Ruben Figueiró cobra melhoria da navegabilidade do Rio Paraguai
Em pronunciamento nesta segunda-feira (15), o senador Ruben Fiqueiró (PSDB-MS) apontou a necessidade de investimentos na navegabilidade do Rio Paraguai e disse que a medida é fundamental para a economia do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul.
Figueiró disse que a navegabilidade do Rio Paraguai passa também pelo desassoreamento do Rio Taquari, vítima de um dos maiores desastres ambientais do país. Piscoso e navegável até os anos 80, o Taquari teve seu leito bloqueado em razão da ocupação desordenada do cerrado no norte de Mato Grosso do Sul e na região do Araguaia, no Mato Grosso, o que provocou a inundação permanente de milhares de hectares na planície pantaneira.
Figueiró explicou que o processo natural de sedimentação do Taquari foi acelerado pela remoção da vegetação nativa para uso agropecuário, já a partir do ano de 1970, sem a adoção de manejo e práticas adequadas de conservação do solo.
Entre as consequências danosas dessa atividade, Figueiró ressaltou as inundações permanentes; a perda de 83 quilômetros do leito original do Taquari; a perda de áreas produtivas (3 milhões de hectares); os conflitos entre pescadores e proprietários rurais; as perdas e alterações na biodiversidade; a alteração do pulso de inundação e do canal de navegação do rio; e a perda de arrecadação municipal em razão da queda de circulação de mercadorias.
A perda de produtividade na pesca, na pecuária e na agricultura de subsistência tem forçado o êxodo rural para as cidades de Corumbá e Ladário, disse Figueiró. Em 2006, o governo federal criou um Grupo de Trabalho Interministerial, que produziu um Programa de Ações Para Promover a Proteção e a Recuperação Ambientais da Bacia Hidrográfica do Taquari, cuja execução foi atribuída a um comitê gestor, sob a chefia da Casa Civil da Presidência da República. Há também estudo da Embrapa Pantanal para a recuperação da Bacia do Taquari, disse Figueiró.
- Seja como for, parece-me que essas ações têm andado a passos muito lentos. É preciso dar mais celeridade a esse trabalho, com ações concretas para recuperar o Taquari e resolver os problemas econômicos e sociais criados em razão desse desastre ambiental - afirmou.
O Rio Paraguai, do qual o Taquari é um dos afluentes principais, é navegável desde Cáceres, no Mato Grosso, desce em direção ao Sul e compõe, com os Rios Uruguai e Paraná, uma das grandes hidrovias sul-americanas, com mais de 3.400 quilômetros de extensão, até o estuário do Rio da Prata, no Oceano Atlântico. Figueiró observou, contudo, que a navegabilidade da hidrovia Paraguai-Paraná, entre Cáceres e Nueva Palmira, no Uruguai, não é ainda a ideal, devido à falta de um projeto de navegabilidade na região.
Figueiró informou que obras de interesse da hidrovia também estão dentro da fase 2 do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas lamentou que os empreendimentos não avancem como desejado. Ele mencionou a implantação do Porto de Santo Antônio das Lendas e à construção da BR-174, no trecho entre o seu marco inicial e a BR-070, com 75 quilômetros de extensão, o que evitaria a navegação de comboios entre Cáceres e Santo Antônio das Lendas. Esse trecho, segundo ele, ficaria apenas para navegação de pequenas embarcações de cargas e barcos.
Figueiró lembrou que a questão da navegabilidade na região é antiga. O senador recordou que em 1982 participou de delegação parlamentar em missão à então União Soviética, a quem foi proposta a recuperação do Rio Paraguai, na divisa de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e a Bolívia. O trabalho seria pago com grãos, carne bovina e minério de ferro e manganês das minas de Urucum, na região de Corumbá. A proposta ganhou mais tarde o apoio do governo brasileiro, sob o comando de José Sarney (1985-1990), mas foi rechaçada pelo então presidente do Paraguai, Alfredo Stroessner (1954-1989), que alegou não querer fazer negócios com “comunistas”.
15/07/2013
Agência Senado
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