Redecker diz que investigação sobre o Executivo "está sendo sepultada"
O deputado federal Júlio Redecker (PSDB-RS) declarou nesta terça-feira (31) que "está sendo sepultada" a investigação feita pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas sobre o envolvimento do Poder Executivo com a "máfia das ambulâncias". O parlamentar, responsável pela sub-relatoria da CPI que trata dessa investigação, protestou contra o fato de que ainda não foram votados diversos requerimentos de sua autoria que solicitam quebra de sigilos fiscal, bancário e telefônico e também convocações para depoimentos.
- Não é possível avançar sem a aprovação desses requerimentos - argumentou ele, acrescentando que essa paralisação "é uma ação deliberada".
O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado federal Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), rebateu as declarações de Redecker, afirmando que "não há, nem nunca houve, intenção deliberada de sepultar essas investigações". Segundo Biscaia, os requerimentos em questão não foram votados porque, em muitas ocasiões, não houve quórum para isso.
Também discordou de Redecker o relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO). Ele disse que as investigações sobre o Executivo continuarão a ser realizadas, e que prova disso será a vinda de quatro ex-ministros da Saúde à comissão, na semana que vem, com o objetivo de prestarem esclarecimentos sobre suas gestões. São eles José Serra e Barjas Negri, que chefiaram a pasta durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, e Humberto Costa e Saraiva Felipe, ministros na atual gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.
Redecker ressaltou que espera pela votação de seus requerimentos desde 5 de setembro - naquela ocasião, ele já havia protestado contra a não apreciação de suas solicitações -, e que o encerramento dos trabalhos da CPI está previsto para 18 de dezembro.
- O tempo urge contra nós - disse ele.
31/10/2006
Agência Senado
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