Santa Catarina, Paraná e São Paulo apresentam suas universidades
Uma instituição que resista ao passar dos anos sem perder o seu caráter inovador. Este é um dos desafios que os gaúchos terão que vencer ao implantar a Universidade Pública e gratuita no Rio Grande do Sul, segundo a avaliação do Presidente da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais, Roberto Mehry. O reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa foi um dos palestrantes do seminário promovido ontem pela Assembléia Legislativa gaúcha, através da Comissão de Educação, para conhecer as experiências das universidades estaduais do Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O seminário foi realizado no Hotel Everest.
O secretário de Ciência, Teconologia e Desevolvimento Econômico do Paraná, Ramiro Wahrhaftig, relatou aos parlamentares e técnicos do Governo que o investimento do governo paranaense nas universidades vão atingir este ano R$ 380 milhões para atender os 57.228 alunos matriculados. Mesmo assim, a falta de perspectiva na ampliação da oferta de vagas é uma realidade que deve persistir mais algum tempo. É que nos últimos seis anos, houve um crescimento de 66% no ensino médio que as universidades não conseguiram absorver.
A questão do ingresso, acesso e permanência no ensino de 3º grau foi analisado pela secretária de Educação de Santa Catarina, Miriam Schilikmann, que criticou a reserva de vagas para alunos carentes e defendeu a concessão de bolsas de estudo e manutenção. Ela ressaltou ainda que o mecanismo mais democrático para o ingresso é o vestibular vocacionado, ou seja, as provas são diferentes para cada curso e exigem além dos conhecimentos específicos, que o candidato conheça a história de Santa Catarina. Segundo Miriam, a inovação modificou o perfil dos alunos - a idade média é 25 anos - superior a média das demais universidades que é de 19 anos e, permitiu que nenhum novo curso fosse criado, privilegiando desta forma, a qualidade do ensino oferecido.
No último painel apresentado aos parlamentares, técnicos do governo e reitores das universidades comunitárias e confessionais presentes ao encontro foi abordada a questão do financiamento e inovações que uma nova universidade pode ofertar. Entre as novidades, o vice-diretor superintendente do Centro de Estadual de Ensino Tecnológico Paula de Souza, de São Paulo, Alfredo Colenci, ressaltou a importância do ensino seqüencial. Para Colenci, a vantagem da formação específica é atender demandas regionais e propiciar ao aluno a certificação sem que haja prejuízos a sua formação mesmo que, em determinado momento, precise interrompê-la. "A sistemática dos CETs retiram do sistema de educação formal a responsabilidade de atender demandas sazonais que a criação de uma universidade pública exige", observa.
Conforme o deputado Onyx Lorenzoni (PFL), presidente da Comissão de Educação, o mérito principal deste seminário é aprender com os êxitos e, principalmente, com equívocos enfrentados pela USP, Udesc e UPG ao longo de sua existência para que possamos ganhar tempo, reduzir custos e oferecer um ensino de qualidade que permita aos gaúchos se qualificar para enfrentar o mercado de trabalho em um mundo globalizado. Estiveram presentes a reunião os deputados Francisco Appio (PPB), Iara Wortmann (PMDB), Jorge Gobbi (PSDB), Otomar Vivian (PPB), Jussara Cony (PCdoB), Edson Portilho (PT) e Valdir Andres (PPB).
06/12/2001
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