Requião defende instalação da CPI da Corrupção



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) voltou a defender, nesta quinta-feira (dia 29), a instalação da CPI da Corrupção. Ele conclamou a opinião pública a pressionar o Congresso Nacional e os senadores do PMDB para que assinem o requerimento da CPI. O senador - um dos primeiros a assinar o documento - afirmou que somente a instalação da CPI poderá esclarecer as inúmeras suspeitas de corrupção que pesam sobre o governo e desgastam as instituições. "O país pede esclarecimentos", disse Requião, considerando que as investigações serão boas para o país, para o Senado, para o governo e até para as pessoas acusadas, que poderão finalmente se defender.

- Qualquer governo sério instruiria sua base, diante de tantas acusações, a apoiar a CPI. O pesado medo do presidente da República soa como culpa confessa - declarou Requião, estranhando o empenho do presidente Fernando Henrique Cardoso em impedir o funcionamento da CPI. O senador acredita que FHC não conseguirá travar por muito tempo a CPI da Corrupção.

Requião disse ainda que vários senadores de seu partido estão sendo pressionados por suas bases a apoiar a CPI, e que a reunião da bancada, ocorrida quarta-feira (dia 28) ontem, teve a finalidade de diminuir o constrangimento desses parlamentares. Segundo o senador paranaense, ao negar apoio à CPI, a bancada dá argumento para que os senadores resistam à pressão das bases. Ele revelou, porém, que não há qualquer documento do partido impedindo a adesão de seus senadores à CPI da Corrupção.

De acordo com Requião, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), apresentou à bancada do partido um documento assinado pelo ex-presidente do Banco Central Franscisco Gross que o inocentaria das operações fraudulentas no Banco do Estado do Pará (Banpará). O documento, porém, não foi endossado pelo BC. "Então, afinal, há ou não envolvimento de Jader?", indagou Requião, para quem o BC poderia estar chantageando o presidente do Senado. Portando um broche de trombone na lapela - que salientou, não é o do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) -, Roberto Requião afirmou que somente a CPI poderá esclarecer todas essas questões.

O senador defendeu também a aprovação de um projeto de sua autoria, que modifica o sistema de votação eletrônica no país. O projeto, atualmente na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), determina que a urna eletrônica possa fornecer um comprovante impresso de cada voto, no intuito de evitar eventuais manipulações e fraudes no sistema.

29/03/2001

Agência Senado


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