REQUIÃO DENUNCIA CORRUPÇÃO NO GOVERNO DO PARANÁ



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) denunciou, nesta quinta-feira (13), "conexões definitivas" do narcotraficante Hissam Hussein Dehaini com o governador Jaime Lerner. Segundo Requião, Hissam informou em depoimento à CPI do narcotráfico, da Câmara dos Deputados, que seu helicóptero, o Long, trabalhou exclusivamente para Lerner, durante a campanha eleitoral, sem contrato formal. O veículo foi conduzido por pilotos da própria Casa Militar do governo do Paraná, como Paulo Nascimento, que estava licenciado.
Requião disse que tais fatos não chegam à opinião pública porque o governador domina a mídia do Estado, tendo gasto R$ 500 milhões de reais em propaganda, em 4 anos. "Esse é o quadro de corrupção no Paraná. O governo desaba, o banco estadual foi roubado e será privatizado". O senador garante que o banco estadual já deve R$ 7 bilhões ao Banco Central. Requião acrescentou que o governo tem 40% de participação nos negócios da montadora Renault, que teve R$ 580 milhões de prejuízo no ano passado e foi multada em mais US$ 586 milhões pelo governo argentino por operações ilegais.
O senador pelo Paraná desafiou o senador Hugo Napoleão (PFL-PI) a vir a plenário defender o governador Jaime Lerner, como fez na última vez em que ele (Requião) denunciou corrupção no governo paranaense.
- O senador Napoleão esperou que eu saísse do plenário para ler uma carta de Lerner, contestando minhas acusações. Eu já estava em casa, mas voltei ao plenário para respondê-lo. Se o senador desejar repetir a defesa do governador, espero que ele escolha um dia em que eu esteja presente - disse.
Requião contestou as críticas que recebeu sobre a linguagem que usou durante a discussão com Napoleão em plenário:
- Isto não é falta de decoro parlamentar. Estava tomado por emoção e indignação, o que acontece no Brasil, na Inglaterra ou na França. Falta de decoro parlamentar é aprovar o nome de Teresa Grossi para a diretoria de Fiscalização do Banco Central, quando foi no próprio Senado que funcionou a CPI dos bancos, que a incriminou em quatro tipos penais.
Requião protestou, ainda, contra a Medida Provisória do governo que permitiu aos bancos cobrar juros sobre juros:
- O governo está pauperizando a população brasileira, aprova R$ 151 de salário mínimo e dá tudo aos banqueiros. O FMI comanda a economia enquanto a imprensa nacional silencia - denunciou.

13/04/2000

Agência Senado


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