RELATOR ESTRANHA NOMEAÇÃO DE CLASSISTAS
O relator da CPI do Judiciário, Paulo Souto (PFL-BA), considerou estranha a nomeação pelo presidente em exercício do TRT da Paraíba, Ruy Elóy, de oito juizes classistas ligados ao Sindicato dos Corretores de Imóveis de João Pessoa. As nomeações estão sendo questionadas na Justiça.- São oito nomeações em 18 possíveis, indicadas por um mesmo sindicato. Aparentemente, isso não é normal - avaliou o relator nesta quarta-fei4ra (dia 28).O senador Djalma Bessa (PFL-BA) fez referência às avaliações dos imóveis adquiridos pelo tribunal, que estão sendo investigadas pela CPI. "A avaliação foi feita por corretores de imóveis. A categoria até então não possuía representação entre os classistas, e depois disso foram feitas oito nomeações", observou o senador, ao perguntar se as nomeações tinham alguma relação com a avaliação dos imóveis do TRT. Ruy Elóy disse que as avaliações foram feitas antes de ele ser indicado para a presidência do tribunal.Diante das alegações do depoente de que as irregularidades teriam sido praticadas antes de sua posse na presidência do tribunal, o senador Jefferson Péres (PSDB-AM) quis saber por que Ruy Elóy não demonstrou interesse em investigá-las. O juiz alegou que a legislação não permite a investigação de fatos que já estejam sendo analisados pela Justiça. A explicação não convenceu o senador. "Temos visões diferentes do que seja o interesse público", afirmou Péres.O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) perguntou ao juiz qual avaliação que ele fazia do procurador Eithel Santiago e do juiz do TRT-PB, Vicente Vanderlei, que confirmaram as acusações feitas por Antonio de Pádua. Diante da avaliação positiva que Elóy fez dos dois, Maguito lembrou que a recíproca não é verdadeira. "Se o que eles disseram não for verdade é o caso de submetê-los a um exame de sanidade mental", ironizou o senador goiano.
28/04/1999
Agência Senado
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