RENAN CALHEIROS QUER MAIS ATENÇÃO NO COMBATE À VIOLÊNCIA



O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em discurso no plenário nesta quinta-feira (dia 25), disse que só melhorando os indicadores sociais e econômicos do Brasil será possível diminuir a longo prazo a criminalidade no Brasil. O senador traçou um conjunto de ações que considera vitais para que seja atenuado "o triste cotidiano de violência do Brasil", e para que possamos sair do "humilhante pódio" de país mais violento do mundo.
. Renan Calheiros afirmou que a segurança pública é um dos problemas que mais preocupam os brasileiros. O senador citou, entre as iniciativas a serem tomadas pelo Congresso Nacional, a importância de acelerar a tramitação de iniciativas legislativas que garantam maior segurança ao país. Como exemplo, destacou a autorização dos acordos entre o Brasil e a França para proteger a Amazônia, a Reforma do Judiciário e a aprovação dos projetos de lei que proíbem o porte de armas.
Já em relação ao Poder Executivo, o senador defendeu a importância de destinar recursos para aparelhar as polícias, apressar a reforma do Código Penal, regulamentar o controle de aviões clandestinos, adotar um número único de registro de identidade civil, garantir financeiramente e aprimorar o programa de proteção às vítimas e testemunhas, além de construir e humanizar presídios.
Calheiros criticou a falta de recursos orçamentários para a segurança pública e destacou a necessidade de regulamentar-se o artigo 154 da Constituição Federal, que trata do assunto. Na opinião do senador, a raiz do problema da violência está no processo de exclusão social. Segundo o senador, houve um brutal achatamento da renda da América Latina, região com maior concentração de renda do globo, sendo que o Brasil é o país com os piores índices de distribuição de renda, "onde um rico ganha o mesmo que 50 pobres".
- Vivemos um cenário lúgubre de decomposição social para mantemos nossos compromissos com credores no exterior. O Brasil apresenta um fluxo contínuo de recursos para o estrangeiro. Nada, a não ser a palavra de alguns, indica melhorias a curto prazo - disse. Acrescentou que o resultado é a indignação da sociedade, que vai às ruas, como os índios, o Movimento dos Sem-Terra, caminhoneiros e os servidores federais.
Na opinião de Calheiros, voltamos a conviver com censura, Lei de Segurança Nacional, exército nas ruas, "uma série de emblemas incompatíveis com a democracia". O discurso teve aparte dos senadores Carlos Bezerra (PMDB-MT) e Casildo Maldaner (PMDB-SC), que destacaram a importância de se debater o assunto no Senado. O senador Romero Jucá (PSDB-RR), também em aparte, pediu a implantação da carteira de identidade única e a aprovação de recursos para a Polícia Federal.

25/05/2000

Agência Senado


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