Relator quer ouvir Suassuna sobre declarações de ex-chefe de gabinete



O senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator do processo disciplinar contra o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, anunciou que pedirá ao presidente do colegiado, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), que notifique Suassuna para prestar esclarecimentos sobre informações que sua ex-chefe de gabinete Mônica Mucury Teixeira prestou ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), entre as quais a de que o parlamentar pela Paraíba sabia que ela assinava documentos em seu nome.

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Em entrevista à Agência Senado nesta quinta-feira (14), Jefferson disse que o conselho deve enviar a Suassuna uma cópia da documentação recebida da Corregedoria do Senado para que o senador paraibano apresente, em três dias, sua defesa. O relator afirmou que somente depois de ouvir Suassuna a respeito do depoimento de Mônica Teixeira irá pronunciar-se. Ele lembrou que Suassuna precisa ser notificado oficialmente e apresentar sua defesa, sob pena de anulação do processo.

- Antes de Suassuna se defender, não vou dizer nada. Antes de o senador falar, contestar, se defender, confirmar ou rebater, não sei, eu não posso falar sobre isso. Eu não sei o que ele vai dizer - observou o relator.

Na opinião de Jefferson, não é necessário que também o conselho ouça a ex-chefe de gabinete de Suassuna. Neste momento, disse o relator, é importante saber se Suassuna confirma ou desmente a versão de Mônica Teixeira e, dependendo do que o senador disser, será cogitada uma possível acareação entre os dois.

- Não tenho a menor idéia do que ele vai dizer, se ele vai confirmar que é aquilo mesmo ou se vai dizer que a funcionária está mentindo. Tenho que ouvi-lo - reafirmou.

Documentação

A documentação foi entregue ao conselho por Tuma nesta quarta-feira (13). Ela contém as apurações realizadas pela corregedoria para instruir os processos sobre quebra de decoro parlamentar contra os três senadores citados no relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas - além de Suassuna, Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT). Entre os documentos, consta o depoimento de Mônica Teixeira no qual a ex-chefe de gabinete afirma que Suassuna tinha conhecimento de que ela falsificava sua assinatura e que essa era uma prática comum no gabinete.

Ao depor no Conselho de Ética, na terça-feira (12), Suassuna afirmou que desconhecia, na época da elaboração de um ofício enviado ao Ministério da Saúde, que sua assinatura havia sido falsificada no documento. O ofício pedia que recursos extra-orçamentários destinados à Paraíba fossem transferidos para uma instituição do Rio de Janeiro.



14/09/2006

Agência Senado


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