Renan diz que obstrução é um direito da minoria



"Compreensão" foi a palavra mais utilizada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, ao chegar ao Congresso na manhã desta terça-feira (25) e ser indagado a respeito da obstrução que os partidos de oposição fazem em relação às as votações do Plenário.

- É preciso que vocês compreendam que a obstrução é um direito da minoria; isso é regimental - explicou Renan.

Ao observar que a democracia é o melhor dos sistemas políticos, Renan lembrou que o Senado enfrentou obstrução na votação dos projetos submetidos ao Plenário nos últimos dois anos e, mesmo assim, esse foi um dos períodos em que a Casa mais deliberou. Portanto, o presidente considera a obstrução agora praticada como um recurso das minorias, que pode ser superado mediante o entendimento político.

- Eu tenho procurado estimular as reuniões de líderes para que eles se entendam em torno de uma pauta, de um calendário. Se isso acontecer, será melhor para o Brasil. Porque o Brasil quer trabalhar, quer que o Senado trabalhe, é importante trabalhar. Nós precisamos crescer, gerar empregos - destacou.

Renan foi indagado ainda sobre sua expectativa a respeito do mandado de segurança impetrado pelo senador Almeida Lima (PMDB-SE) no Supremo Tribunal Federal para que seja secreto o voto em todas as reuniões do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar relacionadas a cassação de mandatos de parlamentares. Resposta do presidente do Senado:

- Isso é uma decisão do Supremo. Com relação ao voto aberto ou fechado, há muita polêmica, porque o voto aberto difere do fechado, sobretudo, porque o voto aberto expõe a pessoa à pressão do poder econômico, do poder político, de setores da mídia. Você faz o voto fechado exatamente para que isso não aconteça.

- Que leitura o senhor faz dessa idéia da oposição querendo atropelar, com Tião Viana, fazendo uma reunião sem o senhor? - questionou, então, uma jornalista.

- Esses momentos políticos, é preciso ter muita compreensão com eles. Eu tenho, com setores da oposição, o melhor relacionamento pessoal. Política é política. É preciso compreender os seus limites. E eu tenho demonstrado muita compreensão. Durante essa crise, eu conversei nos corredores, conversei com vocês, tratei todo mundo bem e vou continuar fazendo isso, exercendo a Presidência do Senado como sempre exerci, com muita dignidade. Eu acho que o teste da coragem é exatamente esse, é defender a dignidade sob pressão - ressaltou.

Os repórteres perguntaram também a Renan sobre o que ele acha que é preciso ser feito para que os trabalhos legislativos voltem à normalidade. "Já estão normais, já estão normais", garantiu.



25/09/2007

Agência Senado


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