Relator diz que procurador-geral pode enviar esclarecimentos por escrito à CPI



 

O deputado Odair Cunha (PT-MG) desprezou insinuações de que haja uma crise entre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Caso Cachoeira e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Ao entrar para a reunião da CPI, nesta quarta-feira, o relator das investigações assinalou que qualquer cidadão investido de poder público precisa prestar esclarecimentos ao Legislativo, mas que, neste caso, o procurador-geral pode escolher a forma de fazê-lo.

De acordo com Odair, as explicações para o fato de o Ministério Público não ter pedido a abertura de inquérito quando recebeu, em 2009, relatório da Polícia Federal com os resultados da operação Vegas, podem chegar à CPI por via escrita ou oral. E acrescentou:

- Não há crise nas nossas relações com o Ministério Público. Essa é uma instituição do estado democrático que precisa ser fortalecida. Tratamos de questões substantivas. Questões adjetivas não nos interessam.

E a expectativa sobre a reunião secreta, iniciada às 10h35, para ouvir um delegado e dois procuradores responsáveis pela operação Monte Carlo é de que sejam depoimentos longos. “Oito horas, na melhor das hipóteses”. É o que prevê o deputado. A operação Monte Carlo se seguiu à Vegas e desvendou esquema de exploração ilegal de jogos de azar comandada por Carlos Augusto Ramos, mais conhecido como Carlinhos Cachoeira. Ele é acusado de chefiar um esquema criminoso que operava não apenas com jogos ilegais, mas também com tráfico de influência, corrupção e escutas ilegais.

A reunião começou às 10h35 com 26 parlamentares inscritos para inquirir o delegado Matheus Mella Rodrigues e os procuradores da República Daniel de Rezende Salgado e Léa Batista de Oliveira, cujo trabalho de investigação resultou na prisão de Carlos Cachoeira em fevereiro deste ano.

A previsão é de que cada depoente faça uma exposição inicial com duração de 20 minutos, seguindo-se as perguntas dos parlamentares. Cada um deles poderá demorar-se até 25 minutos na formulação de questões.



10/05/2012

Agência Senado


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