Renan: PMDB quer reformas, mas "não prestará apoio irrestrito a nada"
Em discurso da tribuna, o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), manifestou nesta quarta-feira (19) a posição dos peemedebistas em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sustentando que o partido dará apoio às reformas estruturais, mas -não prestará apoio irrestrito a nada-. Ele afirmou que o PMDB não quer ministérios no governo, mas sim -participar das decisões, dividir responsabilidades, ajudar a formular as políticas públicas, mas sem ocupar cargos-.
- Noto que a tendência de nos mantermos independentes ganha força a cada dia. Hoje, o desejo crescente no partido é de adotar uma postura de colaboração com o país, mas de independência - observou.
Independência, de acordo com Renan Calheiros, significa votar a favor dos projetos com os quais o PMDB concorda e rejeitar aqueles -contrários às diretrizes- do partido. A princípio, os peemedebistas querem cinco reformas constitucionais - nas áreas tributária, fiscal, previdenciária, agrário-trabalhista e político-partidária.
Depois de lembrar que o PMDB é hoje o maior partido do país, presente em todos os municípios e com o maior número de vereadores, prefeitos, deputados estaduais e senadores, Renan Calheiros disse que o partido caminha para uma união nas eleições do Diretório Nacional, em setembro. Sustentou que tem feito esforços para que seja eleita uma direção nacional que represente todas as correntes do partido. -Temos de ter unidade e não, necessariamente, unanimidade.-
Renan Calheiros deu ainda dois recados de interesse das bases do PMDB. Criticou as invasões de fazendas por sem-terra nos últimos dias e cobrou dos outros partidos o cumprimento de acordos feitos durante as votações de projetos, citando a Medida Provisória (MP) nº 66.
A MP foi votada por acordo partidário, mas recebeu vetos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o novo governo não concorda, a princípio, em restabelecer alguns dos pontos vetados que tratam da prorrogação do Programa de Recuperação Fiscal das Empresas (Refis). -Acordos feitos, compromissos acertados são para ser cumpridos-, sublinhou. Sobre as invasões de terras, o líder peemedebista alertou que elas estão tumultuando o meio rural e podem desmoralizar as instituições.
19/03/2003
Agência Senado
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