RICARDO TEIXEIRA EXPLICA EMPRÉSTIMO DE BANCO ESTRANGEIRO À CBF



O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, informou ao relator da CPI do Futebol, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), que a entidade tomou seis empréstimos ao Delta National Bank, dos Estados Unidos, em condições que, na sua opinião, não foram desvantajosas para a entidade. Segundo Teixeira, todas as operações foram feitas dentro da legalidade, aprovadas pelo Banco Central.

Althoff pediu cópias dos contratos entre a CBF e o banco e concentrou seus questionamentos sobre um dos empréstimos, de US$ 7 milhões, firmado em outubro de 1998. O presidente da CBF explicou que, naquela época, havia uma crise no mercado financeiro internacional devido aos problemas econômicos na Rússia, o que reduziu a oferta de dinheiro nos mercados interno e externo.

Diante da recusa de bancos nacionais de emprestarem recursos à entidade, Teixeira afirmou que a única alternativa foi recorrer a um banco estrangeiro, correndo o risco cambial, embutido na operação em dólar. O presidente da CBF informou a Althoff que a taxa de juros do contrato foi de 10,91% ao mês, abaixo do custo de desconto de nota promissória no Brasil, superior a 12%.

Teixeira ofereceu à CPI cópias dos contratos e informações sobre as taxas de juros praticadas no mercado brasileiro e internacional. Ele justificou a necessidade de a CBF tomar empréstimos para suprir necessidades de caixa devido ao fato de a entidade antecipar as receitas do ano seguinte, já que os pagamentos da Nike acontecem nos meses de janeiro.

Ao relator da CPI, o presidente da CBF informou que a entidade foi alvo de dois processos da Secretaria da Receita Federal. Em um deles, a CBF pagou multa de R$ 1,5 milhões. O segundo, referente ao pagamento da multa pela rescisão contratual com a empresa de material esportivo Umbro, antecessora da Nike, ainda tramita na SRF. Em outros anos, afirmou, a Receita fiscalizou a entidade, mas não foi registrada nenhuma infração.

Teixeira revelou que o orçamento anual da CBF gira em torno de R$ 70 milhões anuais e que recebeu R$ 297 mil da entidade em 1999 a título de remuneração. Mesmo depois de aprovado requerimento, o presidente da CBF autorizou a CPI a quebrar o seu sigilo bancário - inclusive de uma conta que mantém no Delta Bank desde 1997 - e fiscal para dirimir quaisquer dúvidas.

13/12/2000

Agência Senado


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