REQUIÃO QUER QUE ANDRADE VIEIRA EXPLIQUE DENÚNCIA SOBRE CAMPANHA DE FHC



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) anunciou nesta segunda-feira (dia 13) que estuda a possibilidade de trazer ao Senado o ex-ministro e ex-senador José Eduardo Andrade Vieira para falar a respeito das sobras da campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso, que não teriam sido declaradas na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A iniciativa do senador deve-se a nova denúncia, divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, de sobras de campanha no valor de R$ 10,1 milhões agora para a reeleição do presidente.

O Andrade Vieira denunciou, há algum tempo, a existência de sobras de recursos da primeira campanha à Presidência de Fernando Henrique, em 1994, que teriam totalizado cerca de US$ 100 milhões. Requião disse que o ex-ministro pretendia falar sobre o assunto à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania - durante as investigações da participação do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira no escândalo do TRT-SP - mas foi impedido pela base governista.

Nos próximos dias, Requião pretende voltar a este assunto em plenário. Além disso, ele deverá abordar as denúncias de espionagem da Agência Brasileira de Informação (Abin) sobre a vida de opositores do governo, como o ex-presidente Itamar Franco e o procurador da República Luís Francisco de Souza. Requião pediu que os senadores reflitam sobre o processo de aprovação da lei que criou a Abin.

- Pensem agora no que fizemos quando legalizamos, sem nenhuma medida restritiva, a tal da Abin. Estão espetando a democracia, a privacidade e utilizando partidariamente um instrumento que devia servir para informar o Executivo sobre assuntos maiores, nunca a perseguição a líderes da oposição - disse.

Outro assunto que Requião deverá analisar nos próximos dias é a portaria, segundo ele, instruída por Eduardo Jorge, que transformou em sigilosas as tabelas de preços dos automóveis importados pelas montadoras para efeito de tributação. Assim, sustenta, há uma duplicidade de tabelas - uma, sigilosa, oferecida ao governo, e outra, real, com as quais as empresas operam na Europa e nos Estados Unidos.

Outra medida provisória, apontou o senador, ainda reduziria o valor do imposto em 50% para as montadoras. Requião disse que isso pode ter acarretado a sonegação de bilhões de reais nos últimos anos. O senador prometeu investigar o assunto e confirmou que tem uma reunião nesta terça-feira (dia 14) com o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, para tratar do tema. Além disso, Requião anunciou que irá tratar das medidas do Ministério do Desenvolvimento que favorecem a importação de pneus.

13/11/2000

Agência Senado


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