Rebelo diz que MP não é para proteger Henrique Meirelles



O presidente do Senado, José Sarney, recebeu na tarde desta terça-feira (30) o ministro da Coordenação Política e Assuntos Institucionais, Aldo Rebelo, com quem conversou sobre a pauta de votações, o PMDB e a preservação da base governista. À saída da audiência, Aldo Rebelo disse que a medida provisória que dá status de ministro ao presidente do Banco Central não visa contemplar Henrique Meirelles, mas proteger a instituição financeira e o próprio Estado brasileiro.

Aldo Rebelo disse que o governo confia no Legislativo e na sua capacidade de entender essa medida provisória, mas reservou a maior parte de seu tempo a responder perguntas de jornalistas sobre as críticas que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua opinião, o ex-presidente extrapolou em sua avaliação do atual governo. 

- Não creio que o presidente Sarney, que ocupa o mesmo status de ex-presidente da República, se expusesse da forma como fez Fernando Henrique Cardoso. O que se espera de um ex-presidente é que trate do Estado, dos assuntos de interesse nacional, e não desça a críticas tão contundentes e pouco qualificadas em relação a seu sucessor. Além do mais, quando nós falamos de competência é preciso passar das palavras aos fatos.

Aldo Rebelo afirmou que o ex-presidente Itamar Franco fez o Plano Real e entregou a seu sucessor um país com uma dívida de R$ 61 bilhões, enquanto Fernando Henrique Cardoso deixou para Lula uma dívida de R$ 800 bilhões. O ministro reconheceu que o governo tucano, com o Plano Real, estabilizou a moeda do país, mas observou que, nesse mesmo período, o Brasil quebrou três vezes e por três vezes recorreu ao Fundo Monetário Internacional.

- Durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, o país pediu socorro três vezes ao FMI e agora nós estamos saindo dos acordos com o FMI. Durante oito anos de governo, Fernando Henrique produziu um saldo de pouco menos de R$ 2 bilhões na balança comercial. Em dois anos, o governo Lula vai produzir um saldo de R$ 60 bilhões. Ou seja, nós estamos trabalhando para a estabilidade econômica do Brasil, gerando superávits importantes na balança comercial, muito superiores, em dois anos, àquilo que em oito anos conseguiu produzir o governo tucano.

Aldo Rebelo disse ainda que o Brasil enfrentou um rigoroso ajuste econômico no ano passado, mas, de janeiro a novembro deste ano, já cresceu 5,3%, enquanto, ao longo de oito anos de governo tucano, a taxa média de crescimento foi pouco maior que 2%.

- E nós estamos crescendo mantendo a estabilidade, ou seja, crescendo com inflação baixa. E, no governo de Fernando Henrique, o Brasil enfrentou o maior apagão da sua história. E não creio que aquele apagão tenha sido uma demonstração de competência. Portanto, é preciso levar em conta os fatos e não apenas a retórica de quem busca, com legitimidade, recuperar o papel de protagonista e disputar a legenda do PSDB com o governador Geraldo Alckmin rumo à próxima eleição presidencial.     



30/11/2004

Agência Senado


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