Representação contra Renan teve origem em denúncia da Veja



O presidente do Senado foi acusado pela revista Veja de ter despesas particulares pagas pelo funcionário da Construtora Mendes Junior Cláudio Gontijo. Segundo a revista, Gontijo era o responsável pelo pagamento de R$ 16,5 mil por mês - referentes ao aluguel de um apartamento de R$ 4,5 mil e pensão alimentícia de R$ 12 mil - à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha de três anos.

Em sua defesa, o presidente do Senado afirmou que todos os pagamentos à jornalista foram feitos com recursos próprios devidamente documentados e que Cláudio Gontijo é apenas um amigo que intermediou o repasse do dinheiro. O advogado de Renan Calheiros, Eduardo Ferrão, entregou ao corregedor da Casa, senador Romeu Tuma (DEM-SP), vários documentos que, segundo o advogado, comprovariam que todos os pagamentos feitos por Renan à jornalista tiveram origem lícita. Entre eles constavam cópias de extratos bancários, declarações do Imposto de Renda e comprovantes de rendimentos com operações pecuárias em suas fazendas.

Na mesma reportagem, a revista cita supostas ligações e laços de amizade de Renan com o empresário Zuleido Veras, dono da Guatama. A empresa é acusada de liderar um esquema de fraudes em licitações de obras públicas em vários estados públicos, com o envolvimento de autoridades, funcionários públicos e políticos. Com base na reportagem, o PSOL deu entrada numa representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado contra Renan, por quebra de decoro parlamentar. O partido solicitou ao colegiado que investigue a suposta " ligação do senador com a Construtora Gautama e com a empreiteira Mendes Junior".

Na noite da última quinta-feira (14), o Jornal Nacional, exibido pela TV Globo, mostrou que parte das notas fiscais apresentadas por Renan como comprovação de venda de gado seria de empresas inativas, multadas por extravio de notas fiscais ou cujos donos alegam jamais terem feito negócios com o político. A reportagemda TV também ouviu o gerente das fazendas de Renan em Alagoas, que afirmou que o senador tinha cerca de 1.100 cabeças de gado e não 1.700, como havia alegado em sua defesa.

Na reunião do Conselho de Ética desta sexta-feira (16), o líder do Governo, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou nova documentação enviada pelo presidente do Senado, para tentar comprovar que o rebanho bovino nas fazendas de Renan alcançava realmente 1.700 cabeças e também a veracidade dos negócios firmados com as empresas citadas na reportagem do Jornal Nacional. O líder do PSOL, senador José Nery (PA), pediu o aditamento da nova documentação ao processo já em andamento, mas o presidente do Conselho, senador Sibá Machado (PT-AC), não aceitou o pedido, justificando que, regimentalmente, não seria possível.



15/06/2007

Agência Senado


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