Salário do policial é prioritário no combate à violência, diz Francelino
O senador Francelino Pereira (PFL-MG) disse nesta sexta-feira (22), em Plenário, que não será possível combater seriamente a verdadeira epidemia de violência que tomou conta do país se não houver uma substancial melhoria dos níveis de salários dos policiais militares e civis. Atualmente, segundo o senador, esses profissionais não recebem remuneração digna e nem estímulo profissional. "Os policiais estão vivendo hoje miseravelmente, na pobreza e no abandono, tendo de conviver com criminosos e, desse modo, terminam participando de crimes" - assinalou.
Francelino disse que a sociedade brasileira está descrente das soluções que estão sendo apresentadas para o combate à violência, inclusive pela Comissão Mista de Segurança do Congresso Nacional. "A ação do Congresso não se ajusta ao que a sociedade exige de nós" - afirmou, após lamentar que a comissão não esteja reunida neste final de semana, para ganhar tempo e mostrar à sociedade que está compreendendo a urgência do problema.
Para Francelino, a comissão mista deve, de imediato, a partir da próxima semana, apresentar propostas concretas para o combate à violência, "mostrando que tem respeito pela sociedade". A questão salarial dos policiais, disse Francelino, deve ser atacada em primeiríssimo lugar.
- Falo aqui por 18 milhões de mineiros e entendo que em nome de todos os brasileiros, também.
De um momento para outro, segundo Francelino, o Brasil inteiro - particularmente, São Paulo - foi contaminado pelo sentimento de insegurança. E mais grave que esse sentimento - disse - é o de descrença no poder do Estado. Para combater efetivamente o problema e resgatar a confiança da sociedade, entende o senador que as autoridades têm de tomar medidas concretas e urgentes. E a primeira coisa a fazer - enfatizou - é resgatar a profissão do policial, dando-lhe um salário digno para viver com sua família e para exercer suas funções.
Atualmente, segundo Francelino Pereira, o setor público vem fazendo da profissão do policial um "bico". Treina o policial para que este vá trabalhar na iniciativa privada, porque o policial precisa ter dois ou três empregos para poder sobreviver, "como vem acontecendo hoje com qualquer funcionário público". Sempre que se discute a questão da segurança e do combate à criminalidade, acrescentou o senador, as pessoas esquecem-se de abordar a questão dos salários dos policiais.
Em aparte a Francelino Pereira, o senador Leomar Quintanilha (PFL-TO) disse concordar com a necessidade de se dar prioridade à questão salarial dos policiais. Para o senador pelo Tocantins, o problema da criminalidade no Brasil não se deve à falta de legislação para coibi-la, mas sim à má execução de tarefas dos órgãos encarregados da segurança.
Ao retomar seu pronunciamento, Francelino Pereira disse ainda ser contrário à proposta de unificação das polícias civil e militar. Para ele, são instituições muito diferentes, embora tenham o mesmo objetivo. "Sou favorável à integração dessas polícias, mas não à sua fusão" - frisou.
22/02/2002
Agência Senado
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