Renan defende mudança radical no sistema de segurança pública
Em entrevista à imprensa neste domingo (17), em Mariana (MG), o presidente do Senado, Renan Calheiros, defendeu o aprimoramento do sistema de segurança pública como forma de reduzir a ocorrência dos episódios de violência urbana no país, a exemplo dos conflitos verificados nos últimos dias entre as forças policiais e criminosos, em São Paulo.
- É preciso mudar radicalmente o modelo de segurança pública do país. Como estão, as coisas não podem continuar. São coisas generalizadas, que acontecem praticamente em todo o Brasil. Tenho feito esforço grande para as mudanças, mas precisamos unir o esforço de todos para que essas mudanças aconteçam verdadeiramente em relação ao nosso modelo de segurança pública. O que vivemos no Brasil é algo assim parecido com o que se viveu na Idade Média - avaliou Renan.
Renan esteve em Mariana (MG) para receber a medalha do Dia de Minas Gerais, entregue pelo governador Aécio Neves a ele e a mais de 20 personalidades de destaque nacional, dentre elas o senador licenciado Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Marco Aurélio Mello, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmem Lúcia Antunes Rocha, e o ex-ministro do STF Carlos Velloso. A cerimônia comemorou os 310 anos de fundação de Mariana, que foi a primeira cidade surgida em Minas Gerais, em 1696.
Verticalização
Ao ser indagado sobre as disputas políticas em torno da sucessão presidencial, Renan disse que a verticalização "dificultou muito" a vida do PMDB, pelo fato de o partido enfrentar "realidades diferentes" nos estados.
- O PMDB é um partido grande e democrático que agrupa muitas correntes e tendências. E isso vai se expressar diferentemente em apoios nessa eleição. É preciso ter muita compreensão e abertura que isso vai acontecer em todas direções. A verticalização dificultou a tese da candidatura própria e a ausência de um candidato que agregasse as correntes, que são várias no PMDB. A verticalização impõe circunstância particular ao PMDB. Isso nos obriga a ter posições diferentes dentro do partido, em função das disputas estaduais - afirmou.
De acordo com Renan, o PMDB também poderá sair fortalecido das eleições de outubro deste ano, com a ampliação dos quadros da legenda.
- O partido, do ponto de vista do Congresso, vai ter grande desempenho. As expectativas são as de que tenhamos a maior bancada. Na eleição dos governadores, também esperamos que o PMDB faça o maior número possível - disse.
Renan também admitiu à imprensa que o período eleitoral compromete a obtenção de quórum para a votação de matérias no Congresso, mas ressaltou que o Senado aprovou matérias importantes, como a reforma do Judiciário e o pacote antiviolência.
- Infelizmente, o acirramento do debate político e a proximidade das eleições acabaram dificultando que essas matérias caminhassem na Câmara. É preciso esforço de todo mundo para que o aperfeiçoamento constitucional aconteça - concluiu Renan.
17/07/2006
Agência Senado
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