Rollemberg reconhece que documento oficial da Rio+20 decepciona



Em análise do resultado da Conferência das Nações Unidas sobre O Desenvolvimento Sustentável – a Rio+20 - o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) disse que o documento oficial produzido na conferência está aquém das expectativas e mostra que os chefes de Estado não foram capazes de chegar a um consenso que representasse um avanço. Para ele, a conferência deveria ter definido metas claras para cumprir, ainda que parcialmente, os objetivos acordados.

Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) do Senado, Rollemberg disse que o governo brasileiro não pode ser responsabilizado pela falta de avanço e lembrou que a diplomacia brasileira precisou enxugar o documento ao máximo diante da ameaça de não ser produzido documento algum no encontro – o que seria, na opinião dele, “um desastre”. Na avaliação do senador, a necessidade de os documentos serem aprovados por unanimidade e a má vontade dos países ricos contribuíram para o tímido resultado.

- Houve uma má vontade muito grande dos países mais ricos, especialmente dos Estados Unidos e do Canadá. E buscou-se então um consenso mínimo – explicou o senador.

Também por conta da dificuldade imposta pelos países ricos, alguns projetos previstos que deviam ser acordados não tiveram sucesso. Entre eles, Rollemberg destacou o fundo de financiamento do desenvolvimento sustentável nos países mais pobres, especialmente africanos.

- Muitos dos países que criticaram o documento final por ser tímido, na hora de tomar decisão e colocar dinheiro, especialmente os países europeus, não compareceram, não foram firmes, e isso acabou adiando a proposta de criação do fundo – esclareceu.

Rollemberg disse que sentiu falta de empenho das pessoas no sentido de buscarem solucionar a raiz dos problemas. Para ele, as discussões propunham saídas imediatas e que não resolvem definitivamente as dificuldades. Ele se queixou da ausência de propostas consistentes sobre a forma de organização da sociedade coo objetivo de mudar a relação do homem com o meio ambiente a fim de construir uma civilização melhor.

- Falta uma formulação do que propor à humanidade para se contrapor a esse modelo de capitalismo, na minha opinião, absolutamente esgotado. Não senti uma discussão séria, profunda e consequente no sentido não só de contestar, mas também de formular as bases do que seria um novo modelo de desenvolvimento, um novo modelo de organização da sociedade que possa enfrentar os enormes desafios que temos pela frente – afirmou o senador.

Para Rollemberg, a reafirmação do princípio das responsabilidades comuns, que permitirá que os países tenham uma finalidade mais ampla não apenas no que se refere a questões do clima, mas a questões de meio ambiente de uma forma geral, é um dos principais avanços da conferência.

Porém, na visão do senador a maior conquista foi a mobilização da opinião pública mundial, que passa a ter o papel de pressionar os governos e parlamentos nacionais para avançar em direção a uma agenda de desenvolvimento sustentável.



25/06/2012

Agência Senado


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