Zambiasi insiste no apoio ao ex-governador Britto









Zambiasi insiste no apoio ao ex-governador Britto
O deputado Sérgio Zambiasi (PTB) afirmou ontem que se o ex-governador Antônio Britto (PPS) confirmar a sua participação na disputa ao Piratini, prevista para hoje, o quadro político da sucessão de Olívio Dutra sofrerá um forte impacto. Para Zambiasi, o fato poderá promover a revisão de posições das direções nacionais e locais dos partidos que integram a frente.

As declarações de Zambiasi demonstram que ele não está disposto a receber calado a imposição do PTB nacional, que definiu o apoio do partido no Estado ao candidato do PDT, José Fortunati, e que não teme a ameaça de intervenção no diretório regional, feita pelo vice-presidente nacional do PTB Roberto Jefferson. Informações de Brasília dão conta de que a cúpula petebista poderia, inclusive, dissolver o diretório estadual e nomear uma comissão provisória, caso as decisões nacionais não sejam cumpridas.

Para o presidente da Assembléia gaúcha, faltou sensibilidade para os dirigentes do PTB, em Brasília, quando acertaram uma composição regional com o PDT, sem que as bases fossem consultadas. Segundo o deputado, dados extra oficiais indicam que a grande maioria dos candidatos a deputado federal e estadual do partido no Rio Grande do Sul, preferem concorrer aliados à Antônio Britto.

Sem citar o nome de José Fortunati, Zambiasi, confirmou que, "por enquanto", o PTB gaúcho aceita a decisão tomada pela executiva nacional, mas ressalta que espera uma mudança a partir do lançamento de Britto pelo PPS. O líder petebista elogiou o ex-governador, destacando que a sua atitude demonstra um "gesto de desprendimento e coragem admiráveis". Conforme Zambiasi, caso decida concorrer, Britto será aplaudido pela população gaúcha que aguarda com expectativa que ele dispute o governo do Estado.

Petebistas gaúchos querem esclarecimentos de Martinez
O deputado federal Edir Oliveira (PTB) criticou ontem a determinação da direção nacional do partido de formalizar a Frente Trabalhista somente com o PDT. Membro da executiva nacional, Oliveira viajou à Brasília à tarde, para se reunir com o presidente do PTB, José Carlos Martinez.

A intenção do parlamentar é esclarecer as condições em que será assinada a aliança. Segundo ele, a direção do partido não poderia formalizar nenhum acordo sem que este tenha sido aprovado por dois terços da executiva, composta por 70 membros. "Só conhecemos as informações pelos jornais. Precisamos ver o que existe de verdade nisto tudo", disse.

A partir daí, os petebistas gaúchos definirão como atuar. "Essas decisões continuam a ser produzidas em Brasília e no Rio, sem qualquer contato ou consulta às bases e sem a valorização dos estados. Não é só o Rio Grande do Sul que está reclamando", lamentou.

Oliveira acusou a direção do partido no Brasil de adotar "medidas uniformes de cima para baixo". Lembrou ainda que a Frente Trabalhista deveria ser composta também pelo PPS. "Essa era a proposta inicial", salientou.

Vieira aguarda resultado do encontro em Brasília
O cancelamento de uma reunião pelo deputado Vieira da Cunha (PDT), marcada para a manhã de ontem, que daria continuidade as negociações entre PDT, PTB e PPS para repetir a Frente Trabalhista nacional, também no Rio Grande do Sul, foi o pivô de mais um capítulo dessa novela entre os partidos de oposição que pode ser encerrado hoje. Vieira salientou que suspensão da reunião teve a iniciativa do PDT.

O deputado contou que ontem à noite telefonou para o presidente regional do PPS, Nelson Proença, e para o vice-presidente regional do PTB, Cláudio Manfroi, comunicando a decisão de interromper as negociações para esperar o resultado da reunião de hoje em Brasília. Vieira disse que o PDT gaúcho apoia o entendimento com o PTB no País e que isso não inviabiliza a participação do PPS, que pode ocupar os espaços deixados na chapa majoritária, para vice e uma vaga ao Senado. Vieira apelou para que o PTB local assuma a composição da Frente com o PDT, que não vê nenhum impedimento para que os dois partidos disputem juntos a eleição.
Já o vice-presidente do PTB no Rio Grande do Sul Cláudio Manfroi declarou ontem que no final da tarde já tinha informações de que a reunião com o PDT e o PPS, seria suspensa. A partir desse fato, um grupo de petebistas, liderados por Manfroi reuniram-se ontem à noite decidindo que o partido no Estado iria enviar uma comissão a Brasília, para participar dos encontros de hoje e pedir à direção nacional do PTB maior sensibilidade com os companheiros gaúchos.

Ele considerou que o PDT criou um novo impasse pautado pelo "cancelamento do diálogo, do bom senso e da conversa". Manfroi destacou que os petebistas gaúchos estavam trabalhando para superar as imposições que estavam sendo feitas pela executiva nacional sobre o PTB gaúcho, mas que ao mesmo tempo tentavam desobstruir, através do diálogo, o fechamento de questão da cúpula, decidida em Brasília .

O vice-presidente regional do PTB, disse que não vê risco à candidatura de Zambiasi a partir da posição de conflito estabelecida entre o partido no Estado e no País. "Nós não temos nenhuma dificuldade com os companheiros do PDT. Nós temos uma reunião na próxima sexta-feira, do diretório regional, se os companheiros na próxima sexta-feira entenderem da manutenção da candidatura do presidente Zambiasi ao Senado e entenderem também que nós devemos a partir de agora seguir esta caminhada e esta jornada junto com o PDT, nós iremos deliberar neste sentido", disse Manfroi, descartando a possibilidade de que o partido busque uma solução jurídica para o impasse.

Proença lamenta fim das conversações
O presidente regional do PPS, Nelson Proença, lamentou o fim das conversações e disse que para o PPS a iniciativa foi um choque uma vez que o desejo do partido era um entendimento com o PTB e com o PDT. Proença manifestou que a negociação regional é a única saída para a consolidação da Frente Trabalhista no Estado.

Lembrou que na sexta-feira o PDT havia concordado em iniciar esta rodada de negociações, tanto é que uma primeira reunião foi realizada na sede do PDT com a presença de lideranças dos três partidos.

O parlamentar salientou que o PDT nunca disse claramente quais eram as razões que moviam o ex-governador Leonel Brizola no veto feito aos nomes do PPS. Reiterou que Leonel Brizola e dirigentes estaduais do PDT defendiam uma espécie de reciprocidade com PPS do Estado retribuindo, com a aceitação do nome de José Fortunati ao governo, o apoio do PDT à candidatura de Ciro Gomes à presidência.
No entendimento de Proença "o PDT apesar de estar dizendo que acredita no diálogo, no fundo não tem interesse em construir a Frente Trabalhista, a não ser que as suas normas sejam ditadas e quem quiser que as siga". Segundo o deputado, "seria menos doloroso e menos arrogante" se o rompimento das negociações fosse comunicada na reunião de ontem que foi cancelada.


PDT e PTB excluem PPS da coligação nos Estados
As executivas nacionais do PDT e do PTB firmam hoje oficialmente, em Brasília, um acordo que, nos Estados, exclui o PPS da Frente Trabalhista, formada pelos três partidos para apoiar a candidatura de Ciro Gomes à Presidência. O movimento, com aval de Ciro, tem como alvos o ex-governador gaúcho Antônio Britto (PPS), que articula sua candidatura ao governo estadual e ameaça romper a coligação no Rio Grande do Sul, e o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PPS). Pelo acerto, PDT e PTB fecharão chapas para governador, senador e deputados, sem o PPS, que fica só na união nacional. "Onde tem problema com o PPS, não vamos nos coligar", antecipou o líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson (RJ). "Não vamos nos juntar ao PPS no Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraná, Bahia." O foco da crise, porém, é o governo gaúcho. O PDT, que defende a candidatura de José Fortunati, não aceita Britto, que fez, na opinião dos pedetistas, um governo neoliberal (1995 a 1998).

Na semana passada, o presidente do PDT, Leonel Brizola, levantou a hipótese de que Freire estivesse a serviço do governo federal, supostamente trabalhando para inviabilizar a frente. O acordo começou a ser delineado na última quinta-feira à noite, numa reunião no apartamento de Brizola, em Copacabana, na zona sul do Rio. Além do pedetista e de Jefferson, participaram do encontro o presidente do PTB, José Carlos Martinez (PR), e o dirigente nacional pedetista Carlos Lupi.

No dia seguinte, os quatro voltaram a se reunir na residência de Brizola e fecharam o acerto. Ciro recebeu de Martinez e Brizola a comunicação do que acontecia, demonstrou preocupação e pediu calma. Porém, minoritário no PPS, ele tem na manobra esperança de vencer as resistências internas ao acordo com o PDT.

Na reunião conjunta de hoje, as executivas do PDT e do PTB, além de firmar o acordo nos Estados, vão reafirmar o apoio à candidatura de Ciro à Presidência. Isso não deve eliminar, porém, a nova crise em que a Frente Trabalhista deve mergulhar. Segundo o líder do PTB, o PPS tem um discurso excludente. "Roberto Freire joga na crise, era uma crise toda semana", reclamou Jefferson. "Acabou a crise, o Britto agora é candidato", ironizou. "Deixamos o Freire livre para se coligar ao PFL no Rio Grande do Sul", afirmou Lupi, também em tom irônico.


Brizola garante apoio à candidatura Ciro
Apesar das ameaças de rompimento da Frente Trabalhista nacional, o presidente do PDT, Leonel Brizola, garantiu que o partido sacramenta hoje, em Brasília, o apoio à candidatura de Ciro Gomes à presidência da República. Recebido com entusiasmo pela militância pedetista que lotou o auditório do partido em Porto Alegre, ontem à noite, Brizola declarou que fará o possível para reverter a resistência do PTB ao nome do vereador José Fortunati. "Estamos apostando na futura fusão dos dois partidos, por isso é importante que formemos alianças na majoritária e nas proporcionais", analisou.

Sobre o lançamento da candidatura do ex-governador Antônio Britto pelo PPS, Brizola lamentou, mas disse que o PDT não será empecilho. "Se Britto quiser colocar seus interesses pessoais e o de grupos empresariais acima do Estado e do País, não vamos atrapalhar", alfinetou.

Sobraram críticas também para o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, que não teria colaborado para a formação da aliança no Rio Grande do Sul. "Ele reafirmava, nas reuniões, que Britto não era candidato. Pensávamos que o ex-governador tinha mudado, que estava mais humilde, mas percebemos que ele já tinha outros interesses", disse.


Lojistas estimulam abertura aos domingos
O Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-POA) estão estimulando o comércio a abrir suas portas aos domingos sem o risco de sofrer multas por parte do Ministério do Trabalho. A garantia da não punição, pelas entidades, tem como base o julgamento do Tribunal de Justiça do Estado e do Superior Tribunal de Justiça da ilegalidade da lei municipal nº 7.109/92, que proíbe o funcionamento do comércio aos domingos no município de Porto Alegre - com exceção daqueles que ajustem condições de funcionamento com o Sindicato dos Comerciários (Sindec).

Além disso, a assessoria jurídica do Sindilojas apoia-se na medida administrativa adotada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, através do Departamento de Fiscalização do Trabalho, no dia 22 de fevereiro, que coloca a possibilidade de o varejo manter seus funcionários trabalhando aos domingos independentemente de convenção ou acordo coletivo e de autorização municipal. "Nesta norma consta que não cabe ao auditor-fiscal proceder a autuação por trabalho de empregados aos domingos", declara o assessor jurídico do Sindilojas Flávio Obino Filho.

Conforme o presidente do Sindilojas, José Alceu Marconato, as empresas que optarem pela abertura poderão abrir já no domingo que antecede o Dia das Mães, e deverão fazer a negociação dos domingos de trabalho diretamente com empregados. "Os contratos de trabalho poderão ser alterados por negociação individual, mas as folgas semanais serão mantidas. É obrigação da empresa garantir a folga", assegura. Ele acredita que a abertura sistemática aos domingos poderá gerar de 1,5 mil a 2 mil postos de trabalho. "O que nós queremos é liberdade de abrir o comércio."

Para o presidente da CDL, Atílio Manzoli Jr., as demais cidades estão absorvendo os compradores da capital e a negociação com o Sindec pela abertura esporádica quebra a continuidade do processo, desestimulando o consumidor. E completa: "O consumidor precisa que as lojas se mantenham abertas para criarem o hábito de sair às compras aos domingos."


Lavagna se reúne com G-7 e prepara negociação com FMI
O novo ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, debutou em seu cargo no primeiro contato internacional, ao reunir-se, acompanhado do chanceler Carlos Ruckauf, com os embaixadores do Grupo dos Sete. Lavagna e Ruckauf reafirmaram aos embaixadores as intenções argentinas de cumprir as promessas feitas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e de continuar as negociações com esse organismo financeiro.
No fim da reunião, Ruckauf declarou que Lavagna disse aos embaixadores que "o que a Argentina precisa hoje, fundamentalmente, é solucionar sua situação de curto prazo. Mas para isso, é muito importante uma garantia por parte do FMI para que a Argentina possa ter créditos em outros organismos financeiros".
Segundo Ruckauf, os mecanismos de pré-financiamento de exportações do Banco Mundial e do Banco Inter-americano de Desenvolvimento (BID) precisam de um pré-acordo com o FMI.

Referindo-se à miríade de promessas feitas pela Argentina nos últimos anos, e nunca cumpridas, Ruckauf disse que "podemos ser muito simpáticos, mas se não cumprimos o que prometemos, ninguém vai acreditar na gente".

O secretário-geral da presidência da República, Aníbal Fernández, admitiu que o governo "compreende a reticência" dos organismos financeiros em conceder ajuda à Argentina, pois "o país não cumpriu nenhum dos últimos 19 acordos, e desta forma, não é um país para se acreditar. Essa desconfiança é compreensível. A Argentina não fez nada para que a situação fosse outra". Depois do encontro com os embaixadores do G-7, Lavagna e Ruckauf reuniram-se com os embaixadores dos países do Mercosul.


Artigos

O futuro do trabalho
Onyx Lorenzoni

O dia internacional do trabalho deve servir para a reflexão de que o trabalhador brasileiro não é livre, pois lhe é vetado o sagrado direito de escolha ao não deixar que opte se quer contribuir para o INSS ou fazer um plano de previdência privada. A verdade é que o trabalhador é escravo do estado brasileiro. E esta relação foi pensada há 60 anos, sob a inspiração da Carta Del Lavoro, de Benito Mussolini. Ou seja, a inspiração de Vargas foi a legislação fascista. Lamentavelmente, governos se sucederam e nenhum teve a coragem de rever estes conceitos. A Constituição de 88 procurou estender, de maneira generosa e com a mesma intensidade, para a pequena oficina mecânica, os benefícios que a relação sindical entre os metalúrgicos do ABC paulista e as grandes multinacionais construíram. Tentou-se fazer a transferência de uma situação irreal. E o resultado é que a realidade construída penaliza o trabalhador. Hoje, do total da População Economicamente Ativa, PEA, apenas 28 milhões possuem carteira assinada e 36 milhões de trabalhadores estão na informalidade. E a pergunta a ser considerada é onde estão? Nas multinacionais? Não. Estes trabalhadores informais estão nas milhares de pequenas empresas espalhadas pelo País, onde, na maioria das vezes, o patrão trabalha ao lado do empregado. Neste rol, encontram-se milhares de atividades que são desenvolvidas em parceria porque tem uma lei que ninguém revoga. A lei da sobrevivência. Esta é a lei respeitada na parceria da informalidade, no compartilhamento das oportunidades de trabalho.

Está mais do que na hora das estruturas sindicais compreenderem esta nova realidade. Não dá para ficar agarrado no interesse corporativo, na visão estreita de corporações que hoje são fruto de um conjunto de privilégios. Legislação que se, por um lado, era o Pai dos Pobres - como dizia Getúlio - por outro, era a mãe dos ricos. E soube, habilmente e com competência, construir uma relação onde, aparentemente, beneficiava alguns mas, na verdade, cuidava, diretamente, do interesse do grande capital. Portanto, quando se fala em rever a legislação trabalhista, defendemos um processo de inclusão de milhões de brasileiros e de famílias na rede de proteção que deve existir ao trabalho através de programas que valorizem o trabalhador e dêem tranqüilidade na educação, saúde e segurança. Em um momento que o Brasil vem amargando perda no desempenho econômico e redução do consumo no mercado interno, justamente porque há diminuição na renda, o desafio que está colocado aos partidos políticos é o de se distanciar da visão sindical corporativa e passar a olhar as relações de trabalho como uma forma de inclusão social para a dignidade humana e para a qualidade de vida. Pois é só através do trabalho que se faz a verdadeira distribuição de renda, se constrói possibilidades e, principalmente, uma vida digna a cada cidadão deste País.


Colunistas

CARLOS BASTOS

PFL gaúcho é o mais cobiçado da sucessão
O PFL do Rio Grande do Sul tem sido o partido mais requisitado pelos demais partidos, desde a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, referendada pelo STF, sobre a verticalização das coligações. Com a liberação dos partidos que não tiverem candidato à presidência da República, os pefelistas estão optando por não apresentar nenhum nome para substituir a ex-governadora Roseana Sarney. E agora, Germano Bonow, Onyx Lorenzoni e Reginaldo Pujol, estão sendo cercados pelos dirigentes dos demais partidos oposicionistas, todos esperando contar com eles em futuras coligações. A legenda oferece um bom espaço nos horários eleitorais em rádio e televisão, e tem o seu presidente regional, deputado Germano Bonow, que por sua biografia política entra em qualquer composição de chapa majoritária.

Diversas
O primeiro candidato a governador que procurou o PFL para negociar uma aliança foi Celso Bernardi, do PPB. Esta seria uma possibilidade bem viável, pois os dois partidos tem muitas identidades e a mesma origem.

A principal especulação é de que o PFL estaria em tratativas com o ex-governador Antônio Britto, para integrar a aliança que seria encabeçada pelo PPS. A expectativa é do lançamento da candidatura de Britto, mas as articulações caminham no sentido de Bonow ser seu candidato a vice-governador. n E as lideranças do PPS estão contando com o excelente relacionamento de Antônio Britto com Bonow, que foi secretário da Saúde em sua passagem pelo governo do Estado.

O peemedebista Germano Rigotto quer promover uma aliança a nível estadual com o PSDB de Vicente Bogo e Yeda Crusius, repetindo a coligação nacional, e com o PFL de Germano Bonow também. Rigotto está em busca do apoio dos pefelistas gaúchos.

Os tucanos, por seu lado, ao mesmo tempo que estimulam uma aproximação com o PMDB, com o qual participam da aliança em nível nacional em torno da candidatura do senador José Serra a presidente da República, não afastam a hipótese de se aliarem ao PFL no Estado.

O próprio PDT, com o candidato José Fortunati, pode buscar uma aproximação com o PFL gaúcho, através do vereador Reginaldo Pujol, que foi um dos articuladores de sua eleição para a presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Última
O deputado federal Beto Albuquerque, reeleito para a presidência do PSB gaúcho, no congresso realizado no final de semana, visitou ontem a sede do PT. Beto disse que firmou um pacto de paz com os petistas, pelo qual os presidenciáveis do PT e do PSB, respectivamente Lula e Anthony Garotinho, não sofrerão críticas quando em campanha no Estado. Segundo Beto Albuquerque, o PSB vai integrar a comissão de campanha e conselho político de Tarso Genro e participará da reunião da Frente Popular, dia 11 de maio, quando será debatido o programa de governo do candidato do PT ao Piratini.


FERNANDO ALBRECHT

Agruras da hotelaria...
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do RS alerta para o cenário do futuro imediato do turismo no Estado em relação às duas temporadas mais marcantes deste ano, o inverno na Serra Gaúcha e o verão no Litoral Norte. "Estamos notando em todo o Brasil uma pressão grande das operadoras para vender o inverno argentino de Bariloche, que tem alguns atrativos a mais que a Serra Gaúcha, além de neve abundante e preços acessíveis em função da desvalorização do peso", afirma o presidente da entidade, Roger Baqui.

...com ofensiva argentina
Enquanto isso, a Serra das Hortênsias também já viveu melhores tempos. Segundo o jornalista Miron Neto, do Jornal de Gramado, até o dia 21 haviam passado pelos pedágios da região 131.680 veículos, número 10% inferior ao do ano passado. Faltou o frio ou o esquema cansou? Gramado também sente a concorrência de outras regiões, como Bento Gonçalves e imediações. Com esta preocupação, o Congresso Internacional de Hotelaria e Gastronomia abre seus painéis dia 16 de maio, no Sierra Park, em Gramado.

E por falar em argentinos...
... a procura por aluguel de apartamentos em Porto Alegre já registra a presença de famílias argentinas. A Banca Imobiliária, que atua há 15 anos na locação de imóveis na cidade, tem recebido consultas diariamente e com maior volume a partir da decretação do fechamento dos bancos argentinos. Fato sem precedentes no mercado.

O chuveiro do libanês
Pois é, os maninhos libaneses tinham dado uma folga, mas o Mano 1 procurou a página para contar outra história do seu irmãozinho querido. Dias desses, disse, seu irmão chegou mais cedo em casa e deparou-se com sua empregada tomando uma ducha no seu banheiro. Nuinha e bela, por sinal. Os dois se entreolharam e o Mano 2 perguntou à empregada se ela gostava dele. "Claro", disse ela, olhar concupiscente. "Pois não parece". E fechou a torneira. "Se gostasse não gastava minha água nem minha luz". E ficou por isso mesmo.

Elas no poder
A nova diretoria da Associação de Lojistas do Lindóia Shopping tem uma particularidade: é composta exclusivamente de mulheres. A chapa Integração venceu a concorrente Novo Lindóia em eleição feita no dia em que o shopping completou oito anos. A presidente é Luiza Guerra Estivalete e as demais integrantes da diretoria são Geneci Botelho, Cleo Penha, Maria de Lurdes Andreis, Ilza Souza, Maria da Silva, Maria Regina de Campos e Bernardete Steffanon.

Problemas da cidade
Antes mesmo das chuvas que caíram na Capital era fácil constatar que a cidade está toda esburacada em uma proporção maior que o normal. Tem cada panelão nas nossas ruas e avenidas que só vendo, sem falar que trechos inteiros de artérias estão em petição de miséria. A chuva só faz piorar um problema que já existe e que vem se agravando nos últimos tempos. E haja suspensão.

Plano empresarial
O Grêmio está lançando o Plano Empresarial. Além de reforçar a campanha pelo Tri da Libertadores, a promoção chega como ferramenta para o empresário que busca motivar a relação com seus funcionários, ou mesmo, privilegiar clientes e fornecedores especiais, proporcionando-lhes tratamento diferenciado. O PE contém 10 credenciais para as cadeiras cativas que poderão ser cedidas a terceiros. A empresa terá sua marca e slogan presentes no painel do torcedor empresarial.

Gaúcho premiado
O filme gaúcho Neto Perde a Sua Alma
ganhou vários prêmios no VI Festival de Cinema do Recife, que terminou domingo. Entre eles, o de melhor roteiro (de Tabajara Ruas e Beto Souza), melhor ator coadjuvante (Seimar Antunes), melhor direção de arte (Adriana Borba ) e o troféu Gilberto Freire pelo melhor filme que abordou o tema miscigenação. Quer dizer que o cinema gaúcho vai ganhando terreno. É claro que ainda falta muito, mas a verdade é que ele melhorou, e como.

Região Noroeste
A partir da constatação que a Região Noroeste foi a única do Estado que perdeu população nos últimos dez anos, já que a pequena propriedade não gera renda suficiente para manter as famílias, o deputado Osmar Terra (PMDB) obteve do presidente Fernando Henrique a promessa de que o BNDES faria parte de um plano de reativação da economia da região, cujo PIB encolheu US$ 200 milhões entre 1997 a 1999. Técnicos do banco e lideranças estarão reunidos no seminário Propostas para o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Noroeste Gaúcho, em maio, em Três de Maio.

Federação Espírita RS promove amanhã às 8h30min, na Assembléia, o 2º Seminário Estadual de Assistência e Promoção Social Espírita.

Funcionalismo municipal de Cachoeira do Sul vai comemorar o Dia do Trabalho, com o aumento de 12%.

Digitel confirmou participação no 3º Fórum Internacional de Software Livre, de 2 a 4 de maio na PUC.

Mãe de Deus Center terá também quatro clínicas odontológicas lideradas pelo cirurgião Waldemar Polido.

Brazilian Team, do Colégio Província de São Pedro, chegou às quartas de final do First Robotics Competition, em Orlando.

Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica criou o Departamento de Qualificação de Clínicas de Cirurgia Plástica.

Hotel Alpestre, de Gramado, fechou parceria com a Unimed para assistência 24 horas dos hóspedes.



Editorial

GERAR EMPREGOS É O MAIOR DESAFIO BRASILEIRO

O Dia do Trabalho, 1º de maio, é assinalado em todo o mundo. Nos países desenvolvidos, é uma festa só, entre nós geralmente serve para protestos, muito pouco para apresentação de propostas concretas em favor da geração de mais empregos. Criou-se uma cultura do antagonismo entre empresários e empregados e, pronto, assim é e ficará, ad eternum. No entanto, o Brasil deve começar a repensar e muito a legislação trabalhista, não para tirar direitos, mas para adequar-se à realidade e abrir novos postos. Hoje quem decide sobre os benefícios são os que estão empregados, não os excluídos, os que buscam, desesperadamente, um lugar ao sol nas névoas da estagnação, na falta de perspectivas para os jovens e no ocaso humilhante para os que passaram dos 40 anos. Os críticos lembram que o governo deveria favorecer a abertura de vagas, deixando a Consolidação das Leis do Trabalho, CLT, como está, sem a flexibilização que dorme no Congresso, embora a adesão formal e pública de diversas centrais sindicais. Há verdades e mentiras, fatos e versões na tal de flexibilização da CLT, somente discutida por quem está empregado, deixando de lado mais de 1,5 milhão dos que perderam a proteção empregatícia, por cujo retorno, com certeza, não exigiriam tanto da legislação. Por que o medo das mudanças? O FGTS não poderá ser negociado, bem como o INSS, férias de 30 dias, as normas de saúde e segurança do trabalho ou qualquer item que contrarie a Constituição Federal. O que se deseja é a negociação entre os sindicados, para que as obrigações legais sejam moldadas às condições deste ou daquele setor econômico, caso do comércio aos domingos.

A Lei 9.601, que permitiu a contratação por tempo determinado, foi combatida, como o FGTS em 1967, ferozmente pelos trabalhadores, mesmo que tal instrumento só possa ser aplicado com a anuência dos seus sindicatos. O Dia do Trabalho pega o Brasil numa situação de equilíbrio socioeconômico frágil, proximidade da Argentina, sem a segurança de que não será contaminado. Simultaneamente, dados do IBGE indicam que a renda média dos empregados foi de R$ 762,51, em fevereiro, ou 4,2 salários mínimos. Este é um valor 6,3% inferior, feita a deflação pelo INPC, sobre fevereiro de 2001, e 1% menor do que em janeiro de 2002. Se o salário médio não é o pior, embora devesse ser mais alto, o que preocupa é a queda, combinada com a taxa de desemprego elevada. Isso mostra uma tendência que prejudica o consumo e, via de conseqüência, a movimentação da indústria e do comércio, gerando menos tributos. Reclamar mais e mais não pode ser a única atitude dos que trabalham. Quem está fora do mercado deveria opinar sobre como enxerga suas possibilidades e o que exige em troca de um salário com emprego formal. O trabalho é o maior fator de elevação da dignidade humana, asseverou Getúlio Vargas, que quando sistematizou uma rede de proteção trabalhista nos anos 30/40 do século passado, via CLT, tornou-se o "Pai dos Pobres". Ainda que mereça a reverência pelas então inovações, temos de nos lembrar que ali o Brasil transitava de uma economia agropastoril para a industrialização, necessitando, pois, de leis que normatizassem melhor as relações entre as empresas e seus servidores. Hoje, todos trabalham irmanados, não raro os empregados, chamados agora de parceiros ou colaboradores, recebem participação nos lucros, planos de saúde e aposentadorias suplementares. O Dia do Trabalho é muito importante para ficar somente em repetitivas frases contra isso ou aquilo, há que se debater e apontar fórmulas para gerar empregos, pauta obrigatória dos candidatos a presidente. É disso que o País precisa, empregos.


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04/30/2002


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