Requião quer que PMDB escolha candidato à Presidência
- O PMDB precisa estabelecer de uma vez por todas o seu rumo diante da proximidade das eleições presidenciais. Não é possível permanecer em cima do muro, sem discutir propostas alternativas ao neoliberalismo e aceitando imposições do governo em troca de meia dúzia de posições de mando - afirmou o senador.
Requião disse que os diretórios do PMDB do Paraná, Minas Gerais, Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul sustentarão, em reunião nesta terça-feira (dia 19) com a direção nacional, o lançamento de uma chapa encabeçada pelo ex-deputado Paes de Andrade, alternativa à atual direção do partido. O senador entende que o PMDB precisa se desatrelar do governo federal e apresentar soluções para os problemas nacionais.
Crise energética
A crise energética é um tema que, na avaliação de Requião, não tem sido discutido pelo PMDB. O senador culpou o modelo de privatização imposto pelo governo como responsável pela escassez de energia. Ele afirmou que imposições do Fundo Monetário Internacional para que o investimento em infra-estrutura seja considerado despesa engessou a geração de energia, provocando o colapso atual.
Citando artigo de César Benjamim, Requião lembrou que o modelo hidrelétrico brasileiro foi calcado na construção de reservatórios que permitiriam a geração de energia por cinco anos, mesmo em longos períodos de estiagem. "Agora, só mesmo um dilúvio recuperaria o nível dos lagos", afirmou.
O senador disse que o modelo de privatização do setor proporcionou lucros exorbitantes às multinacionais que adquiriram as estatais energéticas. Segundo ele, o kilowatt/hora que sai da usina por cerca de R$ 10 é vendido para o consumidor por R$ 166. Além disso, acusou o senador, a crise de desabastecimento tornou-se um ambiente propício para o surgimento de um mercado especulativo de energia.
Requião atacou a proposta de venda de geradoras de energia e pediu a aprovação urgente do projeto do senador Roberto Freire (PPS-PE) que impede a alienação das companhia geradoras estatais.
- A alienação das hidrelétricas é um crime contra a segurança nacional - afirmou. A matéria está tramitando em decisão terminativa na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, se for aprovada, seguirá para a Câmara. Somente será apreciada pelo Plenário se houver recurso de um décimo dos senadores.
18/06/2001
Agência Senado
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