Requião critica leilão do campo de Libra e pede mobilização nas redes sociais



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Em discurso nesta sexta-feira (18), o senador Roberto Requião (PMDB-PR) revelou sua perplexidade com a ação do governo federal de privatizar o campo de Libra, talvez o maior campo de petróleo do planeta, segundo disse, sem debates e com a convocação do Exército para impedir manifestações contrárias. O leilão ocorrerá na próxima semana.

- Estão nos sonegando a oportunidade do debate. É um comportamento semelhante ao de Pinochet – disse.

Requião disse ter elaborado uma ação popular a ser ajuizada no Paraná, além de ter entrado com uma representação na Procuradoria Geral da República com o objetivo de evitar o leilão, e pediu que os internautas, por meio das redes sociais, divulguem e entendam o que o ato significa.

O parlamentar conclamou os cidadãos a utilizar as redes sociais para mostrarem sua contrariedade com o “entreguismo” do petróleo brasileiro. Como ressaltou, a Petrobras não participará do leilão, e em troca receberá R$ 15 bilhões em adiantamentos apenas para compor o superávit primário.

Projeto

Em conjunto com Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o senador apresentou projeto de decreto legislativo (PDS 203/2013) para impedir o leilão. Mas, segundo Requião, o relator da matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador Eduardo Braga (PMDB-AM), “levou o projeto para casa e não devolveu”, o que, como destacou, impediu os debates sobre a real necessidade de a Petrobras abrir mão da exploração deste campo de petróleo.

- Não nos omitimos. Fizemos o que tínhamos que fazer. Mas o Senado da República designar três comissões para examinar o projeto e o relator negando contraditório e impossibilitando discussão, é uma coisa inusitada que mostra que o Senado está doente – lamentou.

Mercosul

Num debate sobre economia, soberania e fortalecimento das nações latino-americanas, Roberto Requião criticou o número de acordos bilaterais que estão sendo feitos em detrimento do Mercosul. O senador disse que as nações desenvolvidas, em crise, procuram os mercados emergentes como consumidores e, enquanto isso, as exportações brasileiras para as nações desenvolvidas vêm caindo, o que expõe o Brasil mais uma vez ao capital especulador. Conforme afirmou Requião, a integração dos países da América Latina é a saída, caso contrário, o projeto nacional será inviabilizado:

- Como diria [Hugo] Chávez: o nosso norte é o sul, integração ou morte, morte dos projetos nacionais. Ou nos protegemos sob o guarda-chuva da integração ou nos expomos à pior de todas as tempestades geradas pelo desequilíbrio do capitalismo.

Com o propósito de demonstrar a importância dessa integração para a economia brasileira, Requião afirmou que 30% dos produtos manufaturados do país foram exportados para os integrantes do Mercosul, chegando a 50% quando somados os demais latino-americanos. Além de consumir mais, as exportações para o continente são mais vantajosas, citou. Enquanto o resto do mundo paga em média US$ 400 pela tonelada de produto manufaturado, o Mercosul paga US$ 1,5 mil, segundo informou.

Entre 2002 e 2012, as exportações brasileiras para os Estados Unidos cresceram 72%, enquanto os negócios com a América Latina tiveram um incremento de 337%. Só para o Mercosul, o aumento foi de 579%, lembrou ainda.

- A alternativa dos acordos bilaterais de livre comércio com os países desenvolvidos é a batalha de Davi sem a funda e com Golias fortemente armado. Para nós, a única saída é a integração, para a retomada do desenvolvimento e a construção da grande nação latino-americana – declarou.



18/10/2013

Agência Senado


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