Restrições à propaganda de alimentos para crianças na pauta da CMA



A propaganda de alimentos e bebidas - principalmente a dirigida a crianças e adolescentes - poderá ser alvo de restrições, com o intuito de reprimir hábitos de consumo nocivos à saúde. Regras mais rigorosas para a publicidade desses produtos deverão ser analisadas, na terça-feira (2), pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

A medida é recomendada em projeto de lei (PLS 150/09), apresentado pela ex- senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) e altera o Decreto-Lei nº 986/69, que instituiu normas básicas sobre alimentos. O primeiro passo nessa nova regulamentação é caracterizar os produtos com quantidade elevada de açúcar, gordura saturada e trans, sódio e com baixo teor nutricional.

A partir dessa definição, a proposta detalha as limitações à publicidade de gêneros alimentícios com esse tipo de composição. Além de não poder sugerir que esses alimentos são saudáveis ou benéficos à saúde, os anunciantes ficariam impedidos de usar imagens ou personagens relacionados ao universo infanto-juvenil por meio de sua vinculação a brindes, brinquedos, filmes e jogos eletrônicos. Também ficaria proibida a veiculação desse material publicitário em emissoras de rádio e televisão no horário das 21h às 6h.

O projeto exige que estejam claros não só o caráter comercial da mensagem publicitária, mas também a informação sobre o valor energético dos produtos. Veda também propaganda que induza ao consumo exagerado e a erro quanto à origem, natureza, composição e a propriedades do produto.

"Notamos que essas regras concorrem para aprimorar a proteção das crianças e dos adolescentes contra a publicidade abusiva", realçou o relator, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), no voto favorável ao PLS 150/09.

Aleitamento

O relator elogiou ainda a preocupação de Marisa Serrano em coibir a propaganda de alimentos que desestimule o aleitamento materno exclusivo até os seis meses e complementar até dois anos ou mais de idade. E observou que a indução de crianças e adolescentes ao consumo de alimentos e bebidas não-saudáveis pela publicidade pode levar a uma dieta desequilibrada e, conseqüentemente, a uma maior incidência de doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade nessa faixa da população.

Emendas

João Alberto rejeitou duas emendas ao projeto que pretendiam derrubar a restrição ao horário de veiculação dessas peças publicitárias. Em sua avaliação, ambas impediam avanço no combate à publicidade abusiva de gêneros alimentícios.

Após ser examinada pela CMA, a matéria segue para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde será votada em decisão terminativa .



28/07/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


CCJ debate restrições a propaganda de alimentos e bebidas não alcoólicas

Veja as restrições à propaganda de alimentos feitas em outros países

Marta Suplicy quer restrições à publicidade de alimentos para crianças

Senadores querem limites na propaganda de alimentos para crianças

Regras para publicidade de alimentos destinados às crianças na pauta da CDH

OPOSIÇÃO COBRA RESTRIÇÕES PARA PROPAGANDA DE BEBIDAS ALCÓOLICAS