Requião denuncia interferência do presidente da República na venda da Copel



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) denunciou, em aparte ao senador Osmar Dias (sem partido-PR), que o deputado estadual do Paraná Chico Noroeste (PFL) disse ter recebido telefonemas do presidente Fernando Henrique Cardoso, do vice-presidente Marco Maciel e do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), pedindo que ele votasse contra à proibição da venda da Copel, a companhia de energia elétrica do estado. Requião afirmou que Noroeste manteve sua posição inicial, mas outro deputado mudou seu voto.

- Um tal de Litro (o deputado estadual Luiz Fernandes Litro, do PSDB), dono de bordéis, motéis e boates no sudoeste do Paraná, mudou o voto e foi a favor da venda. A sessão tem de ser anulada - defendeu Requião, afirmando que a interferência do presidente e do vice-presidente da República em assuntos internos do Paraná "tem de ser denunciada à exaustão".

O senador afirmou que a venda da Copel foi um compromisso assumido pelo governo federal no acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Lembrou a denúncia que proferiu recentemente da tribuna, sobre a contratação, pela RWE, de um escritório de advocacia no Paraná, para comprar deputados e assim permitir a venda da Copel.

Requião manifestou-se contrario à posição do senador José Eduardo Dutra (PT-SE), que em outro aparte supôs que o Congresso Nacional não poderia impedir a venda da companhia, por ser ela uma empresa estadual. Para o senador pelo Paraná, trata-se de uma concessão federal, estando, portanto, sob a alçada do Congresso.

21/08/2001

Agência Senado


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