Relator de processo contra Renan pede explicações à Schincariol



O senador João Pedro (PT-AM), relator do processo que apura denúncia de que o presidente do Senado, Renan Calheiros, teria praticado tráfico de influência para favorecer politicamente a empresa Schincariol, vai enviar nesta sexta-feira (5) aos representantes da cervejaria um ofício solicitando explicações sobre a compra, pela empresa, de uma fábrica de refrigerantes do deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan.

A representação contra o presidente do Senado, protocolada pelo PSOL com base em denúncias da revista Veja, investiga se Renan teria intercedido a favor da Schincariolpara quitar dívidas da cervejaria junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e à Receita Federal, depois de a empresa ter pagado R$ 27 milhões por uma fábrica de refrigerantes de Olavo Calheiros. Na matéria, a revista afirma que a fábrica, que estava prestes a fechar, não valia mais do que R$ 10 milhões e que as dívidas da Schincariol com os órgãos do governo eram de cerca de R$ 100 milhões.

Segundo João Pedro, o expediente terá como objetivo esclarecer algumas dúvidas a respeito dos valores pagos pela Schincariol na compra dafábrica de refrigerantes, bem como o motivo da aquisição e a forma de pagamento estipulada em contrato.

- O objetivo do expediente é fundamentalmente esclarecer a compra da fábrica, para construir minha convicção e a dos demais membros do conselho sobre essa matéria - explicou João Pedro, em entrevista à imprensa.

João Pedro lembrou ainda que, na última reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, realizada na terça-feira (2), o processo que relata foi suspenso por 30 dias, com o objetivo de aprofundar as investigações sobre o caso e apresentar um relatório no mesmo dia em que forem analisados os outros dois processos a que Renan responde no colegiado, por quebra de decoro parlamentar.

- Em 30 dias, os três relatórios deverão ser apreciados ao conselho e estou trabalhando para cumprir a minha parte - afirmou João Pedro,

Outro processo investiga se Renan teria comprado, em parceria com o usineiro João Lyra, mas por meio de laranjas e sem declarar à Receita Federal, duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas. Já a última representação apura denúncias de que o presidente do Senado e o empresário Luiz Garcia Coelho teriam montado um esquema de propinas para desviar recursos de ministérios comandados pelo PMDB.



04/10/2007

Agência Senado


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