Representantes da Embaixada dos EUA explicam processo eleitoral americano
O Interlegis promoveu, nesta quinta-feira (30), em parceria com a Embaixada dos Estados Unidos, a palestra "Eleições 2008: O processo eleitoral dos EUA em perspectiva", sobre o complexo processo que leva à eleição do presidente naquele país. A palestra esteve a cargo do primeiro e terceiro secretários da Seção Política da Embaixada em Brasília, Dale Prince e Randy Johnson.
Dale Prince discorreu sobre o sistema eleitoral, explicando desde o longo processo de campanha até a importância do vice de cada candidato a presidente.
- O vice é um companheiro de corrida. Ele deve completar e fazer um contrapeso com o candidato - afirmou.
Dale Prince explicou que o sistema utilizado nos Estados Unidos surgiu logo após a independência, acrescentando que um processo tão longo justifica-se pelo regime federalista dos Estados Unidos, em que o poder maior de decisão concentra-se nos estados, que são independentes.
Os partidos lançam seus candidatos à Presidência. Em cada estado, delegados escolhidos pelos eleitores irão eleger o seu candidato favorito, nas chamadas eleições primárias. Na convenção dos partidos, os delegados de cada colégio eleitoral indicam o candidato final do partido à Presidência. Para obter a indicação, é necessário obter maioria simples dos delegados.
Na primeira terça-feira de novembro, ao votarem nos candidatos presidenciais, os eleitores norte-americanos elegem, na verdade um eleitor do Colégio Eleitoral de seu estado, que se compromete a apoiar um candidato em particular. Após 41 dias da eleição de novembro, os eleitores dos colégios eleitorais de cada estado realizam separadamente a eleição final para presidente e para vice-presidente. As listas com os votos de cada estado são enviadas para Washington, onde, numa sessão conjunta do Congresso, os votos eleitorais são contados.
Em 2008, com o total de 538 votos eleitorais - número equivalente ao número de senadores e representantes dos estados no Congresso - será declarado presidente o candidato que receber 270 votos ou mais, vencendo por maioria simples. Sempre ao meio-dia do dia 20 de janeiro, presidente e vice-presidente tomam posse.
Dale Prince destacou alguns casos das eleições presidenciais americanas que merecem atenção pelas suas particularidades. Em 2000, George W. Bush derrotou Al Gore no Colégio Eleitoral, apesar de Gore ter vencido no voto popular. Rutherford B. Hayes, em 1876, e Benjamin Harrison, em 1888, foram eleitos nessas mesmas condições. Em 1974, o então presidente Richard Nixon teve que indicar um vice-presidente para assumir a presidência, já que o vice-presidente de sua posse havia renunciado pouco tempo antes, e também o próprio Nixon teria que renunciar após o escândalo do Watergate. Assumiu a presidência Gerald Ford, que não fora escolhido nem pelo voto popular, nem pelo voto do Colégio Eleitoral, mas nomeado pelo então presidente.
A campanha para as chamadas eleições primárias começa muito tempo antes da eleição geral, que é sempre realizada na primeira terça-feira de novembro. Este ano, os possíveis candidatos a presidente e a vice-presidente começaram a corrida eleitoral ainda no começo de março, como destacou Dale Prince. As eleições gerais deste ano acontecem em 4 de novembro. A proclamação oficial está prevista para 15 de dezembro.
Segundo ele, nestas eleições, mais de 100 milhões de eleitores votarão no dia 4 de novembro.
Randy Johnson por sua vez, falou sobre a biografia dos atuais candidatos, John McCain, senador pelo estado do Arizona, e Barack Obama, senador por Illinois. Ele também informou que a escolha do vice-presidente é de responsabilidade do candidato à Presidência:
- Não há regras, mas geralmente são políticos mais velhos, com mais experiência - disse, acrescentando que a escolha é depois referendada pelo partido.
Randy Johnson aproveitou para falar um pouco sobre Sarah Palin, governadora do Alasca, candidata a vice escolhida por John McCain, e Joe Biden, senador por Delaware, vice de Barack Obama.
30/10/2008
Agência Senado
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