Requião cobra identificação correta do Museu Nacional Honestino Guimarães



Em pronunciamento nesta quinta-feira (2), o senador Roberto Requião (PMDB-PR) protestou contra o tratamento dado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ao pleito que fez, no ano passado, para a instalação de uma placa identificando o nome completo do Museu Nacional Honestino Guimarães, em Brasília.

O parlamentar informou que, há exatos 365 dias, encaminhou o pedido ao instituto. Ele solicitava que a placa atual, que diz apenas "Museu Nacional", fosse substituída ou completada com o nome do homenageado, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e um dos desaparecidos no regime militar.

Roberto Requião desejava que a mãe de Honestino, Maria Rosa, fosse homenageada na inauguração da placa, mas ela faleceu em setembro passado – cinco meses após ter apresentado o pedido.

- O então presidente do Instituto (Luiz Fernando de Almeida) encarregou sei lá quem de responder o meu pedido, dizendo que o pleito de mudança de nome fora encaminhado ao setor competente para análise. Eu não propus mudança alguma de nome, eu não pediria a mudança da denominação do museu; eu pedira, isto sim, a correta identificação do museu – afirmou Roberto Requião, para quem o uso indevido da palavra mudança na resposta revelou-se um "artifício dos burocratas" para não atenderem à providência.

Diante da resposta, Requião disse ter encaminhado correspondências à ex-ministra da Cultura, Ana de Holanda, e à atual, a senadora licenciada Marta Suplicy, mas ainda assim nenhuma providência foi tomada.

O representante paranaense disse não entender como, nos tempos atuais, o Iphan e o Ministério da Cultura concorram para manter clandestina a memória de Honestino, principalmente em sua cidade. Ele lembrou que os restos mortais de Honestino, que era presidente da UNE quando desapareceu, nunca foram encontrados.

- Por quanto tempo nosso governo vai colaborar para que Honestino continue desaparecido? – indagou o senador, que pediu o encaminhamento da íntegra de seu pronunciamento, por escrito, à presidente Dilma Rousseff, à ministra Marta Suplicy e aos dirigentes do Iphan.

Na presidência da sessão, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que iria pessoalmente se empenhar, como senador pelo Distrito Federal e ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) – onde estudava Honestino – para que o nome dele não continue na clandestinidade.

Educação

No pronunciamento, Requião também criticou a demora na tramitação do Plano Nacional de Educação (PNE). Aprovado na Câmara em outubro do ano passado, o projeto (PLC 103/2012) aguarda relatório na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a cargo do senador José Pimentel (PT-CE).

Requião relatou que a expectativa inicial era de que ele mesmo fosse o relator na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), da qual era presidente à época, e na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), para agilizar o exame da matéria. Segundo o senador, houve até um compromisso com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, visando à realização de trabalho conjunto com o governo.

No entanto, continuou Requião, a Mesa acabou determinando o início da tramitação do projeto pela CAE e a liderança do PT "interferiu" para que a relatoria fosse entregue a Pimentel.

- A consequência disso é que, até hoje, o senador Pimentel não conseguiu ainda apresentar o relatório final do Plano Nacional de Educação. Então, eu não vejo bem onde está o interesse de resolver os problemas da educação com a devida e necessária velocidade - observou Requião.


02/05/2013

Agência Senado


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