Ricardo Ferraço defende mais investimentos em educação básica
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), em pronunciamento nesta segunda-feira (15), chamou a atenção para a necessidade de atendimento do clamor das ruas por serviços públicos de qualidade, especialmente em saúde e educação, e defendeu o projeto que apresentou (PLS 280/2013), com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que destina 100% dos bônus de assinatura dos contratos de partilha na exploração de petróleo e gás para um fundo de financiamento de educação básica e saúde infantil. Ele salientou que o Campo de Libra, na Bacia de Campos, poderá produzir até 12 bilhões de barris, e os bônus de seu leilão - previsto para outubro - não têm vinculação definida.
- [O valor] poderá ser destinado para uma das tantas ações do governo no campo do custeio. E o custeio do Estado brasileiro é um problema, porque é caro e pesado. O Estado brasileiro é obeso, que se encarrega de consumir tudo aquilo que arrecada - afirmou.
Ferraço, ressaltando a importância da educação como instrumento de mudança e de investimento nas gerações futuras, considera insuficiente destinar parte dos recursos dos royalties do petróleo para educação. O senador lembrou que há muito a ser feito, especialmente no ensino básico brasileiro.
- Os três níveis de governo investem menos de um terço da média dos dispêndios dos países desenvolvidos - disse.
O senador também cobrou solução para o custo elevado com alunos do ensino superior, o que considera "o avesso do avesso do avesso" na prioridade de investimentos. Ferraço sublinhou as manifestações populares por um Estado mais eficiente e capaz de prestar serviços compatíveis com a elevada carga tributária.
- O recado das ruas tem um sentido bastante objetivo: nós queremos mais, nós reivindicamos mais, nós não abrimos mão daquilo que reivindicamos, mas queremos ir adiante. Nós não queremos que nosso Brasil seja apenas um país do futuro. Nós queremos um país do presente - resumiu.
Ricardo Ferraço ainda criticou o que considerou uma tentativa do governo de responsabilizar os médicos pela crise na saúde. Ele chamou o Congresso a debater a questão "sem corporativismo, dando a César o que é de César" e enfrentar os problemas de gestão e subfinanciamento que prejudicam os serviços de saúde.
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) cumprimentou Ferraço pela proposição, assinalando que as riquezas naturais devem sempre ser usadas para proporcionar justiça e equidade.
15/07/2013
Agência Senado
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