RELATOR QUESTIONA VALOR DO TERRENO DO PRÉDIO DO TRT DE SÃO PAULO



O relator da CPI do Judiciário, senador Paulo Souto (PFL-BA), contestou o valor de R$ 23 milhões, apresentado pelo empresário Fábio Monteiro de Barros Filho para o terreno onde está sendo construído o prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. Para Souto, o preço não está de acordo com a realidade, pois o imóvel foi comprado pelo dono da Ikal por US$ 4 milhões.Monteiro de Barros tentou explicar que o cálculo de atualização do valor do imóvel não pode ser feito com base no dólar, mas não convenceu o relator ou o vice-presidente da CPI, senador Carlos Wilson (PSDB-PE). Segundo Souto, o custo do terreno no empreendimento só foi apresentado pela Ikal depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o contrato com o TRT seguisse as regras da Lei de Licitações.- O senhor pode até dizer que comprou barato e vendeu caro, mas o preço da escritura é US$ 4 milhões - afirmou o relator.O alto valor do terreno foi uma das justificativas apresentadas por Monteiro de Barros para questionar as avaliações de que a obra está atrasada. O empresário calculou que o terreno representou cerca de 20% do valor total do empreendimento e que os atrasos nos pagamentos pelo TRT determinaram a elevação do orçamento inicial. Segundo o empresário, o contrato sofreu um reequilíbrio financeiro, que foi aceito pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).Em resposta ao senador Djalma Bessa (PFL-BA), Monteiro de Barros revelou sua interpretação, reforçada por juristas por ele contratados, de que o contrato firmado com o TRT é de compra e venda e não para construção, como entendem o Ministério Público e o TCU.- O poder público não pode contratar assim. O edital não pedia projeto básico, não pedia nada - reclamou o presidente da CPI, senador Ramez Tebet (PMDB-MS).Nessa linha, o senador Roberto Freire (PPS-PE) classificou a licitação como uma fraude e uma "ação entre amigos", para a qual não há explicação. A senadora Luzia Toledo (PSDB-ES) se disse insatisfeita com o depoimento do dono da Ikal, que "fez um malabarismo para não responder às perguntas". Ao senador Maguito Vilela (PMDB-GO), o depoente afirmou que o lucro da empresa foi calculado entre 20% e 22% do total pago.

29/06/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


Governo do Estado cede terreno e prédio de hospital à Prefeitura da capital

RELATOR DE SUBCOMISSÃO QUESTIONA REPACTUAÇÃO DE CONTRATO DE OBRA DE TRT

COMISSÃO APROVA ORÇAMENTO DA EDUCAÇÃO E RELATOR QUESTIONA DESVINCULAÇÃO

RELATOR QUESTIONA POR QUE MAUCH PEDIU DEMISSÃO EM PLENA CRISE

RELATOR QUESTIONA EDUARDO JORGE SOBRE LIGAÇÕES TELEFÔNICAS DE NICOLAU

Governo discorda de valor da pensão para ‘soldado da borracha’ sugerido por relator