Reunião entre parlamentares brasileiros e europeus é encerrada em clima de confronto
Um clima de confrontação marcou o desfecho da reunião de trabalho encerrada no início da tarde desta terça-feira, na Câmara dos Deputados, entre parlamentares que representam o setor agrícola no Congresso e membros da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu. Ao responder a críticas do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) ao embargo às importações de carne no Brasil, anunciado em janeiro, o presidente da comissão do Parlamento Europeu, deputado Neil Parish, afirmou que "os produtores brasileiros possuem melhor bom senso que alguns de seus representantes".
Caiado havia dito que os produtores nacionais receberam como uma "agressão" a decisão do embargo e acusou Parish de participar de associação de produtores que lidera campanha para denegrir a imagem do produto brasileiro na Europa. Segundo ele, o embargo foi orientado pelo interesse de proteger o mercado para os produtores europeus, mas recebeu uma "maquiagem" para ser apresentado como uma questão sanitária.
- Ficou muito claro que o objetivo foi cem por cento econômico, disse Caiado, em seguida afirmando que o Parlamento brasileiro não vai aprovar regras sanitárias e controles somente para agradar os europeus.
Antes da declaração de que os produtores brasileiros possuem melhor bom senso que alguns de seus representantes, Parish afirmou que a comitiva veio ao Brasil para negociar soluções, "como amigos, e não como inimigos".Contrariando informações de Caiado, ele disse que a União Européia não está exigindo identificação de cada animal do rebanho brasileiro nem passaporte para atestar a movimentação do gado no território. Segundo ele, há apenas duas cobranças: a de que o gado permaneça ao menos 60 dias na mesma região antes do abate, sendo que, desse período, 40 dias na mesma fazenda.
29/04/2008
Agência Senado
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