Requião: Rio+20 parece ‘fracasso anunciado’



Ao comentar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada no Rio de Janeiro até o dia 22, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) opinou que a atual sociedade capitalista é “absolutamente incompatível com a preservação da natureza”.

- É muito difícil acreditar que esse capitalismo brutal de consumo, que vive da obsolescência daquilo que produz, possa se compatibilizar com a preservação da natureza. O modelo capitalista da forma como se apresenta hoje no Brasil e no mundo é incompatível com a preservação – declarou.

Requião afirmou que a Terra não aguentará mais países com o mesmo padrão de consumo de Estados Unidos, Japão e nações europeias, pois seria insustentável.

- Não vamos a lugar algum se o modelo econômico não for modificado. Mas acredito que mais cedo ou mais tarde o instinto de sobrevivência da humanidade vai, necessariamente, por fim a esse modelo – disse.

Oposição

Requião também afirmou que o líder do PSDB no Senado, senador Alvaro Dias (PR), discursa quase todos os dias em Plenário criticando o governo federal sem que senadores da base governista respondam às críticas e acusações. Requião disse que, embora Alvaro Dias esteja certo em algumas críticas, ele acredita ser exagero do líder do PSDB criticar “tudo e todos do governo federal”.

- Não existe contraposição no Plenário do Senado às acusações que vêm sendo feitas pelo líder da oposição – reclamou Requião, ao observar que o governo federal, mesmo “sem liderança”, consegue aprovar matérias tanto na Câmara quanto no Senado.

Dívidas dos estados

Requião aproveitou para anunciar a apresentação de projeto de lei complementar que dispõe sobre a execução de planos de ações especiais e confere a estados e municípios que se encontram com dívidas para com a União a faculdade de celebração de convênios para a aplicação especial das parcelas de pagamento de suas dívidas.

Ou seja, explicou o senador, estados e municípios poderão usar parte das dívidas junto à União para investir em serviços públicos, aperfeiçoamento da máquina pública, infraestrutura, saúde, segurança e educação.

- Estou propondo uma alternativa para dar velocidade aos investimentos da União. A União não perde um tostão, porque o dinheiro que ela recebe deve ser investido, que é o que reclama o momento econômico. Simplesmente está utilizando os braços executivos de estados e municípios para resistir a queda do Produto Interno Bruto – disse.



18/06/2012

Agência Senado


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