RS ganha subsidiária da maior fabricante de injetoras





RS ganha subsidiária da maior fabricante de injetoras para solados
A empresa italiana Main Group, maior fabricante de máquinas injetoras para solados termoplásticos da Europa, anunciou ontem a criação de uma subsidiária no Brasil, a Main Group Sudamérica Ltda. Ela será responsável pela produção e comercialização dos equipamentos de marca Main Group no continente americano. A subsidiária, com sede em Novo Hamburgo (RS), será a primeira fábrica do grupo fora da Itália. A Main Group Sudamérica foi criada em sociedade com a AHB Representações, que já distribui há seis no Brasil os equipamentos do grupo produzidos na Itália.

Uma terceira empresa, a Barmag do Brasil Ltda, de São Leopoldo (RS), foi contratada para produzir 80% das peças para as máquinas a serem fabricadas. Os 20% restantes serão importados da matriz. A montagem será feita pela Main Group Sudamérica, em local ainda não definido. Essa definição deve sair dentro de duas semanas, segundo o diretor da AHB, César Henrique Bünchen.
Os investimentos, conforme o diretor comercial da Main Group, Luca Pastò, não ultrapassaram os R$ 250 mil, porque não houve necessidade de mudanças no parque fabril da Barmag. “Nosso maior investimento não pode ser computado, pois é a transferência de conhecimentos da nossa empresa para os técnicos daqui”, disse ele, que estima em R$ 3 milhões o faturamento do primeiro ano de operações.

O engenheiro de vendas da Barmag, José Justo Neto, disse que para 2002 está previsto um aumento entre 10% e 15% no quadro de empregados de sua empresa, atualmente de 100 pessoas. A expectativa do diretor da Main Group é de produzir 10 máquinas no primeiro ano de funcionamento da nova empresa e de contribuir com 20% da receita anual da empresa italiana, a partir do próximo ano.
Primeiramente serão produzidas duas linhas de equipamentos, que custarão entre R$ 230 mil e R$ 350 mil. Uma linha é para solados bicolores, com capacidade de 60 a 80 pares por hora, e outra mais simples, para solados monocolores, que pode produzir entre 80 e 100 pares por hora. Os dois modelos, segundo o diretor da AHB Representações, são os mais requisitados pelo mercado internacional.

O italiano Luca Pastò salientou que a escolha do Brasil como local para o novo negócio, onde a empresa tem 550 máquinas em operação, deve-se à produção de calçados, que atualmente chega a 670 milhões de pares e deverá crescer nos próximos anos.
“Temos dois grandes pólos produtivos de calçados: a China e o Brasil. Como ainda não conseguimos nos aproximar do mercado chinês, apesar de termos dois escritórios lá e de seu ingresso na Organização Mundial do Comércio, optamos pelo Brasil”, disse o executivo.
O Rio Grande do Sul foi o estado escolhido, segundo ele, por ser o maior pólo brasileiro do setor e pelo trabalho que já é desenvolvido com a AHB. “Acreditamos que aqui é o melhor lugar para começarmos um novo negócio”, afirmou o italiano. A localização dentro dos países da América, especialmente México, Argentina, Chile e Venezuela, que vêm apresentando maior índice de crescimento na produção de calçados, foram também fatores observados pelo grupo.

A Main Group comercializa suas máquinas em 85 países, produzindo entre 250 e 280 delas por ano. Do total da produção, 15% são vendidos na Itália, outros 15% no mercado europeu e o restante em outros mercados. Seu faturamento anual é de US$ 55 milhões, dos quais cerca de 15% vêm do Brasil.
O anúncio oficial do acordo entre as três empresas será feito nos dias 4 e 5 de dezembro, com a apresentação dos dois modelos de máquinas injetoras de termoplásticos que já estão sendo fabricados pela Barmag em São Leopoldo.


Gerdau investe R$ 81 milhões para modernizar a Açonorte
O aporte será destinado à ampliação e modernização da planta, que vinha sendo planejada há três meses e foi anunciada ontem, quando o governo estadual aprovou os incentivos fiscais para o projeto - um crédito presumido de 75% do ICMS, ao longo dos sete anos de execução.
Quanto à capacidade da planta, a meta é elevar a capacidade em 33%, passando das atuais 21 mil toneladas/mês, para 28 mil toneladas, o que demandará a elevação do número de postos de trabalho para 1 mil - hoje são 700. Na fábrica, que tem 30 anos, o carro-chefe são os vergalhões, representando 60% da produção. Os 40% restantes ficam divididos entre telas, estribos, pregos, produtos para a agropecuária e itens para serralheria.

O diretor para o Norte e Nordeste, Júlio Prato, explica que, com o incremento, o objetivo é elevar a produção para acompanhar a expansão do mercado nordestino de construção e, desta forma, conter o crescimento dos concorrentes. “Este ano foi difícil para as construtoras nordestinas, que enfrentma retração, mas a expectativa é que em 2002 o cenário melhore para o setor”, afirma.

Ele contabiliza que a Gerdau tem hoje 55% de market share no ramo de aços destinados as construtoras no Nordeste e 60% em Pernambuco. “Ampliar a participação é atualmente uma missão quase impossível, exatamente porque hoje a concorrência é muito maior que no passado. O que nós queremos é manter as atuais fatias”, ressalta.


Aprovado Prodec para mais cinco empresas catarinenses
O Conselho Deliberativo do Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense (Prodec) aprovou ontem cinco projetos que serão beneficiados com postergação de ICMS em Santa Catarina. O total de investimentos soma R$ 45,6 milhões com geração de 758 postos de trabalho, segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Integração ao Mercosul.

O maior projeto aprovado ontem foi o da Mili Distribuidora de Papéis. A empresa vai ampliar em 110% a capacidade de produção de sua fábrica em Três Barras, com desembolso de R$ 19,3 milhões e geração de 198 postos de trabalho. O projeto inclui um pavilhão de 11 mil m2 e equipamentos para a produção de fardos de papel higiênico, toalhas de papel e guardanapos.

O segundo maior projeto foi o da Companhia de Bebidas da América (Ambev), de R$ 18,8 milhões, para a fábrica de Lages, no Planalto Serrano catarinense, onde a empresa inicia a produção de cerveja em embalagns long-neck, com geração de 66 empregos diretos.
Com desembolso de R$ 2,3 milhões e 127 empregos, a produtora de maçãs Sanjo, de São Joaquim amplia a capacidade de estocagem de 14,6 toneladas para 18,6 toneladas. Outro projeto no mesmo setor é o da Cooperativa Agrícola Frutas de Ouro, do mesmo município, que prevê R$ 2,2 milhões para ampliar suas instalações.
O quinto projeto aprovado ontem foi o da fábrica de móveis estofados Mannes, de Guaramirim, que eleva a capacidade de produção em 48%, com investimento de R$ 3 milhões.


Isdra mantém cronograma para operar MDF em 2002
Um ano depois da assinatura do protocolo de intenções com o governo gaúcho para instalação da fábrica de MDF (chapa de fibras de média densidade), o grupo gaúcho Isdra anuncia que o empreendimento de R$ 142 milhões começa a se tornar realidade. Localizada em Glorinha (RS), a Fibraplac - Chapas de MDF Ltda vai produzir 180 mil metros cúbicos de MDF por ano e gerar 530 empregos diretos. O prédio administrativo está pronto e os equipamentos importados da Alemanha começam a chegar. O presidente do grupo, Alberto Isdra, disse que as obras estão dentro do cronograma e a inauguração da fábrica vai ocorrer no final de 2002.

O crescimento do setor moveleiro estimulou o grupo Isdra a ingressar também na produção de MDF. A procura por MDF cresce 15% ao ano e ainda há muita demanda reprimida. A produção brasileira da matéria-prima ainda não é suficiente para as necessidades dos fabricantes de móveis, que precisam recorrer a importações. Esse tipo de chapa tem maior densidade em comparação ao a glomerado, o que lhe garante mais durabilidade e valor. É uma chapa de madeira desfibrada a vapor, a altas temperaturas, até assumir o aspecto de algodão, sendo depois reconstituída sob alta prensagem.

A implantação da unidade, a primeira de MDF no Rio Grande do Sul, vai completar a cadeia produtiva do setor moveleiro. Os fabricantes passam a ganhar competitividade em relação às indústrias de matérias-primas de Minas Gerais e do Paraná. O estado é responsável por cerca de 20% da produção de móveis do País e o setor nos primeiros dez meses de 2001 obteve um faturamento de R$ 1,2 bilhão. São mais de 3 mil fabricantes e a predominância é de micro e pequenas empresas, a grande maioria localizada na região da Serra. O MDF começou a ser produzido no Brasil em 97 e ano a ano seu consumo pela indústria moveleira aumenta.

Para garantir o fornecimento de matéria-prima para fabricação de MDF, o complexo de Glorinha conta com a disponibilidade de 10 mil hectares de pinus, dos quais 5 mil já foram plantados e outros mil serão cultivados a cada ano. Segundo presidente do grupo, a demanda anual da Fibraplac será equivalente a mil hectares. Além de abastecer o mercado interno, a produção de MDF será destinada à exportação. Isdra informou que inicialmente 20% serão enviados para os Estados Unidos.
O grupo Isdra é o maior fabricante de telhas de fibrocimento do Brasil e a Isdralit é o braço industrial. Há fábricas no Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. A Isdra atua também na construção civil, na hotelaria com a marca Master e na indústria plástica. O Rua da Praia Shopping, em Porto Alegre, também é um empreendimento do grupo.


SC adota a versão eletrônica do vale
O adiantamento salarial, mais conhecido como “vale” pela maioria dos trabalhadores, ganha uma versão eletrônica em Santa Catarina. A Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do estado (Fampesc) lançou ontem, em Joinville, seu cartão de crédito, que tem como público-alvo as pequenas empresas e os funcionários delas. Na prática é um cartão de crédito com limite de até 50% do salário, que permite ao trabalhador fazer compras ao longo do mês para descontar os valores na folha de pagamento. Para o empregador a vantagem é oferecer o benefício aos funcionários sem precisar tirar os recursos do caixa da empresa durante o mês, diz o presidente da Fampesc, Luiz Carlos Floriani.

O empregado, por sua vez, não precisa mais esperar a segunda quinzena do mês para dispor dos recursos do adiantamento salarial. O presidente da federação ressalta, contudo, que a entidade se preocupou em não estimular a cultura do endividamento. “Por isso que o limite de crédito é determinado pelo empregador e não pode ultrapassar 50% do salário”, afirma.
O sistema será auditado pela entidade e administrado pela Personal Card, que tem sede São Paulo. A empresa já tem convênios com sindicatos paulistas neste formato e acaba de fechar acordo com o governo de Tocantins, para também disponibilizar o cartão aos funcionários públicos daquele estado.

As taxas de administração, cobradas dos estabelecimentos comerciais que aceitarem o cartão nas transações comerciais, ficarão entre 1,8% e 4,5% sobre o valor da operação. “Em função da quantidade de usuários, conseguiremos descontos em farmácias, postos de combustível e supermercados”, diz o diretor da Personal Card, Deny Guazi Resende. Floriani aposta em um grande efeito associativo a partir da iniciativa, já que lojas de menor porte terão maior facilidade em participar da rede credenciada e poderão vender para os usuários do cartão.
Hoje a Personal Card já tem 1.150 empresas conveniadas em Santa Catarina que aceitarão o Famperscard. “Para os estabelecimentos que realizam as vendas e aceitam o cartão no pagamento das contas o risco de inadimplência é menor porque a garantia não é dada pelo indivíduo, mas pelo empregador dele”, diz Resende.

A meta da administradora é ter mais de 100 mil cartões no estado até o final do primeiro semestre de 2002, com adesão de pelo menos 60% das 20 mil empresas filiadas às associações de micro e pequenas empresas integrantes da Fampesc. Na primeira fase de lançamento só as firmas ligadas à Fampesc poderão oferecer o cartão aos funcionários, mas o projeto poderá ser estendido para todas as 125 mil pequenas empresas do estado, que, pelas contas de Floriani, envolveriam um milhão de pessoas.


Colunistas

NOMES & NOTAS

Universidade da Mobília
O Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas, norte do Paraná, apresenta hoje a maquete do Centro de Educação Profissional em tecnologia Moveleira, a chamada Universidade da Mobília. O processo de licitação da obra foi aberto no último dia 21 e as propostas serão conhecidas dia 8 de janeiro. O empreendimento tem verba de R$ 3,2 milhões para as obras civis de 3,2 mil metros quadrados, divididos em três blocos para salas de aula e oficinas destinadas a cursos de nível técnico e tecnológico. O terreno, com 15 mil metros quadrados, foi doado pela prefeitura de Arapongas. A meta é formar, em cinco anos, mais de 4 mil profissionais.

Gerdau no Chile
O presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, anunciou, ontem, no Chile, investimentos de US$ 22 milhões na Gerdau Aza, unidade produtiva do grupo naquele país. Esses recursos devem ser aplicados nos próximos cinco anos. Desde a sua instalação, em 1992 e até o ano passado, a Gerdau Aza já recebeu investimentos de US$ 140 milhões, destinados a sua ampliação e modernização. Hoje, a unidade é a segunda maior produtora de aço do Chile, com capacidade de produção de 360 mil toneladas anuais para os setores da indústria e da construção civil.

ABIT
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções vai aproveitar o Encontro Nacional de Comércio Exterior, que se realiza hoje, no Rio de Janeiro, para apresentar o seu projeto “Comunidades Exportadoras, que objetiva a criação de empresas exportadoras em municípios carentes. As metas de exportação do projeto consideram que cada comunidade deverá exportar US$ 50 milhões/ano e que 20 delas estejam implantadas até o fim do próximo ano.

Franquias
A contém 1g, empresa líder em maquiagem para jovens, vai inaugurar, nas próximas semanas, mais três franquias no Rio Grande do Sul, fechando o ano com 13 lojas no estado. Isso representa 6,4% do total dos pontos de vendas da marca em todo o País. Até o fim do ano, a empresa terá 200 franquias espalhadas pelo País, processo que iniciou em setembro do ano passado (antes, as vendas eram diretas). Somente em neste mês de novembro, a contém 1g abriu 30 franquias em diversos estados brasileiros.

Plebiscito em Camboriú
Os 50 mil eleitores de Balneário Camboriú vão às urnas em 15 de dezembro para decidir se querem ou não o alargamento da faixa de areia da praia central do município. Até a data da consulta popular, o projeto e perspectivas sobre o futuro da Avenida Atlântica e do calçadão da praia estão expostos no Centro de Eventos Itália.

Modernidade
Os professores Héctor Ricardo Leis, Ilse Scherer-Warren e Sérgio Costa, da Universidade Federal de Santa Catarina, abordam a modernidade sob a visão dos países periféricos no livro “Modernidade Crítica e Modernidade Acrítica”, que lançaram ontem, no CIC, em Florianópolis. De acordo com os autores, o debate sobre a modernidade foi desenvolvido principalmente por pensadores dos países centrais. Por isso, muitas das questões abordadas até hoje não levavam em conta aspectos importantes dos países periféricos.

Prêmio à Olsen
A catarinense Olsen Odontomédica recebe hoje, no Rio de Janeiro, o prêmio de Destaque de Comércio Exterior, concedido pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria e Comércio. A empresa, que tem sede em Palhoça e fabrica equipamentos odontológicos, foi a vencedora na categoria conquista de mercado. Com 24 anos de atividades, a Olsen exporta para mais de 65 países. Outras 11 empresas de todo o País também recebem o prêmio em outras categorias.


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11/30/2001


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