Quintanilha pede construção de eclusas para possibilitar o transporte hidroviário
O senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) defendeu, em discurso nesta terça-feira (25), a construção da eclusa de Lajeado que, segundo disse, está em "compasso de espera". Ele ressaltou que a eclusa tornaria possível a navegação de mais de 800 quilômetros do Rio Tocantins, contribuindo para o desenvolvimento da região.
O parlamentar acrescentou que na região do Estreito, na divisa com o Maranhão, está sendo construída uma usina hidrelétrica de porte, frisando que, sem a concomitância da construção de eclusa do Estreito, a hidrelétrica se tornará mais um fator impeditivo da navegabilidade do rio.
Quintanilha ressaltou que a modal rodoviária, a mais utilizada, é também a mais cara do mundo, chegando a ser quatro vezes mais cara do que a modal hidroviária. Ele disse que os tocantinenses comemoraram "com certa alegria" o anúncio da conclusão da eclusa de Tucuruí, para o segundo semestre deste ano, o que vai tornar navegáveis de 600 a 700 quilômetros do Rio Tocantins.
Segundo o senador, só com essa perspectiva de ampliar o trecho de navegabilidade do rio, empresários já buscam o norte do Tocantins, mais precisamente a cidade de Praia Norte, para implantar ali um porto fluvial para produtos da Zona Franca de Manaus, um dos mais importantes parques industriais do país. Quintanilha explicou que esses produtos antes vinham de navio até Belém, no Pará, mas, com a construção da eclusa de Tucuruí, o transporte desses produtos - que são transportados para as demais regiões do país - terá sua extensão reduzida de 700 a 800 quilômetros.
Além disso, argumentou o senador, o porto fluvial de Praia Norte vai energizar a economia daquela região, com construção de armazéns e plataformas multimodais, gerando emprego e renda para a população.
Parcerias público-privadas
Quintanilha recebeu aparte do senador Jayme Campos (DEM-MT) que concordou com a necessidade de ampliar a infraestrutura hidroviária no país. Ele comparou a situação com a demora na construção da eclusa de Tucuruí (PA) que elevou o valor da obra de R$ 200 milhões para R$ 1,5 bilhão.
Jayme Campos criticou a alegação do Ministério de Minas e Energia (MME) de que a construção de hidrelétricas concomitantemente às eclusas "oneraria" os projetos. Propôs como solução que sejam criadas Parcerias Público-Privadas (PPPs) ou sua privatização, de modo que o setor público arque com a construção da usina enquanto o setor privado se encarregue da infraestrutura de transporte. Com isso, argumentou, o transporte ficaria mais barato, possibilitando a redução de custo aos produtores brasileiros.25/05/2010
Agência Senado
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