Requião prega fortalecimento do Mercosul



O senador Roberto Requião defendeu, nessa segunda-feira (18), a necessidade de uma imediata mudança na política econômica brasileira para fortalecer o Mercosul e afastar o país da esfera de influência da Área de Livre Comércio das Américas. Para ele, o Mercosul reforça a cidadania latino-americana enquanto a adesão à Alca representará a submissão aos interesses norte-americanos.

Requião elogiou a postura do presidente George W. Bush de conceder US$ 212 bilhões em subsídios aos agricultores norte-americanos, ao longo de dez anos, e tomar medidas para proteger os produtos siderúrgicos dos Estados Unidos.

- Ele está certo: é um presidente que briga pelas empresas nacionais, preservando os empregos de seus cidadãos - disse.

Enquanto isso acontece, observou, "o Brasil naufraga". Antes da abertura do mercado ao produtos estrangeiros, das privatizações "e outros dogmas do neoliberalismo", disse Requião, o Brasil participava com 1,2% do total das exportações mundiais; hoje, esta participação caiu para 0,8%.

- Esse foi o resultado de uma abertura equivocada, sem negociar produto a produto, numa visão romântica do mundo que fez com que o país se submetesse ao capital estrangeiro - ressaltou.

O senador pelo Paraná citou os debates realizados durante a reunião externa da Comissão do Mercosul, realizada em Fortaleza e Natal, durante a semana passada, como exemplos da postura que o governo brasileiro deve adotar para fortalecer o Mercosul. As exposições do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, do deputado Ney Lopes e do economista Paulo Nogueira Batista, afirmou Requião, "foram exemplares, traçando o mapa da defesa dos interesses do Brasil".

Requião lamentou que a TV e a Rádio Senado não tenham transmitido o evento ao vivo. Ele disse ter gravado os debates, que poderão ser levados ao ar a qualquer momento. Ao finalizar seu pronunciamento, Requião afirmou que o Brasil precisa de mudanças profundas.

- Queremos um presidente da República com a coragem de Bush para se preocupar com o mercado interno, com o trabalho e o emprego dos brasileiros. Que se emocione com os 50 milhões de brasileiros abaixo do nível de pobreza e transforme essa emoção em ações administrativas transformadoras da realidade nacional - disse o senador.



18/03/2002

Agência Senado


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