REQUIÃO APRESENTA DIAGNÓSTICO "ALERTA VERMELHO, PARANÁ"
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) atribuiu hoje (dia 13) aos gastos do governo paranaense com publicidade o silêncio da imprensa daquele estado com a apresentação do documento "Alerta Vermelho, Paraná", assinado por ele e por toda a bancada peemedebista na Câmara dos Deputados e na Assembléia Legislativa. "Cem milhões de reais gastos em 1996 com divulgação e propaganda, e ninguém publicou nada sobre esse documento no Paraná", reclamou ele.
O documento analisa o balanço geral de 1996 do governo do estado, assim como os demonstrativos financeiros de 1997, e segundo Requião colocam o Paraná em "alerta vermelho", visto que "ou se contém a desordem administrativo-financeira ou o Paraná se transformará em uma nova Alagoas". Ao anunciar o documento, ele explicou que a principal obrigação dos parlamentares de oposição é fiscalizar o governo, apoiando-o quando agir corretamente e chamando a atenção da população quando estiver errado.
Sobre as despesas com publicidade, Requião disse que, em um ano, o governo de Jayme Lerner gastou 13 vezes mais que o governo anterior no mesmo período, o que corresponde ao que o governo anterior gastaria em 13 anos. Com saúde, ele disse que o governo paranaense gastou R$103 milhões, incluindo despesas com pessoal. "Ou seja, gastou com os 8,7 milhões de habitantes do Paraná apenas R$3 milhões a mais do que em propaganda", criticou.
Na opinião do senador, o nível de prioridade da propaganda hoje, no seu estado, é igual ao da saúde. Ele também explicou que os R$ 100 milhões gastos em propaganda poderiam pagar 27 mil quilômetros de readequação de estradas rurais, ou 25 mil casas populares de 52 metros quadrados, ou 10 mil carros populares. Poderiam também, prosseguiu o senador, alavancar R$ 1 bilhão para o financiamento de 100 mil pequenos agricultores.
Roberto Requião informou que atualmente o Paraná tem apenas R$ 0,58 para cada R$ 1,00 de dívida, estando portanto à beira da insolvência. Além disso, depois de a Assembléia Legislativa autorizar a Copel (Companhia de Eletricidade) a participar do capital de empresas privadas, o governo aumentou o capital dessa estatal com a emissão de ações.
Na opinião do senador, ao invés de aumentar a capacidade de geração e distribuição de energia elétrica, o Paraná, na contramão da história, pode vir a associar-se com empresas privadas irrelevantes.
Enquanto isso, disse Requião, 1.666 empresas paranaenses encerraram suas atividades por absoluta falta de apoio do governo do Estado. Ele declarou que, apesar desse preocupante diagnóstico, a imprensa paranaense ignorou o "Alerta Vermelho, Paraná", daí por que decidiu divulgá-lo da tribuna do Senado, a fim de que os senadores e o país dele tomem conhecimento.13/08/1997
Agência Senado
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