Rollemberg: Brasil pode aumentar valor agregado de exportações à China




Após visitar algumas cidades chinesas a convite do Partido Comunista Chinês (PCC) o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) afirmou que a cooperação comercial, cultural e política com a China poderá resultar em maior valor agregado às exportações brasileiras àquele país. A afirmação foi feita da tribuna do Senado nesta quinta-feira (4).

Rollemberg e parlamentares do PCdoB, PT e PDT compuseram a delegação que visitou as cidades de Beijing, Lijiang, Kunming e Shangai. O parlamentar considerou o convite uma demonstração do interesse do PCC em ampliar laços de cooperação com os partidos brasileiros e com o país.

A declaração foi feita após recordar que a China já é o nosso maior parceiro comercial, com o qual há um superávit positivo de cerca de R$ 5 bilhões. O Brasil exporta R$ 30,7 bilhões à China e importa R$ 25,5 bilhões. Enquanto o comércio internacional brasileiro cresceu na última década, 245% com os demais países, com a China esse número subiu para 2.343% no mesmo período, destacou o parlamentar.

Rollemberg observou que a pauta de exportações brasileiras à China é composta essencialmente por commodities - ferro, soja e petróleo -, enquanto as importações se referem a transmissores e receptores, partes de aparelhos de telefonia, telas de computadores, todos eles produtos de "altíssimo valor agregado".

- Portos e aeroportos, em qualidade e tamanho, revelam uma infraestrutura extraordinária, um desenvolvimento planejado de atividades de curto, médio e longo prazo. A China sabe o que está fazendo e aonde quer chegar - observou.

O senador relatou ter ficado impressionado com os investimentos em alta tecnologia, que, avalia, possibilitarão ao país superar os Estados Unidos nos próximos anos e se transformar na primeira economia do mundo.

Rollemberg mencionou decisões estratégicas do governo, decorrentes do processo de urbanização do país. Na China, diferentemente do Brasil, disse o senador, o processo está ocorrendo de forma planejada. Os dirigentes também têm preocupação em melhorar a renda per capita, atualmente em quatro mil dólares anuais.

Outra preocupação dos chineses, com uma população de 1,3 bilhão, é com a segurança alimentar e energética. Rollemberg informou que o governo está investindo em energia solar e eólica e que, em uma das cidades, observou a circulação de bicicletas elétricas.

- A China é muito dependente de carvão e petróleo e não tem produto suficiente para suprir sua necessidade energética - enfatizou.

Reduzir a pobreza e promover o desenvolvimento de regiões deprimidas também são preocupações do governo chinês, completou o parlamentar. Rollemberg também citou a preocupação do governo, que está no poder desde 1949, com a corrupção. Enquanto se encontrava no país, Rollemberg tomou conhecimento sobre dois prefeitos condenados à morte por corrupção.



04/08/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Brasil quer aumentar exportações para a China em 21%

Mercadante quer que o Brasil caminhe para o Imposto sobre Valor Agregado, com o fim do ICMS e IPI

PSDB propõe transição até Imposto sobre Valor Agregado em 2007

Mercadante diz que há consenso para adoção de Imposto sobre Valor Agregado

Crise na Europa pode aumentar dependência brasileira em relação à China, alertam especialistas

Paim defende medidas que levem à exportação de produtos com maior valor agregado