PTB formaliza apoio a Britto
PTB formaliza apoio a Britto
O PTB gaúcho formalizou ontem o apoio à candidatura de Antônio Britto (PPS) ao governo do Estado. A decisão foi tomada à tarde, durante reunião realizada no Hotel Everest, no centro da Capital, com a presença de dezenas de filiados.
O presidente regional do PTB, Cláudio Manfrói, afirmou que a iniciativa corresponde à “retomada de um caminho que era o mais coerente e natural”.
– A forma abrupta como a trilha foi interrompida deixou uma lacuna que resultou em uma terrível perda de tempo – disse, referindo-se à determinação do diretório nacional de apoio à candidatura de José Fortunati (PDT).
Em maio, o PTB gaúcho mostrou-se contrário à aliança com o PDT no Estado, manifestando sua intenção de subir no palanque de Britto.
A aliança com os trabalhistas foi mantida sob a ameaça de intervenção pelos dirigentes nacionais. Fortunati desistiu de participar da disputa no início do mês, abrindo caminho para a definição ocorrida ontem.
Tarso promete investir em segurança
Candidato do PT defendeu em entrevista a integração das polícias
A criação da Secretaria de Segurança, o aumento no número de policiais, o estímulo à segurança comunitária e a criação de forças-tarefas regionais foram apontadas pelo candidato ao governo do Estado pela Frente Popular (PT-PCdoB-PCB-PMN), Tarso Genro, como prioridades num eventual governo seu.
Na terceira entrevista da série com os candidatos a governador no Jornal do Almoço, da RBS TV, e no programa Conversas Cruzadas, da TVCOM, Tarso destacou que além da segurança, o fortalecimento da base produtiva – passando pelo incentivo aos pequenos produtores e às pequenas e médias empresas – e o aprofundamento da participação dos cidadãos na tomada de decisões serão prioridades em um eventual mandato.
Tarso foi entrevistado durante 10 minutos no Jornal do Almoço e 65 minutos no Conversas Cruzadas. O mesmo tempo terá hoje o candidato Celso Bernardi (PPB), que encerra a série de entrevistas.
Embora reconheça a segurança como um problema grave, o candidato salientou que os índices de violência do Rio Grande do Sul são melhores que os de outros Estados. Tarso se disse favorável à integração das polícias civil e militar, mas desde que seja preservada a independência corporativa.
Questionado sobre a intervenção da Brigada Militar em conflitos gerados por movimentos sociais, Tarso disse essa discussão está sendo feita para “acirrar os ânimos no Estado”.
– A Brigada Militar irá atuar segundo a lei, segundo a Constituição – afirmou.
Diferentemente de Antônio Britto (PPS) e Germano Rigotto (PMDB), que prometem entrar na guerra fiscal para atrair investimentos, se forem eleitos, Tarso disse que a concessão de incentivos tem de ser avaliada caso a caso. Contou que já está convidando empresas estrangeiras para se instalarem no Rio Grande do Sul:
– Estive na Espanha e me reuni com empresários que somam 70% do PIB. Temos boas possibilidades de atrair investidores europeus.
O ex-prefeito insistiu na “mudança da matriz tributária”, um dos pontos do seu programa de governo. Disse que, se for eleito, vai negociar com a oposição um projeto de redistribuição da carga tributária.
Ao funcionalismo, Tarso um “tratamento salarial adequado” sem, no entanto, destacar índices de reajuste:
– O percentual será discutido de acordo com as possibilidades.
Para enfrentar a crise do Instituto de Previdência do Estado (IPE), Tarso ressaltou ser necessário firmar um pacto com os servidores, a sociedade e os líderes políticos a fim de resolver o déficit previdenciário:
– Temos de fazer com que os funcionários custeiem o IPE.
Brizola ameaça de expulsão os dissidentes
Presidente do PDT discutiu pontos do plano de governo do PPS
Os filiados do PDT, principalmente os prefeitos, que abrirem apoio ao candidato a governador do PT, Tarso Genro, deverão ser submetidos à comissão de ética do partido.
Embora tenha evitado usar a palavra “expulsão”, o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, deixou claro ontem em Porto Alegre que espera a desfiliação dos dissidentes por iniciativa própria.
– Como nós não somos um rebanho de ovelhas bem branquinhas, todas iguais, como se fossem clonadas, temos diferenças entre nós. Lamentamos, mas não é por causa de um soldado que vamos perder a guerra – disse.
A avaliação de Brizola refere-se à recente declaração do prefeito de Taquara, Délcio Hugentobler (PDT), que ontem abriu apoio a Tarso e a Luiz Inácio Lula da Silva. (PT) para a Presidência, Brizola disse que não tomará para si a decisão de expulsá-los, mas ironizou a situação, em tom de ameaça:
– Quem não acata as nossas diretrizes está se afastando do partido, nem precisamos tomar medidas. Casos como esses mando para a comissão de ética, que decidirá, embora lá tenhamos companheiros rigorosos, e isso é muito bom.
Brizola tenta evitar situação semelhante à da eleição de 1998, quando prefeitos que não acataram a decisão de apoiar Olívio Dutra (PT) e optaram por Antônio Britto, na época no PMDB, acabaram expulsos.
– Em geral, não entro muito nessas decisões. Para vocês eu sou um caudilho, que manda – desconversou Brizola, provocando o riso até mesmo dos dirigentes gaúchos do PDT que o cercavam durante entrevista coletiva.
A visita de ontem foi a terceira de Brizola nas duas últimas semanas, desde a renúncia de José Fortunati à candidatura a governador. Desta vez, o líder trabalhista veio para instalar a comissão paritária do PDT e do PPS para formulação do plano de governo conjunto de Antônio Britto. Segundo Brizola, o documento para ser “acoplado” ao programa de Britto deverá ficar pronto até terça-feira, para ser assinado e divulgado em São Borja, dia 24, com a presença do candidato à Presidência, Ciro Gomes (PPS).
Depois de reunir-se por mais de uma hora com a cúpula do PPS gaúcho, Brizola saiu da sala sorridente e evitou falar em negociação de cargos, apenas no programa conjunto. O coordenador da campanha de Britto, Nelson Proença, também evitou falar de negociações de cargos ao deixar a reunião:
– O PPS ficará muito orgulhoso de abraçar as propostas do PDT -adiantou Proença.
Além do PT, que na sexta-feira deverá realizar uma nova reunião com prefeitos do PDT, também o PMDB tentará atrair os dissidentes trabalhistas. A decisão foi tomada ontem pelo candidato do PMDB a governador, Germano Rigotto. Segundo ele, o partido já obtve o apoio do PDT de Caxias do Sul.
“Apoiar Britto é uma incoerência”
Entrevista: Délcio Hugentobler, prefeito de Taquara
Revoltado com a decisão da cúpula do PDT de apoiar a candidatura de Antônio Britto (PPS) “sem consultar as bases”, o prefeito de Taquara, Délcio Hugentobler (PDT), afirmou ontem que vai liderar, ao lado de outros líderes, a busca de apoio a Tarso Genro (PT) no Interior.
– Apoiar Britto é a negação de tudo que o PDT já fez – disse Hugentobler, por telefone, a Zero Hora. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:
Zero Hora – Os prefeitos que participaram do encontro com representantes do PT vão liderar a busca por apoio à candidatura Tarso Genro nas prefeituras dirigidas pelo PDT?
Délcio Hugentobler – Estamos convidando todos os prefeitos do PDT do Estado a discutir o tema no dia 23 em Porto Alegre. Vamos respeitar a posição de cada um. A minha decisão é votar em Tarso em nível regional e em Lula em nível nacional.
ZH – Por que o senhor não seguirá a determinação de apoiar Antônio Britto?
Hugentobler – Apoiar Britto é a negação de tudo que o PDT já fez no Rio Grande do Sul. É uma incoerência. O PDT era um partido que estava brigando com Britto e, agora, quer se atirar nos braços dele.
ZH – O PT prometeu, diante de uma eventual vitória de Tarso, algum benefício?
Hugentobler – Não existe aliciamento. Nossa indignação é porque trouxeram uma posição pronta. Não houve uma decisão partidária. Foi uma decisão de algumas pessoas. Não consultaram as bases.
ZH – O senhor pensa em deixar o PDT?
Hugentobler – Só saio do PDT expulso.
PT flerta com prefeitos do PDT
Apesar da decisão da direção do PDT de apoiar a candidatura de Antônio Britto (PPS) ao Piratini, quatro prefeitos pedetistas se encontraram ontem com representantes do PT, entre eles Sereno Chaise (ex-PDT).
A portas fechadas e buscando o máximo de discrição possível, Antônio Alexis da Silva, de Cerro Grande do Sul, Jorge Renato Hoerlle, de Pareci Novo, Délcio Hugentobler, de Taquara, e Geraldo Fernando Mânica, de Estrela, discutiram durante uma hora e 25 minutos o eventual apoio a Tarso Genro (PT).
– Pelo menos 50% prefeitos do PDT vão apoiar Tarso – afirmou Hugentobler.
Questionado sobre o encontro, Sereno desconversou:
– É uma reunião de amigos.
Além de Sereno, participaram do almoço, regado a escalope ao molho madeira, peixe à meunière e refrigerante, os secretários estaduais do Turismo, Milton Zuanazzi, de Minas, Energia e Comunicações, Dilma Roussef, e o coordenador da campanha de Tarso, José Utzig.
Prefeitos estão indecisos sobre apoio a Britto
Diretórios decidirão nos próximos dias
Mesmo com a decisão de apoiar o candidato Antônio Britto (PPS) ao governo do Estado já estar oficializada pela executiva estadual do PDT, o panorama nos municípios gaúchos ainda não está definido.
Um levantamento mostra que, dos 63 prefeitos ouvidos por Zero Hora, 28 apóiam Britto e outros 21 ainda estão com posicionamentos indefinidos e preferem aguardar decisões regionais ou locais para assumir seus candidatos. O Rio Grande do Sul tem hoje 79 cidades governadas por pedetistas.
Desde a retirada da candidatura de José Fortunati (PDT) da disputa ao Piratini, a opinião de grande parte dos prefeitos vinha se dividindo entre o apoio a Britto e a manutenção da candidatura própria do partido, com poucas indicações declaradas ao candidato da Frente Popular Tarso Genro (PT). O quadro não mudou com a definição da executiva do PDT de juntar-se ao PPS, tanto que apenas quatro dos entrevistados ontem indicaram Tarso como seu candidato. Além desses, cinco decidiram não apoiar oficialmente ninguém, e três não quiseram se manifestar. Houve ainda a indefinição do prefeito de Arroio do Padre, Almiro Buss, que está encaminhando documentação para solicitar sua desfiliação do PDT.
Entre os prefeitos de opinião ainda indefinida, a principal justificativa é a diferença marcante entre as realidades de cada cidade – no que diz respeito inclusive às coligações locais – para que a definição do partido seja simplesmente cumprida.
– Aqui estamos em um mato sem cachorro. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Precisamos nos reunir e aguardar a decisão de uma reunião para saber o que fazer – disse o prefeito de Novo Hamburgo, José Airton dos Santos.
A POSIÇÃO DO PDT
Dos prefeitos consultados por ZH, 28 apóiam Brito, 21 estão indecisos e quatro votam em Tarso:
Amaral Ferrador (Lyone Leite da Silva) – apóia Britto
Arambaré (José Carlos Rassier) – indefinido
Arroio do Padre (Almiro Buss) – está se desfiliando e ainda não definiu quem vai apoiar
Barra do Rio Azul (Carlos Faccio) – não quis se manifestar
Barra Funda (Roberto Carlos Barbian) – indefinido
Brochier (Valmor Griebeler) – não apoiará nenhum candidato
Caiçara (Odilon Moraes dos Santos) – indefinido
Camargo (Juarez Lodi) – indefinido
Campinas do Sul (Carlos Alberto Corbelini) – indefinido
Campo Novo (Eurico Zancan) – apóia Tarso
Canela José Velinho Pinto) – apóia Britto
Capão do Leão (Vilmar Schimitt) – apóia Britto
Capela de Santana (José Bernardes) – apóia Britto
Capitão (César Beneduzi) apóia Britto
Carlos Barbosa (Fernando Xavier) – apóia Britto
Catuípe (Ademir Burmann) – apóia Britto
Cerro Branco (Jorge Luiz Hoffmann) – não apoiará nenhum candidato
Cerro Grande (Valdir Bonfanti) – apóia Britto
Cerro Grande do Sul (Antônio Trescastros) – indefinido
Chapada (Carlos Alzenir Catto) – apóia Britto
Coxilha (João Luiz Vicenzi) – indefinido
Encruzilhada do Sul (Conceição Krusser) – apóia Britto
Estrela (Geraldo Manica) – não quis se manifestar
Ibiaçá (João Rudemar da Costa) – apóia Britto
Fazenda Vilanova (Lélio Guimarães) – não apoiará nenhum candidato
Feliz (Liceu Caye) – apóia Britto
Flores da Cunha (Heleno José Oliboni) – apóia Britto
Ijuí (Valdir Heck) não quis se manifestar
Lagoa Vermelha (Moacir Volpato) – indefinido
Lavras do Sul (Aristides Costa) – não apoiará nenhum candidato
Mariano Moro (Irineu Fantin) – apóia Tarso
Mato Castelhano (Crespim Antônio Rizzi) – indefinido
Minas do Leão (Zoely Santos de Oliveira) – apóia Britto
Nonoai (Ademar Dall’Asta) – apóia Britto
Novo Barreiro (Cezar Tonini) – apóia Britto
Novo Hamburgo (José Airton dos Santos) – indefinido
Pareci Novo (Jorge Renato Hoerlle) – indefinido mas deve apoiar Tarso
Pinhal Grande (Saulo João Garlet) – apóia Britto
Pinheirinho do Vale (Jaime Alceu Albarello) – apóia Britto
Pinto Bandeira (Severino João Pavan) – prefere ficar neutro
Planalto (Antônio Carlos Damin) – indefinido
Poço das Antas (Silvio Schmitz) – apóia Britto
Portão (Dary Hoff) – apóia Britto
Putinga (Gemiro Cason) – não apoiará nenhum candidato
Rosário do Sul (Glei Menezes) – apóia Britto
Sagrada Família (Sérgio João Pietrobelli) – indefinido
Salto do Jacuí (Lindomar Elias) – apóia Britto
Santa Cecília do Sul (Neuri Dalsólio) – prefere se manter neutro
Santa Tereza (Luiz Carlos Riboldi) – apóia Britto
Santa Vitória do Palmar (Artur Corrêa) – apóia Britto
Santo Antônio do Planalto (Elio Gilberto de Freitas) – indefinido
São Francisco de Assis (Paulo Roberto Carvalho) – apóia Britto
São Gabriel (Rossano Dotto Gonçalves) – apóia Britto
São José das Missões (Amador Pinheiro dos Santos) – indefinido
Sarandi (Reinaldo Antônio Nicola) – indefinido
Sertão (Jorge Alxandre Hermann) – indefinido
Tapejara (Gilmar Sossella) – indefinido
Taquara (Délcio Hugentobler) – apóia Tarso
Três Palmeiras (Nédio Valduga) – indefinido
Trindade do Sul (Wilmar Gobbi) – indefinido
Victor Graeff (Flávio Luiz Lammel) – indefinido
Vitória das Missões (Evio Maciel) – apóia Britto
Xangri-lá Luiz (Cézar Maggi Bassani) – apóia Britto
Obs.: Não foram localizados os prefeitos de Arvorezinha, Capivari do Sul, Espumoso, Hulha Negra, Ivoti, Jaguari, Nova Esperança do Sul, Santa Margarida do Sul, São Jerônimo, São Sepé, Silvera Martins, Tio Hugo e Triunfo
Malan garante liberação de recursos do BID
Olívio esteve em Brasília para garantir a negociação
O cronograma original dos projetos estaduais que dependem da liberação de recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) será cumprido.
Ontem, em Brasília, essa foi uma das garantias que o governador do Estado, Olívio Dutra, recebeu do ministro da Fazenda, Pedro Malan, durante reunião de quase duas horas na sede do ministério.
Ao sair do encontro, o governador classificou os resultados como positivos para o Estado.
– Os projetos estão em adiantada fase de entendimento com o BID e não ha verá problema de solução de continuidade - afirmou Olívio, ao sair da reunião.
O governador chegou ontem a Brasília, exclusivamente para esse encontro com Malan, acompanhado pelo secretário da Fazenda, Arno Augustin. Na pauta, três projetos que dependem da liberação dos recursos do BID e do aval do governo federal: o Prodetur-Sul, o RS Integração Social e o Pró-Guaíba Módulo II. Nesta semana, uma missão do BID está visitando o Estado para conhecer as propostas e analisar a probabilidade de participação nos projetos.
O governador ainda aproveitou a reunião para encaminhar negociações de um crédito que o governo do Estado tem junto ao Ministério dos Transportes de R$ 930 milhões. Esse crédito, explicou Olívio, é resultado de obras que o governo estadual executou em estradas de responsabilidade do governo federal. Uma das idéias é que essa quantia seja compensada das parcelas das dívidas do Estado junto à União ou que os recursos sejam revertidos em investimentos nas estradas gaúchas.
Também foi abordada a questão das exportações de produtos primários e as isenções da Lei Kandir. Para dar continuidade a essas negociações, na próxima semana, o secretário da Fazenda deve voltar a Brasília para mais uma rodada de reuniões.
Olívio fez questão de frisar que a proposta de orçamento do governo do Estado prevê déficit primário (receita menos despesa, descontado o serviço da dívida com a Uniâo) zero.
– A União arrecada no Estado mais de R$ 9 bilhões e metade disso retorna para lá.
Garotinho volta a criticar acordo com FMI
Candidato disse que próximo governo será obrigado a aderir à Alca
Em palestra para um grupo de estudantes da Universidade de Brasília (UnB), ontem, o candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, voltou a criticar o acordo do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Para o candidato, o empréstimo vai obrigar a próxima administração a aceitar algumas imposições.
– Esse acordo espúrio que foi feito com o FMI, que é controlado pelos Estados Unidos, vai obrigar o próximo governo a assinar o acordo da Alca – disse Garotinho, referindo-se à Área de Livre Comércio das Américas, cuja existência será obejto de importantes negociações no próximo ano.
O candidato sugeriu mudanças de modelo para tornar o país “menos dependente e mais soberano”, aproveitando para elogiar o que foi mundialmente criticado, a decisão do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de não assinar o Protocolo de Kyoto – projeto da ONU para a redução da poluição no planeta. Segundo Garotinho, Bush estaria preservando os interesses de seu país:
– Me surpreende que os governantes aqui não façam o mesmo.
Garotinho aproveitou também para declarar seu voto no petista Luiz Inácio Lula da Silva num eventual segundo turno com Ciro Gomes (PPS). Com essa declaraçao, o ex-governador do Rio sinalizou que, apesar dos insistentes ataques a Lula, poderá aderir à campanha do PT no segundo turno da sucessão presidencial.
Durante a palestra na UnB, Garotinho lançou ataques a setores da imprensa que, segundo ele, estão trabalhando favoravelmente à candidatura de José Serra (PSDB).
– A minha postura de independência faz com que a imprensa favoreça o candidato do governo – afirmou Garotinho.
Ao deixar o local, ele não quis dar entrevista e, irritado, disse aos jornalistas:
– Vocês são uns puxa-sacos do Serra.
Sensus aponta estabilidade
Apenas Ciro Gomes teve crescimento de 3,1 pontos percentuais
Na mais recente pesquisa do instituto Sensus, divulgada ontem, o candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, teve um aumento de 3,1 pontos percentuais.
Os demais candidatos mantiveram estabilidade em relação ao levantamento anterior. Conforme dados da pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o petista Luiz Inácio Lula da Silva mantém a liderança nas intenções de voto, com 33,4%. Em segundo lugar aparece Ciro, com 28,6%. José Serra (PSDB) aparece com 13,4%, e Anthony Garotinho (PSB), com 12,1%. Indecisos, brancos e nulos somam 12,1%.
Pelo levantamento, o maior índice de rejeição fica com Lula (29,7%), seguido por Garotinho, com 16,5%. Serra aparece com 13,9 % e Ciro, com 7,7%. Nas simulações de segundo turno, Lula venceria Serra e Garotinho. Já o candidato do PPS derrotaria Lula e o candidato tucano.
O levantamento foi realizado entre os dias 11 e 13, com 2 mil entrevistados, em 195 municípios do país. A margem de erro oscila de um a três pontos percentuais para mais ou para menos.
Lula ganha apoio de candidato no Paraná e perde em Goiás
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, contabilizou esta semana apoio de um candidato ao governo pelo PMDB no Paraná e a perda de outro que disputa o governo de Goiás.
Durante um jantar na terça-feira, em Curitiba, o candidato do PMDB ao governo do Paraná, Roberto Requião, e a bancada do partido no Estado fecharam um acordo informal com Lula. Já o candidato ao governo de Goiás, Maguito Vilela, deverá anunciar nos próximos dias o apoio ao presidenciável Ciro Gomes (PPS).
Requião já havia se posicionado contra uma coligação com o PSDB de José Serra na convenção nacional do PMDB, e articulava um acordo com o PT. Segundo ele, os oito deputados estaduais do PMDB, além de prefeitos do partido no Estado, como Samis da Silva, de Foz do Iguaçu, já fecharam acordo em favor da candidatura petista.
– Não ficaremos em cima do muro. Antes de chegarmos ao final do primeiro turno, deixaremos claro nossa posição. Não somos tucanos – afirmou.
Os entendimentos entre Ciro e Maguito já estão adiantados e está sendo organizada uma manifestação política em Goiânia para formalizar a adesão, jogando por terra a possibilidade de apoio a Lula.
A direção do PMDB está preocupada com novas defecções e reconhece que há muita inquietação no partido com as dificuldades inesperadas que a candidatura Serra está enfrentando. O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), acha que somente depois de 20 dias de campanha no rádio e TV será possível avaliar se Serra tem condições de ir para o segundo turno ou não.
As conversas de Maguito com Ciro foram aceleradas depois que a ala do PMDB liderada pelo senador Íris Resende rompeu com a candidatura tucana de Serra em razão da decisão do presidente Fernando Henrique Cardoso de federalizar a Central Elétrica de Goiás (Celg).
FH irá propor pacote de transição
O presidente abrirá contas do governo aos candidatos e pedirá apoio a medidas capazes de aumentar receita
O presidente Fernando Henrique Cardoso acertou ontem com a equipe econômica o tom dos encontros que terá na segunda-feira com os quatro principais candidatos à Presidência – Ciro Gomes (PPS), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB-PMDB) e Anthony Garotinho (PSB).
Em um encontro de duas horas no Palácio da Alvorada, FH decidiu ontem que abrirá as contas do governo aos candidatos para mostrar a gravidade da atual crise financeira e a necessidade de haver um apoio dos candidatos aos principais termos do acordo fechado com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A idéia é o presidente apresentar também aos quatro candidatos as perspectivas de receitas e despesas para 2003 e as manobras que ainda existem para aumentar a arrecadação, como a colocação em prática de pontos da minirreforma tributária. Segundo assessores, FH pediu aos integrantes da equipe econômica que elaborem um balanço da situação em suas áreas, indicando quais propostas estão pendentes e precisam de votação no Congresso.
– No encontro, foram tratados os preparativos da reunião de segunda-feira – confirmou o porta-voz da Presidência, Alexandre Pa rola.
FH almoçou com os ministros da Fazenda, Pedro Malan, do Planejamento, Guilherme Dias, da Casa Civil, Pedro Parente, da Secretaria-Geral da Presidência, Euclides Scalco, e do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, além do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e do assessor especial Eduardo Graeff.
O presidente se mostrou preocupado com a nova alta do dólar, lamentando que o encontro com os quatro candidatos só será realizado na segunda-feira e não ontem, como queria inicialmente o Palácio do Planalto. O porta-voz disse que o governo ainda não definiu se os candidatos falarão no local ou não após os encontros, já que, em princípio, a legislação eleitoral tem restrições a esse respeito.
Será a primeira vez que FH e Ciro aparecerão lado a lado depois do rompimento. A reaproximação está sendo costurada por aliados como o ex-governador do Ceará Tasso Jereissati.
Lula cobra implantação de reforma
O presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem, em Londrina (PR), que vai cobrar a implantação da minirreforma tributária do presidente Fernando Henrique Cardoso, durante o encontro marcado para segunda-feira.
Lula cobrou também que o presidente e sua equipe econômica devem assumir, em “comunicado à Nação”, a responsabilidade sobre a atual crise:
– A partir de agora é preciso assumir a total responsabilidade pela fragilidade do governo perante o mercado, que esse governo tanto privilegiou.
O petista disse que se reunirá no fim de semana com o diretório do partido para discutir a agenda que será levada ao presidente.
– Mas essa pergunta eu vou fazer a ele (FH). Por que não colocou em votação uma proposta que era consensual entre os partidos? – afirmou, voltando a falar na minirreforma tributária proposta pelo PT.
Malan confirma participação em encontro de segunda
Ministro da Fazenda venceu resistência do presidente em receber candidatos
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, confirmou ontem sua participação nos encontros que o presidente Fernando Henrique Cardoso terá com os candidatos à sucessão presidencial na segunda-feira.
O porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, disse que Malan é o único ministro confirmado até o momento. Na terça-feira, havia sido noticiado que Pedro Parente (Casa Civil) e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, também estariam presentes.
A idéia do encontro de FH e dos presidenciáveis foi de Malan. Ele teria vencido as resistências do presidente em receber no Palácio do Planalto os quatro principais candidatos à Presidência, especialmente Ciro Gomes (PPS), um ex-tucano que tem criticado duramente o governo.
A decisão de abrir o palácio aos presidenciáveis melindrou o candidato governista, José Serra. O tucano não escondeu de seus auxiliares mais próximos, nas últimas horas, a irritação com a iniciativa do presidente de pedir encontros com adversários.
A avaliação do PSDB, que coincide com a de Serra, é que Fernando Henrique deixou evidenciar que não aposta mais na vitória de seu candidato. E que, a partir dos encontros, qualquer outro candidato poderá sair do Planalto com o discurso de que também trabalha para garantir a estabilidade, a principal bandeira da campanha tucana.
O próprio FH lhe disse a Serra, nas difíceis conversas que têm sido travadas entre os dois desde o início da semana, que o encontro é “absolutamente necessário” para acalmar o mercado, segundo relato de um interlocutor do presidente. O presidente explicou que precisa chegar ao dia 26 de setembro, quando o acordo com o FMI deverá ser assinado, com todos os presidenciáveis concordando com seus termos.
STF suspende processo de intervenção no Estado
Outro pedido deve ser julgado hoje
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, determinou ontem a suspensão de um dos dois processos de intervenção contra o Estado pelo não-pagamento de precatórios.
O motivo foi a morte da requerente, a gaúcha Branca Almeida Matzembacher, no dia 14 de julho.
O presidente apresentou no plenário dois processos contra São Paulo e outros dois contra o Rio Grande do Sul. A própria Procuradoria-Geral do Estado informou que a requerente do processo morreu. A morte de qualquer das partes provoca a substituição pelo espólio, e a conseqüente suspensão do processo para que isso venha a ocorrer.
O outro processo de intervenção no Estado, porém, continua na pauta do STF. O governador Olívio Dutra, que ontem estava em Brasília para uma reunião com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, assegurou que durante o seu governo a tentativa é de colocar em dia os pagamentos dos precatórios devidos, mas existe uma herança dos governos passados.
– É um problema de recursos – reconhece.
Somente contra o Rio Grande do Sul existem , no STF, 176 processos de pedidos de intervenção federal. Para se ter uma idéia, contra São Paulo são, ao todo, 2.822 processos, e contra Santa Catarina, 111.
O julgamento de dois dos processos de intervenção contra o São Paulo seguiu durante a tarde de ontem, até ser suspenso pelo pedido de vista do ministro Carlos Velloso. O voto do relator do pedido de intervenção, o ministro Mello, foi o único favorável, seguido pelo ministro Ilmar Galvão, que entendeu que a solicitação é procedente em parte. O julgamento dos casos de São Paulo foi interrompido ontem quando a votação estava quatro pelo indeferimento dos pedidos de intervenção, contra dois favoráveis. Ainda faltam cinco votos. Em função disso, o processo gaúcho não foi analisado.
O advogado de Branca, Luiz Mário Seganfredo Padão, disse que vai continuar com o processo, agora em nome dos herdeiros.
Bornhausen faz visita ao Estado
A direção nacional do PFL prevê que o partido deverá sair das eleições de 2002 com, pelo menos, o mesmo número de governos estaduais que tem hoje. A legenda comanda seis unidades da federação. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), e o vice-presidente, senador José Jorge (PE), relacionaram ontem os Estados de Sergipe, Piauí, Bahia e Tocantins como as principais apostas para o pleito.
– Estamos ponteando nesses quatro. Temos chances também no Maranhão e em Rondônia e não considero desprezível o crescimento da candidatura de Solange Amaral no Rio – disse Bornhausen.
Os parlamentares chegaram ontem ao Estado a convite do candidato a vice-governador na chapa de Antônio Britto (PPS), deputado estadual Germano Bonow (PFL). Hoje pela manhã, a agenda prevê um encontro dos senadores com Bonow e Britto, no Hotel Umbu.
– O PFL do Rio Grande do Sul está numa fase de crescimento. Fizemos a coligação adequada – afirmou Bornhausen, ontem à noite, em visita à direção da RBS.
Artigos
Democracia e compromissos
Plínio Melgaré
Se saíssemos às ruas, ao encontro das pessoas comuns, aquelas de carne e osso que circulam pela maioria das cidades do mundo, e perguntássemos sobre suas expectativas acerca das alternativas políticas, talvez a resposta não fosse a mais animadora. Embora a relação dos países que realizam eleições diretas para eleger seus governantes nas últimas décadas tenha aumentado, a descrença nas instituições políticas é um fato.
Decerto, várias causas contribuem para tal circunstância. Sem embargo, é razoável pensarmos que a população compreendeu que o mero ato de votar não implementa, per si, a prosperidade socioeconômica almejada. Ademais, há um evidente processo de empobrecimento de muitos países, dificultando terrivelmente a possibilidade de alcançar níveis mínimos de condições de vida para grande parte de sua população. Conforme noticiou a imprensa internacional, recente pesquisa do Institu to Gallup, feita em 60 países, revelou que tão-somente 10% dos entrevistados pensava que seus governos atendiam aos “desejos do povo”. A mesma pesquisa informa também que, na América Latina, 70% dos entrevistados queixou-se do aumento da pobreza, do crime e da corrupção. Com efeito, tais dados devem ser reflexo dos caminhos que muitos países do dito Terceiro Mundo seguiram: caminhos que distribuem desequilibradamente as vantagens sociais e econômicas de um mundo cada vez mais globalmente articulado.
Democracia não é algo que se inicie com o digitar do voto em uma urna eletrônica e termine com a sua respectiva apuração
No caso do Brasil, especificamente, necessitamos de um aprofundamento material da base democrática, estabelecendo, em nossa cultura e prática política, princípios que tornem vigoroso e efetivo o desenvolvimento humano de nossa população. Afinal, democracia não é algo que se inicie com o digitar do voto em uma urna eletrônica e termine com a sua respectiva apuração. Antes de mais nada, é um regime político fundado na soberania de seu povo, e, sobretudo, comprometido substancialmente com a garantia e a realização de valores essenciais para a convivência plural dos homens. Para tanto, há de se incrementar a participação direta dos cidadãos na tomada das decisões públicas, criando-se instrumentos reais que a consolidem, permitindo, assim, o estreitar dos vínculos entre o povo e o poder político.
Outrossim, já que a data das eleições se aproxima, estimamos que os próximos eleitos observem seriamente os compromissos assumidos, pois, na prática, há demasiados representantes que esquecem a palavra empenhada. Ademais, há aquelas figuras que são democratas apenas enquanto candidatos, pois, uma vez eleitos, transformam-se em governantes cegos às reais necessidades de seu povo e surdos em relação ao incontornável diálogo exigido pela prática democrática. Então, não raro, temos candidatos democratas que, ao se elegerem, mostram-se governantes autoritários. Ao cabo, resta a esperança – ou seria ilusão? – que caberá a nós eleitores saber distingui-los, e, assim, decidir os destinos de nosso país, firmando uma opção autenticamente democrática.
Colunistas
ANA AMÉLIA LEMOS
Crise e diplomacia
Diplomatas estrangeiros que servem no Brasil estão pouco preocupados com a crise financeira que pode perturbar a transição. A diplomacia, por sua natureza, trabalha com olhos postos no horizonte de longo prazo. Investimentos de risco também levam em conta as perspectivas de futuro e não da conjuntura desfavorável. Observam mais os fundamentos da economia e menos a especulação no mercado financeiro. Ontem, no almoço que o secretário-geral das Relações Exteriores, Osmar Chohfi, ofereceu para as despedidas do embaixador da Finlândia, foram renovadas, pelo homenageado Asko Henrik Numminen, as importantes convergências no campo político, diplomático e econômico entre os dois países. A Finlândia, como membro da União Européia, sempre apostou na aliança desse bloco com o Mercosul, sublinhou o embaixador que está deixando o posto, lembrando que seu país endossou a posição brasileira nas questões ambientais e na defesa do protocolo de Kyoto, que trata da redução de emissão de gases como forma de evitar o efeito estufa. O tema será o centro das atenções da conferência Rio + 10, que será realizada em setembro, na África do Sul.
Embaixadores de países da Europa Central, Oriental e Ocidental manifestam curiosidade natural sobre o processo sucessório no Brasil e, à luz do que está acontecendo agora na região, com as enchentes destruidoras, dizem que uma tragédia dessas também influencia o processo eleitoral. No momento, a Alemanha está em campanha e a oposição não tem muitos argumentos para atacar o governo de Gerard Schroeder, que disputa a reeleição, porque foram adotadas muitas medidas de controle da poluição e preservação ambiental, como o imposto sobre combustíveis, lembra o embaixador Uwe Kaestner. A Alemanha, atingida pelas enchentes, investiu muito nos últimos anos na tecnologia da reciclagem para vidros, latas, papel e papelão e hoje já exporta esse conhecimento para o Japão.
A tragédia que está abalando a Europa não tem a mesma dimensão da crise financeira brasileira. Mas esses “acidentes de percurso” podem, sim, influenciar o resultado das urnas. Aqui e lá.
JOSÉ BARRIONUEVO
Descontrole permite abusos na propaganda
Há um total descontrole na propaganda eleitoral, que tomou conta dos postes e muros na maioria das cidades. Uma poluição visual sem precedentes. Não é mais um fenômeno exclusivo de Porto Alegre, como mostra bem a foto tirada no calçadão de Santa Maria esta semana. Depois que a Justiça impediu a prefeitura de Novo Hamburgo colocar em prática lei municipal que proíbe propaganda nos postes – pela poluição e por confundir os sinais de trânsito –, os candidatos se sentiram liberados. Como nenhuma força consegue conter os excessos, a saída é não votar nos candidatos que exageram na utilização deste expediente.
Já aparecem adesivos nos carros com os seguintes dizeres: “Não vote em quem emporcalha a cidade”.
Encontro de amigos
Tarso Genro encontrou um fã ontem ao chegar na RBS TV para uma entrevista no Jornal do Almoço. Ao entrar no estúdio da emissora, aparentemente tenso, ficou à vontade ao receber caloroso abraço do cantor Chico César. São amigos. Na última sucessão presidencial, foi Tarso que buscou o apoio do músico para Lula.
O candidato aprecia as músicas de Chico César e o cantor revelou simpatia pelas idéias do ex-prefeito.
Cabo eleitoral
Em visita a Bento Gonçalves, ontem, Celso Bernardi ficou impressionado com a capacidade de mobilização do prefeito Darcy Pozza, que recebeu o candidato a governador com uma centena de militantes portando bandeiras do PPB sob o som do jingle de campanha. Carlos Pozza, primo do prefeito, vereador na terceira legislatura, concorre a deputado estadual.
Verba da educação motiva processo contra ex-prefeitos
Depois de insistir ao longo de três anos na necessidade de a prefeitura de Porto Alegre investir um mínimo de 30% da receita no ensino público municipal, o vereador João Carlos Nedel (PPB) apresentou, ontem, notícia-crime no Ministério Público. Entende que houve crime de responsabilidade por parte dos ex-prefeitos Raul Pont e Tarso Genro. Nedel foi recebido pelo procurador-geral de Justiça, Cláudio Barros Silva .
Serra chega ao Estado segunda-feira à noite
Depois do cancelamento da visita da candidata a vice, deputada Rita Camata (PMDB), que deveria ter ocorrido ontem, ficou acertado que o candidato a presidente do PSDB desembarca segunda-feira à noite em Porto Alegre, depois do encontro com FH no Palácio do Planalto. Serra terá duas reuniões partidárias – uma com os aliados de Germano Rigotto (PMDB, PSDB e PHS) e outra com o PPB, que também apóia sua candidatura –, um encontro com agricultores na Fetag e uma caminhada na Assis Brasil, onde pretende implantar uma linha do metrô.
Outdoors
A partir desta semana, José Serra aparece nos outdoors ao lado de Germano Rigotto, candidato a governador pelo PMDB, seu aliado. O presidenciável pretende preservar os índices obtidos nas pesquisas no RS, acima da média nacional. Também aliado, o PPB até o momento não reclamou de não ver seu candidato a governador, Celso Bernardi, nos outdoors ao lado do tucano.
Companheiros
Depois da conversa com Brizola, ontem, em torno de um projeto para o RS, os deputados Nélson Proença, Paulo Odone e Cézar Busatto, do PPS (abaixo), começam a assimilar a idéia de um novo partido reunindo os trabalhistas. Diante de uma provável reacomodação das forças políticas, é uma possibilidade, principalmente se a Frente Trabalhista (PTB-PDT-PPS) colocar Ciro no Planalto e Britto no Pi ratini. Agora só falta chamar Brizola de chefe.
O companheiro Brizola faz milagres.
Brigadianos
O vice Bonow e dois candidatos ao Senado, Zambiasi e Fogaça, receberam apoio de 1,5 mil brigadianos na Associação de Cabos e Soldados.(candidatos ao Senadoe os candidatos ao Senado tititi
Mirante
• O pacto pelo RS, que reunirá a Frente Trabalhista em torno de Britto, será concluído terça. Ciro e Britto assinam o compromisso em São Borja, junto ao túmulo de Vargas, dia 24.
• Câmara interrompeu ontem votação da LDO por falta de quórum. Prossegue hoje.
• Candidata à Câmara, a deputada Maria do Rosário promove hoje um jantar VIP no Riversides do Iguatemi. A cozinha vai trabalhar exclusivamente para amigos e simpatizantes.
• Rigotto também parte em busca dos desgarrados do PDT. Lembra que o PMDB, seu partido, e o PDT são originários da mesma sigla, o PTB, que, na resistência democrática, desembocou no MDB.
ROSANE DE OLIVEIRA
Transição antecipada
Que o presidente Fernando Henrique Cardoso abra as contas para seu sucessor no dia seguinte ao anúncio oficial do resultado da eleição é o esperado numa transição civilizada. Abrir as contas para os quatro principais candidatos, na reunião de segunda-feira, pouco menos de dois meses antes da eleição, tem um tom dramático que serve como ilustração para se entender melhor a gravidade da crise.
Não se espere de Fernando Henrique a repetição do gesto do ex-presidente argentino Raúl Alfonsín, que antecipou a saída do cargo. A situação do Brasil de hoje é diferente da Argentina de Alfonsín, mas não deixa de ser um processo de alfonsinização branda a decisão de chamar os candidatos para dividir a responsabilidade pelo acordo com o Fundo Monetário Internacional.
Se a crise é ainda mais grave do que parece, e o presidente vai abrir as contas para convencer os candidatos de que devem apoiar os principais termos do acordo com o FMI, os brasileiros precisam se preparar para um período de turbulências. A cotação do dólar é um indício de que o mercado sabe, ou intuiu, que o saco de mágicas do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, se esvaziou.
O arremedo de reforma tributária que o presidente planeja negociar com os candidatos é algo que já deveria ter sido aprovado há muito tempo. Agora que a situação chegou a um ponto insustentável para as empresas, pode ser tarde para produzir algum efeito. Seja como for, é melhor o novo presidente assumir com uma pequena reforma aprovada do que começar do zero as negociações com um Congresso renovado. Em quase oito anos de mandato, FH não fez até agora um esforço genuíno para aprovar a reforma tributária.
O positivo na abertura das contas é mostrar aos candidatos o que espera o vencedor a partir de 1º de janeiro. Ninguém poderá dizer que prometeu mundos e fundos na campanha porque desconhecia a realidade das contas públicas.
Editorial
O BRASIL E A ALCA
Estudo recém difundido pela Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) traz um alerta da maior oportunidade para o Brasil. De acordo com o documento, a adesão do país à Área de Livre de Comércio das Américas (Alca) poderá representar mais perdas do que oportunidades de intercâmbio. Mais: os prejuízos recairão especialmente sobre alguns dos setores mais avançados e dinâmicos da indústria nacional. Um total de 176 produtos exportados por empresas brasileiras para os mercados do continente, e que globalmente representam 10% de nossas trocas com as nações vizinhas, seria potencialmente afetado. Dentre eles situam-se máquinas e equipamentos, veículos, papel e celulose e produtos químicos, que passariam a sofrer a concorrência direta de similares provindos dos Estados Unidos e do Canadá. No caso dos automóveis, a redução das vendas poderia bater em 70%.
Eis aí uma advertência que deveria ser cuidadosamente avaliada por Brasília
Eis aí uma advertência que deveria ser cuidadosamente avaliada por Brasília. É evidente que a questão não pode ser resumida a um cálculo na ponta do lápis, cotejando lucros e custos, embora esses fatores sejam bastante relevantes. O que o atual e o futuro governo precisam aferir com segurança é se eventuais concessões de Washington no campo das barreiras tarifárias e não-tarifárias compensariam, a longo prazo, o tratamento favorecido que os EUA receberiam de um bloco já estruturado, como o Mercosul, a despeito de suas dificuldades atuais. Tais temas assumem notável importância neste momento em que o presidente George W. Bush, após ter conseguido do Capitólio a autorização para a promoção do comércio, a antiga fast track, que seu antecessor Bill Clinton não obteve, se apresta a lançar nova investida em favor de uma pronta negociação da Alca.
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08/15/2002
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