo do Estado, ele diz que essa relação é feito casamento:" Como briga de marido e mulher, separam, fazem as pazes, a reconciliação do PT e PSB será como uma nova luz de mel".

Decisão

Capitão Simões informa que o TSE indeferiu a liminar que havia devolvido a Mineirinho a presidência do PTdoB em Pernambuco. Assim, é ele quem continua representando o partido no Estado. A dissidência do PT também é complicada.

Homenagem

Nildo Nery, presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, recebe o título de Cidadão de Olinda amanhã, às 20h, na Câmara dos Vereadores. O vereador André Luiz Farias (PDT) é o autor da homenagem.

Troféu

Romário Dias (PFL) preside sessão solene, hoje, na Assembléia, para entrega do Troféu Leão do Norte a Antônio Moraes (PSDB), João Braga (PV) e Lula Cabral (PMDB) que se destacaram nas áreas de Educação, Cultural e Economia.

Campanha 1

Ninguém mais duvida: Sérgio Guerra é candidato a senador em 2002 e isso ficou claro, ontem, no programa do PSDB na TV. O deputado foi o âncora no VT de 20 minutos que não escondeu o presidente FHC nem atacou os adversários

Campanha 2

O programa, que foi bem diferente daqueles que os telespectadores estão acostumados a assistir, inovou no fundo musical: o hino de Pernambuco em ritmo de maracatu ficou interessante e amenizou os discursos.

Campanha 3

Os tucanos divulgaram as obras do Governo do Estado, mas o destaque foi todo para Sérgio Guerra que também exaltou o trabalho de Jarbas Vasconcelos e falou até da Transnordestina. Uma fantasia que continua em pauta.

Aniversário

Já estão prontos os convites para o aniversário de Arraes (PSB), no dia 14 de dezembro. Os 85 anos do ex-governador serão comemorados na Blue Angel Benfica, aquela grande, com um almoço. A adesão é R$ 30,00.


Editorial

Cumprimento das metas

A manutenção da taxa básica de juros em 19%, decidida na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) não foi surpresa. Técnicos e analistas econômicos independentes já previam posição conservadora do Banco Central. Mesmo assim, a decisão não deixa de ser decepcionante num momento em que o País já dá sinais de desaceleração econômica. Não houve, sequer, o consolo de um viés de baixa, o sinal utilizado pelo BC para indicar qual deve ser a posição do Copom numa próxima reunião. Tudo indica que, este ano, a taxa não muda.

Os técnicos do BC justificaram a decisão com o argumento de que a manutenção da Selic, como se chama a taxa básica de juros da economia, é necessária para o cumprimento das metas de inflação de 2002, acertadas com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e fixada em 3,5%. O argumento faz sentido, diante do aumento brutal da taxa de câmbio e de uma possível elevação geral de preços, como conseqüência. Trata-se, no entanto, de uma visão estritamente monetarista, que desconsiderou outros elementos favoráveis do sistema econômico atual.

Não há indicadores de que o País esteja à beira de um descontrole - nem inflacionário nem cambial. Nas últimas semanas, o dólar recuou. A moeda norte-americana, que chegou a custar quase R$ 3,00, caiu para o patamar dos R$ 2,50. A dívida federal consolidada em títulos cambiários decresceu em R$ 16,6 bilhões por conta disso. Internacionalmente, o ambiente é favorável às taxas mais baixas de juros. Nos Estados Unidos, a taxa já está em 2%. Entre os países da União Européia, em 3,5%. O Brasil está seguindo o caminho contrário.

Nos Estados Unidos e na Europa, as taxas de juros caíram para evitar o risco de uma recessão global. É uma forma de estimular os cidadãos a irem às compras e, com isso, aquecer a economia. Os analistas entendem que os resultados dessa política devam ser sentidos já no segundo semestre do próximo ano. No Brasil, tomou-se opção que dificulta o crescimento no curto prazo. O nível atual de juros inibe a expansão econômica e não há nem a expectativa de que essa decisão seja revista em pouco tempo.

Um quadro assim agrava o desemprego e desestimula a produção, atingindo empresários e trabalhadores. Só o sistema bancário se beneficia, porque é detentor dos títulos da dívida pública, sobre os quais as taxas incidem. No primeiro semestre deste ano, o sistema financeiro obteve lucro líquido de R$ 3 bilhões, por conta das elevadas taxas de juros e do aumento do câmbio. Enquanto isso, os setores produtivos da economia amargaram duras perdas, pelas mesmas razões.

A decisão do BC sinaliza na direção de um cenário irreal. Indica que as autoridades econômicas parece temer descontrole inflacionário ou cambial no futuro e desconfiam da estabilidade da moeda. São temores que a estabilidade alcançada pelo Plano Real não autorizam.


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11/27/2001


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