Renan diz que orçamento não pode ser executado por decurso de prazo



"Não tem sentido que não votemos o orçamento hoje [terça-feira (18)], como não tem sentido deixar o país ser governado por medida provisória: quem estiver pensando em governar o país por medida provisória está redondamente enganado". Foi desta forma que o presidente do Senado, Renan Calheiros, reagiu à informação de que o texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) conteria um item autorizando o governo federal a executar seu Orçamento caso a peça orçamentária não seja aprovada pelo Congresso até o dia 31 de dezembro.

Na avaliação do presidente do Senado, seria um retrocesso a aprovação de tal dispositivo. Ele observou que as lideranças brasileiras precisam acabar "com esse esporte de transferir responsabilidades". Renan Calheiros defendeu a necessidade de ser definido "um calendário óbvio" para que o orçamento seja votado sempre dentro de um espaço de tempo que atenda aos interesses do país.

Já o líder do PMDB, senador Ney Suassuna (PB) estimou como nulas as chances do Congresso aprovar o dispositivo que permite a execução do orçamento por decurso de prazo. Ele avaliou que nenhum parlamento do mundo abriria mão de tal prerrogativa, muito menos o brasileiro que, ao contrário, luta há vários anos pela aprovação do orçamento impositivo.

Apesar de não defender a adoção da execução do orçamento por decurso de prazo, a líder do PT, Ideli Salvatti (SC) opinou que medidas urgentes precisam ser efetuadas na forma como o orçamento tramita no Congresso. Ela comentou que se a não aprovação do orçamento até agora representa um problema para o Executivo, ela também é um demérito para o Legislativo que não teve a capacidade política de votar a matéria.

- Acho que nenhum país ficaria satisfeito e feliz com a execução orçamentária por decurso de prazo. O correto é que os poderes tenham sua autonomia, mas funcionem a contento para permitir que o país possa implementar suas operações de gestão governamental. Se não modificarmos a tramitação do Orçamento continuaremos vendo essa situação de alto risco, de grande poder de barganha, negociação e pressão que não é boa para o país - afirmou Ideli.



18/04/2006

Agência Senado


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