REQUIÃO DENUNCIA CORRUPÇÃO NO PARANÁ E ABUSOS DA WHITE
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) denunciou hoje (dia 5), em discurso no plenário, a existência de um "esquema de corrupção no governo do Paraná, coordenado por um personagem que atende pelo codinome de Pinóquio Fofão".
Ele disse que o secretário de Cultura praticou crimes à época em que era diretor de leasing do Banco do Estado, pelos quais está sendo processado, bem como indicou a conta pessoal do secretário de Agricultura como destino de parte dos R$60 mil que o município de Faxinal deveria ter recebido para aplicar em uma obra.
Requião citou ainda denúncia de que a empresa White Martins incorreu em crime econômico ao elevar artificialmente e de forma discricionária os preços de venda do oxigênio e do acetileno que produz.
A questão da corrupção no governo paranaense, praticada por uma "quadrilha" na definição do senador, seria do conhecimento do governador, que até agora. não tomou qualquer providência para reprimi-la ou punir seus responsáveis, segundo Requião.
O rastreamento dos R$ 60 mil que deveriam ter sido enviados para a prefeitura de Faxinal, revelou o senador, mostrou que o dinheiro foi para a conta bancária de uma empresa (Depósito Navarro). Dali, um total de R$ 50 mil passou para a conta de uma funcionária e, depois, para as contas do secretário de Agricultura e de um deputado estadual.
Requião prometeu trazer ao conhecimento do Senado o verdadeiro nome do personagem Pinóquio Fofão, tão logo consiga apurar a real identidade do "coordenador da quadrilha que assalta o estado do Paraná".
O crime econômico praticado pela empresa White Martins, por outro lado, estaria comprovado, de acordo com o senador, por documentos que lhe chegaram às mãos e apontam enormes diferenças de preços nas vendas de oxigênio e acetileno para três grandes clientes sediados no Distrito Federal: o Departamento de Estradas de Rodagem, o próprio Senado Federal e a Presidência da República.
Consultados a respeito dessa prática, dirigentes da empresa disseram ao senador que os preços variavam "segundo o risco inspirado pelo cliente". Requião concluiu que o cliente de maior risco, na avaliação da White Martins, era a própria Presidência da República, a julgar pelos preços cobrados e a ser verdade a declaração da direção da empresa.
O senador requereu à Mesa do Senado o envio das denúncias à Secretaria de Defesa Econômica, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ao presidente da República, ao procurador-geral da República, ao presidente do Senado Federal e ao presidente do Tribunal de Contas da União.
No mesmo pronunciamento, Requião afirmou discordar da invasão de prédios públicos, mas que, no caso da ocupação do Ministério da Política Fundiária e do Incra, a culpa pode ser creditada ao governo que, desde o início do Plano Real, retirou da terra 400 mil famílias de produtores.05/12/1997
Agência Senado
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