REQUIÃO VÊ IRRESPONSABILIDADE EM EDITORIAL DO "JORNAL DO BRASIL"
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) chamou de "estultíce e irresponsabilidade" o editorial "Epitáfio do Escândalo", publicado nesta sexta-feira (dia 25) pelo Jornal do Brasil sobre a decisão do Senado acerca dos títulos públicos emitidos por Santa Catarina, Alagoas e Pernambuco alegando o pagamento de precatórios judiciais. Para o senador, o jornalista responsável pelo texto é um "apedeuta desinformado, que mostra desconhecimento sobre o assunto e desmoraliza o jornal".Requião listou os erros contidos no editorial, a começar pela própria definição de precatórios, confundida pelo editorialista com os títulos públicos. Além disso, o jornalista escreveu que a Justiça autorizou a emissão de letras do tesouro, mas o senador lembrou que quem autoriza tal operação é o Senado com base na Constituição.A afirmação do editorial de que a Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a emissão dos títulos públicos, relatada por Requião, "concluiu de forma evasiva", também foi rechaçada pelo senador. Ele listou que, graças às investigações, 17 instituições financeiras foram liquidadas e que as conclusões foram enviadas ao Ministério Público que abriu inquéritos com base nas informações.- A permanência desse moleque irresponsável no jornal só pode ser explicada por um acordo de compadres. O relatório da CPI foi um dos mais sérios e contundentes já votados pelo Senado - disse Requião.Ele classificou o texto ainda como "besteirol sem sentido" e "samba do crioulo doido". Para o senador, é lamentável que um jornal como o JB, em vez de informar, desinforme a população. Para sanar erros desse tipo, Requião insistiu na necessidade de o Congresso aprovar projeto de sua autoria regulamentando o direito de resposta, que está em tramitação na Câmara dos Deputados.- O Congresso merece críticas, mas esse nível de desinformação é inadmissível. Fica aqui o meu protesto - afirmou, sugerindo que o jornal coloque o editorialista para cobrir outros assuntos, como polícia, em vez de se imiscuir em temas que não conhece.Requião questionou também por que o Banco do Brasil possuiu títulos "frios" derivados de precatórios judiciais, adquiridos do Banespa. Para ele, o governo não pode alegar ignorância sobre esses "micos", ou seja, "títulos nulos de pleno direito". "Há caroço nesse angu. Essa é mais uma manifestação clara de irresponsabilidade do governo federal", reclamou.
25/06/1999
Agência Senado
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