Renan diz que enfrentará tranqüilamente julgamento do Plenário
O presidente do Senado, Renan Calheiros, informou, na manhã desta quinta-feira (6) que enfrentará o julgamento do Plenário, às 11h da próxima quarta-feira (12), com a mesma tranqüilidade com que enfrentou a crise desde que ela começou, no dia 25 de maio. Essa foi a data em que a revista Veja publicou uma primeira matéria acusando Renan de pagar a pensão alimentícia de uma filha mediante os favores do executivo de uma empreiteira.
Ao chegar pela manhã ao Congresso, Renan informou que distribuirá nos próximos dias, aos 80 senadores que o julgarão, um memorial resumindo os fatos que se sucederam desde o início desse processo. Ele está elaborando esse documento com seu advogado Eduardo Ferrão, com o objetivo de esclarecer quaisquer dúvidas que ainda pairem sobre o julgamento e, assim, ajudar os senadores a formar sua convicção.
- Os senadores vão decidir de acordo com os autos e com suas consciências. Cada um vai decidir no voto secreto e numa sessão secreta o que vai fazer. Vão decidir livremente, a verdade há de preponderar. Porque a verdade sempre vence - disse Renan, em entrevista concedida a caminho do seu gabinete.
O presidente do Senado reiterou que não renunciará ao cargo, sustentando que vem afirmando isso desde o início da crise e que não mudou de idéia.
- A única coisa que não vou permitir é que haja pressão sobre os senadores, isso não vai haver de lado nenhum - assegurou.
De acordo com o presidente do Senado, quem está acompanhando os fatos relacionados com o processo sabe que ele é inocente. Por isso, não há hipótese de renúncia.
- Fui eleito para cumprir um mandato de dois anos como presidente do Senado. Só decisão do Plenário encurtará esse mandato. Fora disso, não há hipótese. Estou convicto de minha inocência. O processo está acontecendo normalmente. Nós vamos ganhar porque a verdade sempre ganha - reiterou.
Indagado por uma jornalista sobre o eventual apoio do Palácio do Planalto para que ele seja inocentado no julgamento do próximo dia 12, Renan rebateu: "E o Planalto vota?". Ele foi questionado, então, sobre os votos do PT na sessão. Resposta do presidente do Senado:
- O PT sempre teve e sempre terá com relação a mim um comportamento de aliado, um comportamento proporcional ao que sempre tive com eles. De modo que minha relação com o PT nunca esteve tão bem como está agora - garantiu.
Foi perguntado nesse momento ao presidente do Senado sobre o comportamento do PT na reunião em que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar aprovou o relatório favorável à sua cassação. Ali, nenhum voto do Partido dos Trabalhadores foi favorável a Renan. O senador respondeu que a pergunta que lhe deveriam fazer é: "Por que o voto ali foi aberto e não secreto?". E reafirmou que é vítima nesse processo e que a verdade prevalecerá.
Na mesma entrevista, Renan disse que tem perseverado, nos últimos meses, em provar sua inocência e que tem administrado o Senado empenhado em manter um clima de normalidade na Casa, sempre respondendo ao que lhe indaga a imprensa, sem nada temer.
- Só temo a Deus. Os senadores todos me conhecem e a maneira como administro o Senado. Fui eleito a primeira vez pela unanimidade da Casa. Depois, fui reeleito com grande votação. O memorial que vou distribuir comprova as verdades que afirmei o tempo todo e os senadores vão decidir de acordo com suas consciências - enfatizou.
06/09/2007
Agência Senado
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