Receita desmonta esquema de fraudes de municípios e empresa de assessoria tributária



A Receita Federal do Brasil (RFB), o Grupo Especial de Trabalho Investigativo do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (GETI), o Ministério Público de Contas e a Polícia Militar do estado realizaram nesta terça-feira (10) a Operação Camaro, cujo objetivo foi combater organização criminosa responsável por fraudes em licitações, corrupção de servidores públicos, desvio de recursos e compensações fraudulentas de tributos.

Estão sendo cumpridos 08 (oito) mandados de busca e apreensão e 05 (cinco) de prisão temporária, por 18 servidores da Receita Federal e 20 policiais militares. As ações concentram-se nas cidades de Vitória, Vila Velha e Guarapari.

O trabalho, que durou cerca de um ano, foi desenvolvido a partir da constatação de que uma suposta associação sem fins lucrativos estaria prestando assessoria tributária a diversos municípios do Espírito Santo. Os contratos estariam sendo firmados por meio de processos licitatórios fraudulentos e previam a prestação de serviços, visando à recuperação de créditos decorrentes de contribuições previdenciárias recolhidas de forma supostamente indevida pelos municípios. Por tal assessoria, era cobrado um percentual sobre o crédito recuperado (compensado), que variava entre 15% e 20%.

Ao fiscalizar algumas dessas prefeituras, os auditores da Receita Federal verificaram que a maior parte desses valores havia sido recolhida corretamente e não eram, portanto, passíveis de recuperação pelos municípios. Somente em duas prefeituras do Espírito Santo, os autos de infração lavrados somaram mais de R$10 milhões. No entanto, a empresa de consultoria já havia recebido das prefeituras os percentuais pactuados, uma vez que tais pagamentos eram efetuados mensalmente, logo após as compensações.

Em todo o País, pelo menos 98 prefeituras, em vários Estados, contrataram os serviços de assessoria tributária da empresa investigada. A maior parte concentra-se no Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.

Durante as investigações, chamou a atenção dos agentes o grande número de carros importados de luxo registrados em nome da associação sem fins lucrativos e do presidente da entidade. Um desses carros é um Camaro, cujo nome acabou por ser escolhido para batizar a operação.

 

Fonte:
Receita Federal



10/04/2012 19:20


Artigos Relacionados


PF desmonta esquema de fraudes em licitações no Espírito Santo

PF e Receita desarticulam esquema de fraudes em importações

PF desmonta esquema que fraudava salário-maternidade

Operação da Corregedoria de SP desmonta esquema de fraude no Detran.SP

Operação da PF desmonta esquema de adulteração de combustíveis em três estados

Polícia Federal desmonta esquema de sonegação fiscal nos portos do Rio de Janeiro