Roseana encosta em Lula, mostra a pesquisa da CNT








Roseana encosta em Lula, mostra a pesquisa da CNT
Lula caiu muito no Sul, onde passou de 28,7% para 20,9% e Roseana foi de 17,16% para 27,4%. Num segundo turno entre os dois, ela venceria com 42,7% contra 38,4% de Lula

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), encostou em Luís Inácio Lula da Silva na preferência dos brasileiros para a disputa presidencial de 2002. A pesquisa ISC (Índice de Satisfação do Cidadão), divulgada ontem em Brasília pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes) e Instituto Sensus, mostra o crescimento de Roseana e a queda de Lula.

Na simulação em que Roseana corre sozinha como candidata dos partidos governistas, ela fica com 26,7% dos votos, no primeiro turno, contra 26,9% de Lula. Os dois iriam para o segundo turno.

Enquanto Roseana cresceu dez pontos em relação à do mês anterior, o petista caiu quatro. Mesmo com a inclusão de outro nome govenista na disputa, como José Serra, o cacife de Roseana é elevado. Lula teria 27,1%, Roseana ficaria com 23,7%, Itamar seria o terceiro com 9,1% e Serra


Roseana vai sofrer ataque intensivo, diz sociólogo
Especialista prevê que o crescimento propiciará ataques mais intensivos à governadora e afirma que isso beneficiará Lula

O presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, disse ontem que é prematuro afirmar que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, já se consolidou em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2002.

Para ele, a margem de erro de 2,2% da pesquisa Ibope, divulgada na última terça-feira, faz com que Roseana, com seus 16% de intenções de voto, se aproxime do terceiro lugar, ocupado por Ciro Gomes com 1 0%. "Com dois amenos e com dois a mais, Roseana ficaria com 14% e Ciro, com 12%", ponderou Coimbra.

Na avaliação geral dos candidatos, ele diz que "hoje, a diferença entre Ciro, Itamar, Garotinho e Roseana é muito pequena". Coimbra avalia a questão sem dar importância ao potencial de crescimento da candidatura Roseana, que, segundo o Ibope, é maior do que o dos outros candidatos.


Cada um com seu cada qual?
No jantar de confraternização do PTB ontem em Brasília, o candidato de honra seria Fernando Henrique Cardoso, o "ser mais desprezível do mundo", na visão do candidato apoiado pelos petebistas, Ciro Gomes. já é possível detectar algo de estranho, que ficaria só por aí se, um dia antes os partidos governistas não tivessem anunciado que este ano, está combinado, eles vão brincar separados.

E, na visão do presidente do PFL, Jorge Bornhausen, isso é estritamente necessário porque - palavras dele - se o governo tiver candidato único, Luiz Inácio Lula da Silva ganha no primeiro turno. O senhor e a senhora entenderam a lógica do raciocínio? Pois é, o problema não é vosso, é exatamente da falta de lógica do raciocínio.


FHC pode editar medida provisória para tabela do IR
O Senado aprovou ontem a votação em caráter de urgência do projeto, aprovado no plenário da Câmara na última quarta-feira. A tabela pode ser votada em 72 horas

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Arthur Virgílio, disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso deverá editar medida provisória com algum tipo de correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, caso opte pelo veto do projeto que a corrige em
17,5%.

Arthur Virgilio afirmou que o governo voltará a fazer cálculos do impacto da correção aprovada na Câmara, em vias de passar pelo Senado, para decidir pela sanção ou pelo veto do projeto.

O ministro disse que o veto é uma decisão legítima e que, caso seja essa a opção do governo, deve ser aceito pelo Congresso. "O Congresso tomou uma atitude com enorme liberdade, e o presidente também não cometerá nenhum gesto de traição se optar por algo que não seja exatamente o que o Congresso votou”, afirmou.


Sinais dos tempos
A correção da tabela do Imposto de Renda, aprovada pela Câmara à revelia do governo, e a elevação do salário-mínimo para R$ 200,00 (contra os R$ 189,00 propostos na lei orçamentária) exigem do Planalto e sobretudo da equipe econômica uma revisão de seu relacionamento com o Congresso.

O tempo do rolo compressor acabou. Daqui para a frente, a inflexibilidade só trará prejuízos. Não se espera que Fernando Henrique chegue a tomar café de garrafa térmica no gabinete, como diz a lenda sobre os dias finais de todo governante no poder. Mas controle remoto sobre o Congresso não terá mais.

P ara a correção da tabela de deduções, congelada desde 1996, os congressistas nem se deram ao trabalho de encontrar compensação para a perda da receita de R$ 3 bilhões. Já haviam dado a cota de sacrifício, garantindo o aumento do mínimo com um corte nas emendas de comissões. Os governistas já tinham se imolado para garantir uma vitória sangrenta ao governo no projeto que alterou a CLT.


Editorial

Riqueza concentrada

A desigualdade de renda na sociedade brasileira continua sendo um dos principais problemas a serem enfrentados pelo País. A constatação é do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que divulgou relatório, nesta semana, informando que os 10% mais ricos no Brasil têm um rendimento 22 vezes maior que o dos 40% mais pobres.

Isso significa que, enquanto a renda média familiar per capita das famílias brasileiras que estão entre os 10% mais ricos ficou em torno de 11 salários mínimos, a renda média das famílias que estão nos 40% mais pobres é de apenas 0,5 salário mínimo.

Pior é que esse valor praticamente não oscilou, entre 1992 e 1999, para os 40% mais pobres, enquanto o rendimento dos 10% mais ricos teve tendência de crescimento no período. O retrato da desigualdade está no relatório 'A Situação da População Brasileira - 2001", apresentado pelo presidente do IBGE, Sérgio Besserman Vianna, com uma visão crítica. "É necessária uma globalização democrática, com dimensão política e social. A globalização atual é sobretudo econômica, eficiente na acumulação de capitais. Mas não deve ser apenas isto", diz Vianna.
Com base também nos dados do relatório da população mundial das Nações Unidas, ele constatou que a globalização aumentou a riqueza no mundo, "mas aumentou também a concentração dessa riqueza".
O Brasil conseguiu uma grande vitória, nos últimos anos, que foi dominar a inflação. É importante que o governo adote medidas para aumentar a renda da população menos favorecida, dando a ela mais qualidade de vida e permitindo que se incorpore ao mercado interno, estimulando, assim, o crescimento econômico do País.


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12/14/2001


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