Para Arthur Virgílio, governo parece o "samba do crioulo doido"
Ao comentar os últimos pronunciamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) concluiu que o governo federal parece o -samba do crioulo doido-. Em pronunciamento nesta sexta-feira (3), ele disse que o presidente adota um -padrão flácido no controle das questões éticas do governo- em casos como o da viagem da ministra da Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva, e disse que o governo -vende ilusões para postergar crises-.
- O presidente não encara para valer a conseqüência dos seus atos. O governo parece o samba do crioulo doido - afirmou ao apresentar, como reveladores da realidade do país, dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que demonstram a queda da confiança do consumidor e avaliam que 2003 é um ano perdido para a economia e para o consumo.
Arthur Virgílio entende que o presidente Lula vem seguindo apenas as orientações de seu esquema de marketing, ao procurar se utilizar -da única âncora de seu governo-, que é o seu desempenho pessoal. É assim, na avaliação do senador, que o presidente tenta esconder a realidade da população.
Nesse sentido, o senador afirmou que, em vez de aceitar as justificativas da ministra Benedita da Silva, que viajou à Argentina para participar de um encontro religioso de interesse particular, Lula deveria ter demitido a ministra. O presidente, comentou Virgílio, preferiu acreditar que a ministra também se encontrou com políticos e empresários na Argentina.
- Isso aqui beira a hipocrisia. No governo passado, isso viraria um carnaval, com denúncia ao Ministério Público - comparou.
O senador também criticou Lula por não ter abordado a questão do desrespeito aos direitos humanos nas conversas que manteve com o presidente de Cuba, Fidel Castro. Ao dizer que um chefe de estado não pode dar palpite nas decisões de outro, Lula teria caído em contradição, segundo o parlamentar, pois já havia feito comentários sobre a política interna dos Estados Unidos.
- Ele poderia ter aproveitado para chamar Fidel para a realidade desse século, que não permite a continuação do desrespeito aos direitos humanos. Foi esse encaminhamento político que levou Cuba a se transformar em uma atroz ditadura - disse.
Arthur Virgílio condenou ainda declarações de Lula em defesa da reforma da Previdência Social, em que teria acusado os servidores públicos de fazerem parte de um corporação menor, que não mereceria relevância. O senador ainda questionou a presença e a influência do publicitário Duda Mendonça no governo.
Por fim, Virgílio disse que, -na tentativa do popularesco, entrou no terreno do futebol e bateu boca com o presidente do Corinthians, Antonio Roque Citadini-, se dizendo contrário à diretoria do clube. O senador disse que gostaria de ouvir de Citadini o que ele acha do governo de Lula.
03/10/2003
Agência Senado
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