PTB gaúcho decide se apóia PDT









PTB gaúcho decide se apóia PDT
Líderes dizem respeitar diretório nacional, mas atribuem à base partidária responsabilidade pelo rumo

O diretório regional do PTB se reúne hoje, no auditório da Assembléia Legislativa, a partir das 14h, para examinar a decisão da executiva nacional que determinou a realização de aliança com o PDT do Rio Grande do Sul em apoio à candidatura do vereador José Fortunati ao Palácio Piratini. Os dirigentes querem repassar todas as informações a respeito disso e ouvir as lideranças do interior do Estado sobre a disputa. Em tese, conforme admitiu ontem o deputado federal Edir Oliveira, o partido avaliará três possibilidades: acatar a determinação do diretório nacional, disputar a eleição em faixa própria somente com o presidente da Assembléia, deputado Sérgio Zambiasi, ao Senado ou se coligar com o PPS participando da majoritária. A indicação a ser feita hoje pelo diretório poderá determinar o resultado da convenção do partido em junho. 'Nós respeitamos a decisão nacional, mas quem trilhará o rumo do partido será a base', assegurou Edir. Segundo o deputado, há dias que grupo de advogados do PTB está estudando alternativas legais para que o partido possa tomar decisão com tranqüilidade sem que isso represente falta de subordinação ao estabelecido pelo diretório nacional.

O presidente regional do PTB, deputado Iradir Pietroski, afirmou que o rumo será definido na convenção de junho e considera a decisão da base soberana. 'Nunca aceitamos imposições. Por isso, consultaremos o diretório no Estado sobre a forma de agir', explicou. Iradir acha que ainda é muito cedo para tratar das questões relacionadas ao processo eleitoral como definitivas e prevê mudanças em breve. Zambiasi compartilha da mesma posição. Ele acredita que os quadros nacional e regional mudarão nos próximos dias.


Ciro acha que tucanos privilegiam São Paulo
O candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou ontem, em Washington, que defende política de substituição de importações que não crie 'redoma protecionista para um único estado', insinuando que a intenção do candidato do PSDB, José Serra, é privilegiar São Paulo. Durante palestra a 80 pessoas na Câmara de Comércio para o Brasil, Ciro também se disse a favor da integração do Brasil à economia mundial. Ressalvou que os interesses nacionais devem sempre prevalecer.


Albuquerque fica no PSDB e enfrenta críticas
O ex-presidente regional do PSDB Carlos Albuquerque, que havia encaminhado segunda-feira pedido de desfiliação, reconsiderou a posição e decidiu permanecer no partido. Em documento enviado ontem ao diretório, Albuquerque argumentou que a solicitação ocorreu em momento 'de grande emoção e revolta contra lideranças partidárias'. A revisão do desligamento se deveu, conforme ele, aos apelos dos filiados tucanos de Barra do Ribeiro, onde é prefeito. Porém, o pedido de refiliação não anulou o inconformismo das lideranças com acusações feitas por ele, que atribuiu a sua demissão da presidência a 'trapaças e falcatruas'. A deputada federal Yeda Crusius salientou que Albuquerque deveria ter tomado providências contra eventuais irregularidades enquanto esteve no comando da executiva e condenou a atitude de acusar sem provas. O ex-governador Vicente Bogo atribuiu o inconformismo de Albuquerque a arbitrariedades da executiva nacional, que cancelou a pré-convenção para a escolha do candidato ao governo do Estado.

O deputado Jorge Gobbi, que exerceu a presidência regional antes de Nelson Marchezan, falecido em fevereiro, negou que tenha existido em sua gestão qualquer tipo de anormalidade administrativa e creditou as declarações de Albuquerque à tensão do momento. Para o vereador Antônio Hohlfeldt, que ocupou o cargo de presidente antes de Gobbi, as alegações de traição seriam referentes a desacertos entre as executivas estadual e nacional. 'O mesmo já havia acontecido na minha gestão, quando enfrentei pressões da cúpula para apoiar determinadas candidaturas', contou Hohlfeldt. Ele acredita que existirá mais de um candidato à presidência regional tucana dia 25 deste mês. Nessa data, o diretório escolherá o novo comando da executiva, atualmente exercido interinamente por Sanchotene Felice. Segundo Bogo, haverá muitos pretendentes, devendo ter preferência os que não concorrerem em outubro. Yeda também se manifestou favorável ao lançamento de outros candidatos. 'Chegou a hora da decisão política', enfatizou.


“Relatório de banco” não preocupa Lula
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem, em Erechim, que a desvalorização de títulos brasileiros é anterior ao seu lançamento. 'Tentar ligar isso à campanha é o mesmo que a um jogo de futebol', comparou. Segundo Lula, o sucessor deve estar preparado para elaborar modelo de desenvolvimento voltado à retomada do crescimento e não ficar preocupado com 'relatório de banco'. O candidato do PT disse ainda não se ocupar das coligações, ao comentar a possibilidade de se aliar ao PL. 'Isso é assunto do comando partidário, não me envolvo. Estou na rua fazendo campanha', justificou. Ele veio ao Estado gravar sobre agricultura familiar para o programa do PT.


Visita
O candidato do PMDB ao governo do Estado, deputado federal Germano Rigotto, visitou ontem à tarde o Sistema Guaíba/Correio do Povo. Estava acompanhado pelo presidente do diretório regional, deputado federal Cezar Schirmer, e pelo coordenador da campanha, Alberto Oliveira. Discorreram sobre os projetos que pretendem desenvolver se o partido vier a vencer a eleição. Foram recebidos pelos diretores administrativo, Carlos Alberto Bastos Ribeiro, e de redação, Telmo Borges Flor. Na foto, Schirmer, Rigotto e Ribeiro.


FHC responderá a toda intromissão
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que irá combater todas as tentativas de intromissão em assuntos internos da sua administração. Os econômicos, em particular, e também os que possam afetar a governabilidade terão prioridade nas respostas. Ele próprio tomou quarta-feira a iniciativa de rebater ao candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, que havia pedido cautela do presidente na adoção de novas medidas neste fim de mandato. FHC criticou ainda as agências de avaliação de risco que rebaixaram os títulos brasileiros alegando favoritismo de Lula nas pesquisas. O presidente continuará reiterando que as contas públicas estão controladas.


Freire rejeita desistência do PPS para aderir ao PT
O presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, disse ontem que o candidato do partido à Presidência da República, Ciro Gomes, não desistirá em favor de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, no 1º turno. Acredita que apenas quando houver dois candidatos a oposição se unirá. Conforme Freire, as divergências da Frente Trabalhista, formada por PPS, PDT e PTB, nos estados não vão interferir no apoio a Ciro. 'Eu me empenharei para que a unidade da Frente Trabalhista ocorra em todo o país', salientou Freire.


Garotinho promete mais rigor
O candidato do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho, participou ontem de encontro com jornalistas internacionais, na sede da Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil, no Rio. O ex-governador criticou a política externa norte-americana e prometeu, caso eleito, mais rigor nas relações internacionais. 'Em vez de resolver os confrontos, os Estados Unidos estão acirrando mais a situação', disse, em referência ao conflito no Oriente Médio. Garotinho acusou o candidato do PSDB, José Serra, de ser o representante da direita e dos bancos na sucessão presidencial deste ano. Segundo ele, Serra finge ser de oposição por ter 'vergonha' de se assumir como candidato do governo Fernando Henrique.


PC do B indica suplentes para a chapa ao Senado
As direções regionais do PT e do PC do B se reuniram ontem para tratar da aliança entre os partidos. Segundo o presidente do PC do B, Adalberto Frasson, o partido indica o professor Roberto Macagnan para primeiro suplente ao Senado do candidato Paulo Paim e a vereadora de Cachoeira do Sul Dina Machado, de Emília Fernandes. O PC do B também apresentou propostas ao PT sobre a participação do partido no programa de governo ao Piratini e na coordenação de campanha.


Petistas reagem à opinião do presidente com ironia
As declarações do presidente Fernando Henrique Cardoso, sugerindo mais humildade ao candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, foram recebidas com ironia por líderes do partido. Para o deputado José Genoíno, 'o recado não é para Lula, mas ao candidato José Serra mesmo', disse, referindo-se ao desempenho do PSDB nas pesquisas. O vice-líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro, avaliou que Lula lidera porque trabalha com humildade para chegar ao Planalto.


Rigotto vai buscar aliança no governo
O PDT e o PTB serão procurados preferencialmente pelo candidato do PMDB ao Palácio Piratini, deputado federal Germano Rigotto, na sua eventual passagem ao 2º turno. 'Estaremos unidos e governaremos juntos o Rio Grande do Sul', garantiu Rigotto, que criticou candidaturas fadadas ao isolacionismo legislativo, como ocorre no governo atual. Segundo ele, tão importante quanto vencer a eleição é ter condições


Serra aceita Alves a vice, mas impõe condições
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, aceitou ontem que o deputado federal Henrique Eduardo Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte, componha a sua chapa. Porém, o tucano impôs a condição de que todo o PMDB apóie a indicação de Alves. Serra disse ao presidente do partido, deputado federal Michel Temer, que siga a sugestão do senador Pedro Simon de reunificação. Conforme o candidato do PSDB, a indicação iria acabar com especulações sobre o desempenho da economia do país.


Simon falará com trabalhistas
O senador Pedro Simon afirmou ontem que buscará encaminhar aproximação com o PDT e o PTB visando à sustentação, em eventual 2O turno, para o candidato do PMDB ao governo do Estado, deputado federal Germano Rigotto. Simon salientou que é cedo para falar em pacto de apoio mútuo, mas reconheceu que o PMDB gaúcho é historicamente alinhado aos trabalhistas. Admirador de Alberto Pasqualini, lamentou os problemas enfrentados nas últimas semanas pela Frente Trabalhista, que reúne PDT, PTB e PPS, e atribuiu o fracasso da iniciativa aos socialistas. Simon estará em Porto Alegre domingo, participando de encontro estadual do PMDB Mulher, reunindo Rigotto e lideranças femininas na Assembléia Legislativa.

Quanto à conjuntura nacional, o senador alertou que a falta de unidade do partido poderá trazer risco para a aliança em torno da candidatura à Presidência da República de José Serra, do PSDB. Apelou para que o presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer, evite isolar grupos que mantêm restrições a Serra, como dirigentes de São Paulo, Goiás, Paraná e Minas Gerais, pois esses poderiam derrubar a coligação na convenção de junho. Cotado a vice de Serra, o senador não poupou elogios ao tucano. 'Ele é o candidato mais bem preparado e competente e um parlamentar progressista', declarou. Simon considerou positiva a busca de apoio do PFL a Serra, dizendo que os liberais fortalecerão a candidatura.


Vieira aposta em união
O presidente regional do PDT, deputado Vieira da Cunha, espera que o PTB reflita hoje sobre a importância da Frente Trabalhista para o futuro dos dois partidos. Vieira disse ser possível vencer as resistências em nome da causa comum e tem certeza que o tempo vai amadurecer o processo de unificação do trabalhismo. O presidente regional do PPS, deputado federal Nelson Proença, manifestou solidariedade ao PTB gaúcho face à imposição do comando nacional para que apóie a candidatura do vereador José Fortunati, do PDT, ao governo do Estado. 'O PTB está constrangido, pois sabemos que esse não é o caminho que deseja seguir', comentou Proença.


Artigos

PUC-RS em reflexões
Mainar Longhi

Trezentos e dois integrantes da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul participaram de uma das três edições do seminário sobre a identidade da instituição, seus desafios, potencialidades e limitações nos dois últimos anos e quatro meses. A terceira se realizou em Bento Gonçalves nos dias 26, 27 e 28 de abril.

A PUC-RS, que figura entre as 20 universidades brasileiras com maior pesquisa (nas particulares é suplantada pela PUC-Rio), recebeu, na terceira edição, subsídios para os trabalhos em grupo e reuniões plenárias do irmão Clemente Ivo Juliatto (Curitiba), de José Roberto Gomes da Silva (Rio de Janeiro), do irmão Manoel Alves (Brasília) e de Pedro Demo (também de Brasília). A instituição marista ampliará a pesquisa e, em conseqüência, aumentará o número de professores em dedicação exclusiva. Tenho para mim que as seguintes palavras podem servir de síntese para a concepção que os participantes do seminário em apreço têm da ação educativa: 'Dar aulas sem produzir aprendizagens é uma contradição. Nesse sentido, o foco precisa ser não a atividade do professor, mas a aprendizagem que ele consegue que seus alunos desenvolvam a partir de suas atividades'. Esse conceito traz à lembrança, por exemplo, o projeto do empreendedorismo.

Simultaneamente à troca de idéias da administração superior, dos professores e dos funcionários, está em implantação o Plano Estratégico da Universidade, elaborado por representação proporcional dos seus setores, com assessoria de empresa especializada e apoio da associação dos docentes, funcionários, alunos e entidade mantenedora até o ano 2010. Será também reativada a Associação de Ex-Alunos da PUC-RS. Aumentará o intercâmbio nacional (aqui, especialmente, com as seis universidades maristas do México).

Verifica-se na comunidade acadêmica o empenho para que número sempre maior de diplomados seja competente e solidário. Para as tomadas de posição no seminário e no planejamento, voltaram a ser alvo da análise documentos pertinentes da Unesco e das associações às quais a referida universidade está vinculada. O signatário registra, com alegria, uma crescente adequação da entidade com aqueles pronunciamentos. Constata, igualmente, que uma série de universidades coirmãs está alcançando a qualidade no Estado e no país.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

DULA É O LULA MODIFICADO
1) Colunista Rudolfo Lago, do Correio Braziliense, criou neologismo para identificar o candidato do PT na 4a campanha. 'É o Dula, o Lula modificado pelo publicitário Duda Mendonça. O Lula era um barbudo de esquerda, mal-humorado e radical. O Dula é um senhor sofisticado e bem vestido, de barba bem aparada e idéias progressistas, mas bem mais moderadas e inseridas na realidade do moderno mundo globalizado de hoje. Uma parcela considerável do eleitorado rejeita Lula. Mas não rejeita da mesma forma Dula.'

2) Fica difícil para o PT atacar o PDT pela possível aliança com o PFL na eleição presidencial. O partido de Lula está muito mais próximo de entendimento com PL. É o preço que julgam necessário para tentar chegar ao poder.

QUEM É?
José Serra voltou a revelar que, no fundo, prefere Pedro Simon como companheiro de chapa à Presidência. A ala do PMDB governista insiste no deputado Henrique Alves. Afinal de contas, quem é Alves?

SEM PERDER TEMPO
O grupo do PT que elabora o programa d e governo para área da segurança pública trabalha em horário dobrado. Quer apresentar esboço de medidas a Tarso Genro, que retornará da Europa no dia 9.

ENGANO - O governo do Estado encaminhou projeto à Assembléia Legislativa para corrigir o que considera 'erro material'. A 5 de abril tinha sido sancionada lei dando aumento salarial de 10% aos servidores da Susepe. Como não apareceu no contracheque, reclamaram e souberam que houve engano, motivando novo projeto. O deputado João Luiz Vargas não deixa por menos: orienta a entrarem na Justiça para garantir pagamento.

DIFERENÇA
O PTB gaúcho pode acrescentar hoje uma letra à sigla, passando a PTBD. O D de democrático. Os 71 membros do diretório regional se reúnem para demonstrar que decisões da cúpula, em Brasília, não são absorvidas automaticamente, como ocorre com o PDT, que tem a palavra democrático para identificá-lo, mas que se submete sem piar ao chefe.

RISCO DA ABERTURA
Previsão do tempo para domingo: chuvas e trovoadas, mesmo que faça sol. Pelo menos junto às lojas que vão funcionar, porque a prefeitura promete aplicar multas pesadas. Na Câmara Municipal, tramita projeto de lei permitindo a abertura do comércio aos domingos. Serão necessários 17 votos do total de 33 para aprovação. Em 2001, veto do Executivo a projeto da mesma natureza foi mantido por 24 votos. Resta conferir quem mantém ou muda de posição.

TROCA DE BARCO
A candidatura de Ciro Gomes balança. Levantamento da Agência Jornal do Brasil, divulgado ontem, concluiu: José Serra é preferido pelo PTB em dez estados. Rio Grande do Sul está na lista dos fiéis a Ciro.

PERIGOS
Do antigovernista Hélio Fernandes na Tribuna da Imprensa: 'Não esqueço que em 1994 Lula estava tão forte que tiraram até um ano do mandato que não conquistaria. Agora parece que não há salvação para FHC. Basta Lula (e o PT) não prejudicar, este é o grande perigo'.

NA FALTA DE ASSUNTO
Semana com feriado no meio dá nisto: havia ontem, em Brasília, apenas oito dos 81 senadores e também oito dos 513 deputados federais. Para driblar a monotonia, convocação de Romário virou tema de discurso dos parlamentares nas tribunas.

APARTES
Presidente do PPS, Roberto Freire, implode: 'Avaliação internacional do Brasil é feita por incompetentes'.

Três mulheres vão disputar o governo do Rio: Benedita (PT), Rosinha (PSB) e Solange Amaral (PFL).

Foco da campanha se volta aos EUA. Não é só Ciro Gomes que está lá. Silvio Santos tomou mesmo rumo.

PPS, PTB e PDT descartam fim da Frente Trabalhista. É a 9a versão do fato. Aguardemos a próxima.

Desaconselhada a ida de candidatos ao Festival Nacional de Jericos em Pernambuco. Daria muito o que falar.

PFL chove no molhado ao pedir que Serra desista de concorrer para formar nova chapa. FHC não quer.

Guerra salarial: magistério público do Rio completa hoje 24 dias de greve.

Deu no jornal: 'Brasil começa a vender seu peixe no exterior'. Traíra, linguado, bagre, papa-terra...

PMDB pedirá volta do PFL à base governista. Só isso não funcionará. Talvez apelo com toda a veemência.


Editorial

O ATRASO NAS LEIS ANTIVIOLÊNCIA

O que se temia está se tornando inevitável. O excelente trabalho realizado pela Comissão Mista de Segurança Pública do Congresso, em sua parte principal, não será apreciado e votado este ano. A recente crise política entre o governo e o PFL, que culminou com a retirada da candidatura de Roseana Sarney à Presidência da República, paralisou, na prática, a tramitação de grande número de projetos até que um difícil acordo de lideranças superou o impasse político que impedia a votação de medidas provisórias, o que trancava a pauta da Câmara dos Deputados. Mesmo assim, a conclusão da votação da emenda constitucional - os destaques que faltavam - ocupou um bom tempo, retardando a votação dos projetos que constam no relatório final da Comissão Mista de Segurança Pública.

Como estamos em um ano eleitoral e, dentro de um mês e meio, o Congresso Nacional entrará em recesso branco, pois deputados e senadores estarão empenhados na campanha eleitoral, embora a relevância da matéria para o efetivo combate ao crime organizado e à violência, na melhor das hipóteses, como avaliou o senador Ramez Tebet, presidente do Congresso, não mais do que quatro ou cinco projetos atinentes à segurança pública poderão ser votados até a segunda quinzena de junho.

A comissão examinou mais de 300 proposições atinentes à segurança que tramitavam no Congresso e, em seu relatório final, apresentou três propostas de emenda constitucional e 21 projetos. As emendas constitucionais propostas não têm a menor chance de serem votadas ainda este ano, por absoluta falta de tempo, pois seriam necessárias, para cada uma delas, duas votações na Câmara e no Senado. Temas como a criação de guardas municipais armadas, a unificação das polícias e a instituição do Fundo Nacional de Segurança Pública, que recolherá 5% de todos os impostos arrecadados para que a União, os estados e os municípios possam fazer frente às exigências para a proteção e um bom serviço de segurança, ficarão para 2003. Contudo, mesmo reconhecendo as dificuldades, o relator da comissão, deputado Moroni Torgan, ainda tem esperança de que os ritos regimentais, que embaraçam a apreciação dos projetos, possam ser superados pelo rito político.


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05/03/2002


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