RAMEZ TEBET: JUPIÁ É A PORTA DE ENTRADA DO MERCOSUL



O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) celebrou hoje (dia 16) a inauguração da eclusa de Jupiá, que torna o rio Paraná navegável do Centro-Oeste do Brasil até Buenos Aires, ao longo de 2,4 mil quilômetros de hidrovia. Definindo a obra como "porta de entrada do Mercosul", o senador disse que até 2010 pelo menos 30% da carga transportada entre os países signatários desse acordo terá condições de utilizar o Tietê-Paraná.

Em sua opinião, as hidrovias são o trajeto mais curto para transformar o Centro-Oeste brasileiro no equivalente ao Meio-Oeste americano - "uma região rica graças à produção de grãos, especialmente a soja". Com base na estimativa de que a área plantada de grãos no Centro-Oeste brasileiro poderá agora saltar de 2 milhões para 20 milhões de hectares, Ramez Tebet prevê que, em 20 anos, o Brasil poderá estar produzindo 250 milhões de toneladas de grãos, se usar as hidrovias combinadas com as ferrovias.

Ele disse que o custo do transporte de uma tonelada, por via rodoviária, de Campinas a Buenos Aires, é de US$ 110,00, enquanto por transporte fluvial esse custo se reduz para US$ 60,00. Informou também que atualmente é de 5 milhões de toneladas o volume total de cargas transportado pela hidrovia Tietê-Paraná. Conforme Tebet, a previsão é de que, até o ano 2010, 20 milhões de toneladas de cargas serão transportadas anualmente pelo complexo hidroviário recém-inaugurado.

Lembrando que o Brasil tem 25 mil quilômetros de rios navegáveis, o que equivale à metade da extensão da rede rodoviária federal, o senador disse que o mais barato caminho para a nossa agricultura é o hidroviário. E lembrou que, nos Estados Unidos, maior produtor mundial de soja, 70% da produção é transportada pelos rios, enquanto no Brasil isso se limita a 2%.

O senador homenageou os ex-governadores Fernando Correia da Costa, do então estado de Mato Grosso, e Lucas Nogueira Garcez, de São Paulo, que na década de 60 realizaram os primeiros entendimentos para a realização dessa obra, que ele define como "de extraordinária importância econômica para o Brasil". Tebet citou também os outros governantes que levaram adiante esse ideal, entre eles Mário Covas, e elogiou o presidente da Cesp (Centrais Elétricas de São Paulo), Andrea Matarazzo, que está mantendo entendimento com vários municípios de Mato Grosso do Sul para a realização de obras que compensem as perdas decorrentes da construção dessa hidrovia.

Declarou também que essa é uma das principais obras do programa Brasil em Ação, principalmente considerando que o transporte de carga no Brasil até hoje é feito pelo sistema mais caro do mundo, que é o rodoviário e que está falido. Conforme Tebet, essa inauguração foi saudada por quase uma centena de prefeitos de Mato Grosso do Sul e São Paulo, estando ele ausente em razão das votações do Senado. Os senadores Bernardo Cabral (PFL-AM) e Leonel Paiva (PFL-DF) apartearam para parabenizar Mato Grosso do Sul pela obra.



16/01/1998

Agência Senado


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